No mesmo dia em que o grupo terrorista ETA emitiu um comunicado reivindicando os últimos atentados e ameaçando a seguir "golpeando as estruturas do Estado espanhol", o Bispo de San Sebastián, Dom Juan María Uriarte, advertiu que "tem que dizer um não categórico à volta às armas do ETA".

Assim o assinalou o Prelado durante a Missa que presidiu neste domingo no Santuário de Arantzazu com motivo da celebração da festividade da Virgem de Arantzazu, padroeira de Gipuzkoa.

"Aliviar o múltiplo sofrimento provocado em tantos cidadãos por esta desumana confrontação, clamar publicamente pela paz e reprovar categoricamente a volta do ETA às armas são algumas das tarefas que não devemos declinar. A passividade e o silêncio não são dignos de cidadãos responsáveis nem de fieis coerentes com sua fé", disse.

Dom Uriarte destacou em sua homilia que "um povo que quer a paz não pode confiar-se em uma atitude preocupada, mas simplesmente passiva" e destacou que "nem sequer outros problemas que afetam o nosso viver diário nos dispensam de nos preocupar ativamente pela paz".

O Bispo assinalou que à Igreja corresponde "anunciar incansavelmente ante uma sociedade tentada de pessimismo, que a paz e a reconciliação são possíveis", assim como "seguir requerendo todos os direitos humanos e, muito particularmente, o direito à vida, à segurança, à integridade e à dignidade das pessoas".

Dom Uriarte disse também que "em uma sociedade em que as considerações oportunistas desagradem com freqüência aos critérios éticos, temos o dever de recordar, embora doa, que uma paz obtida à margem da ética é uma falsa paz".

Em seu comunicado, o ETA assumiu a autoria da colocação de vários artefatos em Belagua (Navarra), no dia 25 de julho; o atentado em Durango contra a casa quartel da Guarda Civil, em 24 de agosto; a caminhonete de Castellón, que explodiu três dias mais tarde; e, por último, o ataque do domingo passado em La Rioja.