Os bispos espanhóis têm a intenção de seguir intervindo “nos momentos oportunos e a tempo” sobre os temas de atualidade posto que procuram “despertar” a consciência católica sobre eles. Assim informou o secretário geral e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Pe. Juan Antonio Martínez Camino.

Ao término da reunião da Comissão Permanente da CEE, o Padre Camino explicou que "temos a intenção de influir, não de impor, no debate de questões de atualidade. Falaremos nos momentos oportunos e a tempo".

O sacerdote esclareceu que os bispos espanhóis não insistiram nunca, nem o farão agora, à manifestação pelas ruas dos cidadãos em temas desta natureza. "Estes são livres para atuar como lhes parece oportuno e os católicos podem exercer também esse direito".

Respeito ao debate geral suscitado pelo tema da eutanásia, o porta-voz reafirmou o que os bispos expuseram em 1998, quando o tetraplégico Ramón Sampedro pediu auxílio para o suicídio. "A eutanásia é imoral e anti-social", disse então a CEE. "Isto continua sendo válido hoje em dia", insistiu.

Sobre o financiamento do Estado à Igreja, o porta-voz episcopal assinalou que a CEE não espera uma retomada radical desta questão. "A dotação estatal é importante e não constitui um privilégio mas, embora a Igreja tenha seus direitos em um Estado democrático, não constitui uma questão de vida ou morte e não a condiciona em sua liberdade", assinalou.

Do mesmo modo, o secretário geral da CEE declarou sobre a possível aprovação no Executivo do anteprojeto legislativo que equipasse as uniões homossexuais aos matrimônios e recordou que de ser isto assim "o Estado atuaria discriminando o matrimônio entre homem e mulher".

"Seria uma legislação injusta e prejudicial para o bem comum", assinalou o Pe. Martínez Camino, embora esclareceu que isto não significa "desconhecer a dignidade humana e os direitos dos homossexuais".