O Arcebispo de Barcelona, Dom Lluís Martínez Sistach, recordou que a cidadania é uma condição própria das pessoas e que não depende do gosto do Governo, também pediu que na Catalunha fossem reconhecidos com mais firmeza os valores fundamentais da vida e a família.

Em uma carta pastoral que será publicada por motivo do Dia da Catalunha, o Prelado afirmou que a cidadania não a dá nem a plasma a seu gosto o Estado, mas que "é uma condição prévia dos cidadãos reais, com suas plurais maneiras de pensar, com sua língua e cultura, também com sua fé e com suas opiniões culturais e políticas, às quais todas as administrações devem servir".

Nesse sentido, advertiu do "ritmo acelerado" com que os legisladores espanhóis levam o país para "uma normativa civil cada vez mais afastada do humanismo cristão".

No caso do Catalunha, Dom Sistach expressou o desejo dos católicos de ver reconhecidos com maior firmeza os "valores fundamentais como o dom da vida, da concepção até a morte natural"; e que "a família fosse mais valorizada e apoiada, sem que se veja suplantada ou ofuscada por outras formas ou instituições diversas".

A carta pastoral também recordou o direito das pessoas a levar uma vida digna, "longe de qualquer forma de exploração", assim como o direito dos pais a decidir o tipo de educação de seus filhos, incluídos o campo da moral e da religião.

Finalmente, reafirmou a missão da Igreja de lançar sua voz profética "sobre a vida familiar, social e política". Indicou que isso não deveria incomodar a ninguém porque "se esta voz calasse, nosso conformismo privaria à sociedade de uma antiga sabedoria que os cristãos têm recebido do alto e que esteve presente e ativa nas raízes de nossa antropologia e de nossa identidade".