MADRI, 18 de set de 2007 às 18:31
A porta-voz da plataforma científica "Hay Alternativas" (HA), Gádor Joya, lamentou que o Ministro da Justiça, Mariano Fernández Bermejo, tenha introduzido com muita ligeireza o tema da eutanásia na agenda do governo e desmentiu que a sociedade espanhola demande considerar esta prática como direito.
Bermejo assegurou que vê "amadurecida à sociedade espanhola para o debate sobre a eutanásia" argumentando que "ao aumentar o nível de bem-estar, aumentou a longevidade dos cidadãos, e é neste contexto onde muitos começam a refletir sobre o direito individual a pôr o limite final, a marca final à própria existência".
Segundo Gádor Joya, "nem a sociedade espanhola pediu que se abrisse um debate sobre a eutanásia, nem os afetados por enfermidades terminais ou portadores de necessidades especiais o têm feito. Os casos pontuais nos quais pediu foram manipulados e utilizados por meios e organizações interessadas em que se legalize a eutanásia na Espanha".
Do mesmo modo, precisou que a sociedade espanhola demanda "que se trabalhe para fazer a vida mais digna a todas aquelas pessoas com algum tipo de necessidade especial ou na última fase de sua enfermidade, e que se ajude aos familiares a acompanhá-los nesse caminho. Pedimos ao governo que invista em cuidados paliativos e unidades da dor, escassas em nosso país, e que se eliminem todos aqueles obstáculos que possam lhe fazer a vida mais difícil aos doentes e seus familiares".
Para Joya "não é de sentir saudades que se nomeou Bernat Soria como ministro da Saúde, já que sua eleição tem sintonia com a política de atacar a vida do ser humano em qualquer de suas etapas. Além disso, já em seu dia Bernat Soria se declarou partidário da eutanásia, algo que nossa plataforma já denunciou".
Há Alternativas é uma plataforma que agrupa a mais de 3.200 cientistas de reconhecido prestígio.