Os laboratórios Monte Verde e Biotenk, que comercializam a pílula do dia seguinte na Argentina com distintos nomes de marca, são investigados por ocultar aos consumidores o potencial efeito abortivo deste fármaco.

A organização Portal de Belén, que tem sob sua responsabilidade cinco abrigos para mães solteiras na Cidade de Córdoba, informou que os diretores do laboratório Monte Verde já prestaram declaração ante a Promotoria de Instrução do Distrito I, Turno l, da Cidade de Córdoba.

Monte Verde comercializa a pílula com o nome de Sefurite" e seus diretores "foram imputados penalmente, por excluir dos prospectos de informação ao público, que o produto Sefurite, atua ‘impedindo que se implante um óvulo fecundado no endométrio materno’, mecanismo de ação que o próprio laboratório Monte Verde S.A, tinha confessado ao Ministério de Saúde da Argentina. O laboratório diz no prospecto, que tal pílula evita que ‘se implante um óvulo’, ocultando que se trata de um ‘óvulo fecundado’, quer dizer um ser humano em seus primeiros dias de vida".

Do mesmo modo, Portal de Belén informou que a princípios de setembro, serão interrogados os diretores do laboratório Biotenk, que comercializa a pílula do dia seguinte com o nome de marca Norgestrel Max, por ter ocultado a mesma informação "com a cumplicidade de funcionários públicos do Estado Nacional".

Segundo Aurelio García, presidente de Portal de Belén, "são 27 os produtos que se encontram no mercado argentino, com informação essencial adulterada sobre os mecanismos de ação dos fármacos". Não se trata apenas de "pílulas do dia seguinte", mas também anticoncepcionais orais ou injetáveis hormonais de uso prolongado e dispositivos intra-uterinos de cobre e hormonais, conhecidos por seu efeito abortivo negado pelos laboratórios locais.