O Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, afirma que a escola católica "deve ser uma verdadeira comunidade educativa, um centro no que participam conjuntamente nos trabalhos e nos benefícios tanto as famílias, como os professores, as diversas associações da vida cultural, cívica e religiosa, assim como a sociedade civil e toda a comunidade humana".

Em sua última carta semanal intitulada "Uma educação de qualidade acessível a todos", o Prelado valenciano destaca que "as escolas e as universidades católicas estão hoje em dia especialmente chamadas a recordar esse caráter inerente de ‘comunidade educativa’ que reclama sua missão. Sem a colaboração mútua de todos os agentes implicados na educação não se distingue sua finalidade".

"As escolas e as universidades católicas expressam a ação educativa da Igreja e não se limitam a acrescentar algo ao desenvolvimento da personalidade do aluno ou do estudante. A Igreja, como especialista em humanidade, aprofunda as raízes de sua ação na natureza própria do homem, e na dignidade da pessoa que esta realidade suporta", prossegue.

Logo depois de afirmar que "todo homem e mulher como imagem de Deus se encontra com uma dignidade transcendente e superior ao fruto irracional do azar", o Arcebispo de Valência remarca que "esta sabedoria educativa é decisiva em tempos nos que uma parte dos criadores da cultura parecem militar no relativismo, no desconcerto, no pessimismo antropológico ou no niilismo com respeito aos valores e as virtudes humanas".

"Todo tipo de escola recebe em nosso texto constitucional um claro encargo: tem que estar ao serviço do pleno desenvolvimento da personalidade humana. Assim o determina o artigo 27.2 da Constituição Espanhola. A escola católica responde à finalidade própria da educação que nossa Constituição reconhece e assim compartilha objetivos similares com a escola estatal e com os distintos tipos de escola de iniciativa social", explicou Dom García-Gasco.

O Arcebispo assinala também que em uma educação acessível para todos "melhorar a qualidade do ensino é o objetivo" e acrescenta que "o debate entre o público e o privado está superado em uma sociedade moderna que se articula em torno da liberdade".

Dom García-Gasco destacou que "o Concílio Vaticano II precisou com claridade no que consiste hoje a missão da escola católica e de toda escola, com uma clara sintonia com nosso texto constitucional: cultivar com cuidado as faculdades intelectuais; desenvolver a capacidade de reto julgamento; introduzir no patrimônio da cultura conquistado por gerações passadas; promover o sentido dos valores; preparar à vida profissional; fomentar o tratamento amistoso entre os alunos de diversas índole, contribuindo à mútua compreensão".

Após comentar que "a cultura que pretende expulsar Deus, que tenta impedir que se divulgue a possibilidade transcendente do homem deixa mais expostos aos seres humanos às arbitrariedades do poder político, econômico ou social que acabam sendo a única instância superior", o Prelado valenciano conclui sua carta recordando que "as escolas e universidades católicas estão chamadas a contribuir com alegria e convicção a que se difunda cada vez mais o compromisso com a dignidade de todo ser humano por meio da educação integral".