María Dolores de Cospedal, conselheira da Comunidade de Castilla-La Mancha assinalou que a ideologizada disciplina de Educação para a Cidadania (EpC) "é uma disciplina própria do fascismo" já que com ela "o Governo quer doutrinar as crianças em valores socialistas para fazer futuros cidadãos socialistas".

Em entrevista concedida ao jornal espanhol La Razón, a advogada equipara esta controvertida disciplina com a "Formação do Espírito Nacional de Franco" já que "o que se pretende é uma doutrinação com os valores" que "representa o atual Governo".

"Parece-me que a doutrinação é uma diminuição da liberdade, uma maneira de recuperar o franquismo. Tudo o que pretende doutrinar é uma forma de imposição, chame-se marxista ou fascista", afirma Cospedal.

Ao responder uma pergunta em que traça se existe algum risco de que a EpC seja usada pelos partidos nacionalistas como meio de sua própria doutrinação política, a conselheira de Castilla-La Mancha explicou que "do momento em que a educação está transferida às comunidades autônomas serão as maiorias parlamentares de cada uma das regiões as que dirão como se ministra essa disciplina. E, certamente, os que terão muito interesse em fazer insistência em determinados princípios serão os partidos nacionalistas, não me cabe a menor duvida".

Para María Dolores de Cospedal é "absolutamente falso" o pregão do Governo espanhol quando diz que a EpC "é exclusivamente um enfrentamento da Igreja contra o Executivo socialista e não com os pais". Cospedal afirmou que isso não é assim já que "são os pais os que estão preocupados com a educação de seus filhos. Uma coisa é que a Igreja Católica não esteja a favor da Educação para a Cidadania e outra que não conte com o apoio dos pais, com independência de que sejam católicos praticantes ou não".

"Ao Governo não interessa enfrentar-se com os pais e tem que dizer que o enfrentamento é com a Igreja para assim ganhar votos. Além disso, tem outra rentabilidade que é que doutrinando das crianças nos valores socialistas faz futuros cidadãos socialistas. Essa é a rentabilidade mais importante de todas", anotou a conselheira.

"Segundo o Governo esta disciplina é a panacéia para fazer cidadãos modelos e não sabemos que qualificação vai exigir a quem vai ministrar. Só sabemos que as instruções e os manuais que deram aos professores são em boa medida manuais pervertidos que ensinam um posicionamento ideológico e político contrário a tudo aquilo que não seja o que defende o PSOE", prosseguiu Cospedal.

A conselheira de Castilla-La Mancha finaliza explicando que "se o Estado pode educar os filhos de qualquer matéria sem que os pais se oponham, é que estamos vivendo em uma ditadura, chamem-no como o chamem".