O Bispo de Yong Nian Dom Han Dingxiang, pertencente à Igreja clandestina na China fiel ao Santo Padre, faleceu no dia 9 de setembro às 11 p.m., depois de oito anos permanecendo encarcerado pelas autoridades do país.

Apenas alguns parentes foram alertados pelas autoridades da grave enfermidade –desconhecida até o momento– da qual padecia o Prelado, para que o acompanhassem até o momento de sua morte. Além deles, nenhum sacerdote ou fiel foi avisado de sua enfermidade, tampouco que estava agonizando em um hospital.

Depois da morte do Bispo de Yong Nian, as autoridades ordenaram cremá-lo, feito que ocorreu em menos de seis horas, aproximadamente às 5:00 a.m. As cinzas foram enterradas imediatamente depois em um cemitério público.

No momento de seu falecimento, Dom Han Dingxiang tinha 71 anos e suas últimas palavras antes de cair em estado de coma foram para pedir a sua congregação que reze mais o terço.

Sua vida

O Bispo de Yong Nian nasceu em 17 de maio de 1937. Foi enviado a um campo de trabalho das autoridades chinesas em 1960, lugar em que permaneceu 19 anos. Ao sair e até 1982 foi professor de ensino médio. Sendo já seminarista administrou uma clínica de 1982 até 1986. Foi ordenado sacerdote em 21 de novembro de 1986, e consagrado bispo em 19 de dezembro de 1989.

Sendo bispo, Dom Han Dingxiang foi detido pelas autoridades chinesas 11 vezes. A última vez que foi apressado, em 20 de novembro de 1999, estava dirigindo um retiro para algumas religiosas. Logo depois de quatro anos de estar detido, foi recolocado a um departamento localizado no quarto andar de uma unidade da polícia familiar, onde esteve dois anos. Em 23 de setembro de 2005, o Prelado foi recolocado, agora secretamente, a um lugar desconhecido e não se soube dele até poucos dias antes de sua morte.

Passou aproximadamente anos, quase a metade de sua vida, nos campos de trabalho, na prisão, ou sob prisão domiciliar.

Joseph Kung, Presidente da Fundação Cardeal Kung, questionou alguns fatos da morte do Bispo: "Do que tinha medo o Governo chinês ao cremar o Bispo Han apenas seis horas depois de seu falecimento, às cinco da manhã? Por que aos sacerdote de sua diocese não foi permitido abençoar seus restos, e junto a seus fiéis, rezar por seu heróico pastor e ver seu corpo?".

"Isto não é somente desumano e atroz, mas também suspeito. Exorto à Santa Sé a abrir uma investigação oficial para conhecer as causas da morte do Bispo Han", concluiu Kung.