O Bispo de Tarazona, Dom Demetrio Fernández, destacou que, ante a controvertida disciplina de Educação para a Cidadania (EpC) que busca doutrinar as crianças e jovens espanhóis, "o alarme é justificado, e faremos o que podemos. A história julgará a quem tem levantado a voz para denunciar o que parece um atropelo da liberdade e para ajudar aos pais a um sereno discernimento".

Em uma carta intitulada "Educar na cidadania", o Prelado explica que com esta ideologizada disciplina, o que se pretende é "educar a consciência moral das crianças e jovens que serão os homens do manhã".

"Os católicos, pelo quarto mandamento da lei de Deus, são os primeiros a obedecer às leis que regulam nossa convivência democrática. Mas o mesmo sistema democrático tem meios para expressar o desacordo e trabalhar para que uma lei, que consideramos injusta e prejudicial, desapareça", recordou Dom Fernández.

Depois de afirmar que "os bispos recordam que os pais podem recorrer a todos os meios legítimos a seu alcance para impedir o que pode ser um dano para seus filhos", o Prelado espanhol explica que "não obrigamos nem induzimos a ninguém a que empregue este ou aquele meio democrático contra. Informamos que o conteúdo da lei, que nem todos têm a seu alcance, e cada um julgará segundo sua consciência".

"Agora bem, não é só a consciência socializada, mas sim a consciência pessoal a que atuará segundo sua reta razão. Impedir este exercício tem traços de totalitarismo", afirmou.

Dirigindo-se aos pais de família, Dom Fernández reiterou que "os bispos não procuram nenhum privilégio para a Igreja Católica. Em uma sociedade democrática, quisemos falar de um tema que preocupa a vós. Estamos convosco, estamos com seus filhos e queremos seu bem integral, como vós quereis".

"Na Espanha, mais de 80% dos pais solicitou religião para seu filho na escola, pública ou privada. Se quiserem religião católica para seu filho, comprovarão que em muitos pontos haverá contradição entre o que recebe seu filho em religião católica e o que receba em educação para a cidadania. Queremos evitar este conflito, que a criança e ao jovem pode ser desconcertante", concluiu.