Depois da decisão de Anistia Internacional de apoiar a legalização do aborto no mundo, o Reitor jesuíta do St. Aloysius College da Austrália, que mantinha vínculos formais com o AI, anunciou a criação de uma organização alternativa de direitos humanos que não seja favorável ao aborto.

O Pe. Chris Middleton, SJ, assinalou que em 1961, o católico fundador da Anistia Internacional, Peter Benenson, "tomou sua decisão sob a influência de sua experiência religiosa".

Por isso, o Reitor anunciou que o St. Aloysius College estabelecerá uma nova organização, a Benenson Society, em honra ao fundador de Anistia Internacional, "que manterá o envolvimento de nosso centro de estudos na promoção dos direitos humanos mediante a tomada de consciência das violações destes direitos mediante o lobby ante governos a favor dos prisioneiros de consciência, o fim da tortura e a pena de morte e o direito às liberdades fundamentais".

O Pe. Middleton confirmou que desta maneira, o College rompe seus vínculos com o AI explicando que a nova política da organização "explicitamente exclui os membros mais vulneráveis de nossa sociedade, o humano nascituro".

"Resulta surpreendente quantas das figuras chave na era inicial do AI tinham profundas convicções religiosas: quaisquer, judeus, protestantes e católicos. longe de ser um projeto secular, poder-se-ia afirmar que AI tem suas origens no compromisso religioso com a justiça" assinalou o sacerdote.

"Parece que nossa sociedade está desenvolvendo uma amnésia coletiva crescente em relação à influência que pessoas de fé tiveram na configuração de muito de nosso mundo moderno".

"A grande campanha que era Anistia se reduziu e corre o risco de converter-se em uma voz secular de esquerda ainda mais".

Finalmente, o Pe. Middleton assinalou que a Benenson Society não será especificamente religiosa ou católica; mas sim manterá uma política de neutralidade frente ao aborto que AI tinha e que agora abandonou".