O Patriarca da Igreja de rito copto (católicos) no Egito, sua Beatitude Antonios Naguib, denunciou que, embora a Constituição garanta a liberdade religiosa e de consciência, a mesma Carta Magna estabelece que o Islã é a religião do Estado e a lei muçulmana é "fonte fundamental do sistema legal", o que dificulta grandemente o trabalho eclesiástico no país.

Em sua visita à sede da organização Ajuda à Igreja Necessitada (AIN), o Patriarca Naguib indicou que, a maioria dos muçulmanos vive de acordo à lei sharia (lei islâmica), segundo a qual um muçulmano não pode converter-se a outra religião sem ser castigado por isso, inclusive com a morte.

Para a Igreja no Egito, outro problema originado na confusão legal, é a grande dificuldade que existe para obter as permissões correspondentes para edificar novas Igrejas. Além disso, até o dia de hoje está vigente uma lei do século XIX que obstaculiza a edificação de templos para os cristãos.

Depois de reconhecer que existem algumas vozes na sociedade egípcia que apóiam a igualdade de todos os cidadãos no país, o Patriarca expressou sua esperança em que as coisas mudem, mas precisou que isto depende em grande medida da "boa vontade" da pessoa encarregada de tomar essa decisão.

No Egito, os coptos católicos são aproximadamente 250 mil pessoas, em meio a 80 milhões de muçulmanos. No país existem 7 dioceses, 11 bispos e 250 sacerdotes.