O advogado do Cardeal Juan Sandoval Iñiguez e o Secretário de Governo do Estado de Jalisco desmentiram um artigo publicado há alguns dias no site Papanews.it onde se afirma, entre outras coisas, a existência de dois expedientes supostamente "instruídos" pelo atual Arcebispo de Guadalajara, que acusariam o Ex-presidente do México, Carlos Salinas de Gortari, como o autor intelectual do assassinato do Cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo, ocorrido em 1993.

O artigo em questão foi publicado com o título "Exclusivo - México, dois inquéritos acusam o ex-presidente Salinas de Gortari de ser o mandante do homicídio do Cardeal Posadas Ocampo".

O artigo sustenta que estes supostos inquéritos incluem "um memorial do próprio Sandoval Iñiguez, quem nunca chegou à ‘verdade oficial’ do incidente e iniciou privadamente indagações sobre o crime de seu predecessor pela Comissão vaticana presidida por ele e instituída em 16 de outubro de 2006 para dar luzes sobre os obscuros fatos".

O autor da nota assegura ter "a informação exclusiva do conteúdo do inquérito depois de uma longa e articulada investigação jornalística realizada no México".

Entretanto, a carta enviada pelo advogado José Antonio Ortega e o funcionário Fernando Guzmán ao diretor do Papanews.it, esclarece que "não existe nenhuma Comissão Vaticano para a investigação do homicídio do Cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo, nem conhecemos de nenhum inquérito do Vaticano, a respeito desse lamentável homicídio, ao qual teve acesso o senhor (Bruno) Volpe (autor da nota)".

"A investigação sobre o homicídio do Cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo é levada pela Procuradoria Geral da República, no México, e toda a informação que conheceu o Cardeal Juan Sandoval Iñiguez, apresentou-a, em seu momento, ante a autoridade que leva a investigação, por conduto de seu advogado, o licenciado José Antonio Ortega Sánchez", sustenta a missiva.
Os advogados consideram que o autor da nota "escreve meias verdades com algumas francas inexatidões que não sabemos de onde as tirou" e reiteram que "a intenção do Cardeal Juan Sandoval Iñiguez, sempre foi procurar a verdade e que a autoridade a torne pública. O Cardeal, como todos os cristãos, que temos como modelo perfeito a Cristo Nosso Senhor, já perdoou os assassinos, mas necessitamos, ele e todos os outros, Saber a quem perdoar!"
Segundo os assinantes, "durante a investigação do homicídio do Cardeal Posadas, os magnicidas, que evidentemente têm influências ou relações com diversas instâncias e níveis dos organismos jurisdicionais a cargo do processo, com o propósito de desviar a investigação apresentaram testemunhas falsas, com verdades pela metade e mentiras francamente absurdas, com a pretensão de que a defesa do cardeal caísse na armadilha de fazer seus alguns desses inventos para assim desacreditar toda sua intervenção, e apresentar ao Cardeal Juan Sandoval, e aos advogados Fernando Guzmán e José Antonio Ortega, como fantasiosos e com falta de ética, ao aceitar teses contraditórias, e diz que prova, sem nenhum suporte legal nem crédito confiável. O qual, até agora, não puderam obter".

"Pelo contrário, as testemunhas falsas introduzidas na causa penal foram oportunamente denunciados como testemunhas inválidas, dentro do corpo da mesma investigação, ficando a perseverança de que os advogados Fernando Guzmán e José Antonio Ortega impugnaram, em cada caso, a falsidade em que incorreram e a insídia de quem os preparou para render seu enganoso testemunho", precisam.

"Não sabemos a razão mas, ao parecer, o artigo de Bruno Volpe coincide com essa linha que pretende desacreditar a investigação do homicídio do Cardeal Posadas mediante a inclusão de conclusões precipitadas e francamente, por agora, gratuitas,  fruto da imaginação mais que de informação confiável, ao harmonizar seu conteúdo com os argumentos difundidos por aqueles que desejam confundir aos investigadores e à opinião pública, como já o explicamos, para ocultar a verdade sobre o assassinato do Cardeal Posadas Ocampo", indicam.

Neste sentido, reiteram que desconhecem "as fontes utilizadas pelo Senhor Bruno Volpe para sustentar a informação que apresenta em seu artigo, mas desde este comunicado afirmamos, categoricamente, que não se apega à verdade, e que ignoramos a intenção que tenha ao apresentá-lo em sua página Papanews".