O presidente do Comitê Interinstitucional de Chuquisaca, Jaime Barrón, enviou uma carta ao Arcebispo da Santa Cruz de la Sierra, Cardeal Julio Terrazas Sandoval, para que "em um último esforço" seja mediador no conflito entre La Paz e Sucre pelo desejo de ambas de serem reconhecidas como capital da Bolívia, que ameaça com uma onda de violência.

"Em um último esforço por encontrar uma saída pacífica e democrática a este conflito, pedimos a sua autoridade, sobre tudo pela força moral que o caracteriza, para solicitar uma mediação efetiva, sincera e oportuna, a fim de evitar uma onda de conflito, ante a iminente presença no Sucre de cem mil camponeses, para a próxima segunda-feira, dia 10", expressou Barrón em sua missiva.

O conflito por ser reconhecida como a capital do país data dos finais do século XIX e levou a Bolívia a uma guerra civil, ao final da qual La Paz ficou com os poderes Executivo e Legislativo; e Sucre com o Judiciário.

Entretanto, com a instauração da Assembléia Constituinte sob o Governo de Evo Morales, as diferenças entre ambas as cidades reapareceram, pois os líderes cívicos do Sucre (Chuquisaca), exigiram aos congressistas que o novo texto constitucional estabeleça tal cidade como capital do país.

Este conflito paralisou os trabalhos da Assembléia, a qual teve que estender o primeiro prazo de entrega da nova Constituição de princípios de agosto a 14 de dezembro. Há 20 dias não há sessões e até a data não se aprovou nem um só artigo da nova Carta Magna.

Ante estas diferenças, Morales convocou uma reunião em Cochabamba com representantes de ambas as cidades. Entretanto, o encontro fracassou pela não participação dos movimentos de Sucre. Isto aumentou a crise política da Bolívia.