O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa, assinalou que em ordem a manter a paz na Venezuela no marco da reforma constitucional impulsionada pelo Presidente Hugo Chávez, todos devem respeitar as opiniões contrárias e recordou ao Governo que tem a obrigação de respeitar as manifestações que se realizem no marco da Constituição vigente.

O Cardeal venezuelano pediu, deste modo nesta sexta-feira, a todo o país "calma e prudência", respeitar os direitos consagrados na Constituição e desterrar os "fantasmas da insurreição, a rebelião e a desestabilização".

"Ante esta reforma proposta, é muito necessário que todo mundo a conheça, que se debata e que se respeite a quem tenha uma opinião contrária. Isso é extremamente importante e necessário para que se mantenha a paz", declarou o Cardeal à imprensa local.

Em um "país democrático, todo mundo tem a liberdade de opinar como lhe parece, é obvio, com uma boa argumentação". Portanto, acrescentou, "não se deve nem desqualificar nem execrar a pessoas ou grupos que, simplesmente, não estejam de acordo com uma proposta".

Ao recordar que a atual Constituição da Venezuela consagra a liberdade de opinião e o direito ao protesto pacífico, o Cardeal disse que "sempre que não haja violência, todas as pessoas têm direito de manifestar-se".

Neste sentido, expressou, "o governo tem a obrigação de manter a ordem pública e de respeitar as manifestações que se realizem no marco da Constituição", adicionou o cardeal.

Finalmente reiterou que no próximo mês a Conferência Episcopal Venezuelana apresentará um documento sobre o parecer da Igreja Católica em relação à reforma da Constituição.