O site AllAfrica.com reproduziu um artigo de opinião que deu a volta ao mundo. Um especialista africano reclama a suas autoridades reproduzir nos distintos países do continente o modelo de Uganda contra a AIDS, a única estratégia que colheu êxito nesta vasta região e se apóia fundamentalmente em promover a abstinência sexual até o matrimônio assim como a fidelidade conjugal.

Com o título "A estratégia ABC contra a AIDS é o caminho a seguir", o artigo adverte que para o ano 2010 se estima que cerca de cem milhões de pessoas serão soropositivos em todo mundo e a maioria viverá na África e Ásia.

Segundo o autor, a história bem-sucedida de Uganda, que conseguiu reduzir de 30 a 6% a taxa de AIDS promovendo mais abstinência que preservativos, será uma oportunidade perdida.

"O ponto de Uganda era claro: a AIDS te mata, abstenha-se das relações sexuais ante o matrimônio e sejas fiel no matrimônio. A esperança se recuperou e Uganda se converteu em um ponto de referência para o tema da AIDS", sustenta o especialista.

Entretanto, recorda que o caso Uganda não tem um lado comercial porque os vendedores de preservativos perdem negócio ao promover a abstinência e em segundo lugar "algumas organizações ganham o pão de cada dia através da AIDS. Isto obriga a mudar a estratégia de prevenção a algo que não seja ABC".

Ante quem apresenta a abstinência como um ato primitivo e religioso, o especialista recorda que o que está em jogo é a vida, lamenta que entidades como UNAIDS não apreciem o modelo de Uganda nem invistam em promover a abstinência.

Segundo o especialista, a Comissão de AIDS de Uganda (UAC) viu-se obrigada a ceder ante as pressões dos doadores e introduzir mais preservativos em suas campanhas. O autor explica que isto está já causando um retrocesso nos lucros contra o AIDS e pediu aos ugandeses recordar que o dinheiro não serve se arriscar a vida.