Um grupo de mães objetoras de consciência ante Educação para a Cidadania (EpC), que representam as mais de 10 mil crianças e jovens espanhóis, denunciou que esta controvertida e ideologizada disciplina "não é nenhuma ética universal, mas sim a particular ideologia do Rodríguez Zapatero".

Em coletiva de imprensa, as mães apresentaram o manifesto "Nós também somos a Cidadania", onde advertem que esta disciplina de doutrinação ideológica "utiliza o nome, como na Europa, mas seus conteúdos reais –basta de enganar às pessoas!– são transmitir a particular visão das coisas deste Governo".

Depois de indicar que sua "proposta era a retirada da disciplina e negociar, do zero, conteúdos consensuados", as mães assinalaram que a EpC "é inaceitável em seu conteúdo, mas sobre tudo e muito fundamentalmente em sua pretensão: o Estado não é quem para erigir-se em formador da consciência moral das pessoas. Não está legitimado para assumir esse papel, que não é próprio de um Estado democrático e de Direito".

 "Resulta muito lamentável e pueril a tentativa de confundir às pessoas e desviar a atenção, dizendo constantemente que o conflito se deve a que os Bispos lutam por uns privilégios: 1º) aqui há pais objetores de todas as cores, porque é um problema de liberdade; 2º) que as pessoas exerçam seus direitos e liberdades não é privilégio dos bispos nem de ninguém; simplesmente, é funcionar dentro de um Estado de Direito", denunciaram.

Para as mães objetoras de consciência, "usurpar o direito dos pais a escolher o tipo de educação moral que desejam para seus filhos, com a tentativa de amoldá-los ao gosto e conveniência do Governo de volta, não só é inconstitucional: é puro totalitarismo" porque "se o Estado acredita ter o direito a entrar em nossas casas para nos dizer por Real Decreto como têm que pensar nossos filhos, deixou de ser um Estado democrático. Sr. Rodríguez Zapatero: ‘Nós parimos, nós decidimos o tipo de educação moral que queremos dar a nossos filhos", precisaram.

Finalmente, recordaram que "acima de alguns reais decretos" e de "uma Lei Orgânica está a Constituição de todos os espanhóis, que em seu artigo 27.3 afirma indubitavelmente o direito dos pais a educar seus filhos segundo suas próprias convicções morais. E se este direito fundamental se viola, ampara-nos o artigo 16.1 que consagra a liberdade ideológica e de consciência, que jamais pode ser transgredida pelo Poder".

Nova organização

Por outro lado, a coletiva de imprensa serve também para apresentar a Plataforma de Mães pela Liberdade de Educação.

Esta nova organização, "tem como primeiro objetivo contribuir ao incremento das objeções de consciência frente à disciplina Educação para a Cidadania e como missão geral promover entre as mães de família uma consciência cidadã que lhes leve a participar ativamente na educação de seus filhos", explicaram.