Um prestigioso think tank cubano americano pediu ao Governo dos Estados Unidos, a União Européia e as companhias privadas criar um fundo de 300 milhões de dólares que permita começar pequenos negócios em Cuba durante uma eventual era pós-Castro.

A instituição Cuba Study Group (CSG) quer seguir uma iniciativa lançada em 1989, quando o Presidente George Bush assinou a lei de Apoio à Democracia da Europa Oriental que ajudou à criação de um setor privado viável na Hungria e Polônia, e proveu de micro fundos a pequenos negócios em ambos os países ex-comunistas.

"Sabemos que as atuais restrições nas legislações tanto dos Estados Unidos como de Cuba fazem que a implementação deste projeto seja impossível agora", declarou Tomás Bilbao à agência CubaNews em uma entrevista de Washington.

Para o Bilbao é importante que haja uma preparação "para assistir ao povo cubano e pôr opções sobre a mesa, sentimos que é importante anunciar esta iniciativa neste momento".

O especialista adicionou que "não é possível estimar quando as leis dos EUA e Cuba permitirão a implementação desta iniciativa. Trabalharemos com funcionários americanos para alentar a criação deste fundo. O que está claro, entretanto, é que este projeto não pode ser implementado até que reformas importantes se realizem em Cuba".

"A atual legislação cubana segue sendo o obstáculo mais importante para implementar esta iniciativa. É impossível para nós determinar quando o regime cubano começará a aplicar as reformas necessárias. Esperamos que o faça o mais breve possível", indicou.

Para o Carlos Saladrigas, co-diretor do CSG, a pressão contra Raúl Castro para que resolva os problemas econômicos da Igreja poderia acelerar eventualmente mudanças fundamentais em Havana.

"Espero que o Governo cubano tenha que implementar algumas reforma econômicas dentro dos próximos dois anos, precisamente permitindo a formação de pequenas empresas", indicou Saladrigas.

O perito assegurou que neste esforço não se romperão as leis. "Trabalharemos duro para que seja possível. Por muito tempo, estivemos obcecados com o Governo cubano. Devemos chegar ao povo cubano".