Em uma entrevista concedida ao jornalista independente Carlos Serpa Maceira, o Secretário Geral da Confederação Operária Nacional Independente de Cuba (CONIC), Aurelio Bachiller Álvarez, assinalou que o sindicalismo independente cresce na Ilha face às dificuldades.

"O Movimento Sindical Independente dentro de Cuba tem como prioridade denunciar a política anti-operário que leva a cabo o governo de Fidel Castro com a cumplicidade da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC)", disse Bachiller Álvarez durante a entrevista.

"Os sindicalistas independentes estiveram na vanguarda da luta pela democratização de nossa pátria, patenteando o mandato martiano de ‘Com todos e para o bem de todos’", disse também o líder sindicalista; quem revelou que durante a onda repressiva desatada na primavera de 2003 em Cuba, quando foram enviados a prisão 75 opositores e jornalistas independentes, "sete eram líderes sindicais, cujo único delito foi a defesa dos trabalhadores cubanos e a promoção de um sindicalismo livre".

Segundo Bachiller Álvarez, "a repressão imperante não pôde quebrantar nossa resistência, o ativismo sindical cresce cada dia mais, com o compromisso que o Sindicalismo Independente jamais falhará a Cuba".

O Secretário Geral da CONIC destacou o apoio dos sindicatos livres à Campanha "Eu não Coopero com a Ditadura Eu quero a mudança"; e anunciou a promoção da campanha "em centros de trabalho, na rua, nos bairros".

O êxito da campanha, segundo o sindicalista independente, "confirma 27 artigos publicados no jornal oficial do Partido Comunista Granma que mencionou à ‘indisciplina trabalhista’, a falta de participação dos trabalhadores nas atividades dos sindicatos pertencente ao oficialismo, que não estavam cumprindo as cotas de produção, que os trabalhadores chegavam tarde, e que a falta de manutenção das máquinas e equipamentos estavam causando um verdadeiro problema à economia".

Bachiller Álvarez mencionou também o apoio do Sindicalismo Independente à campanha "Liberdade sem Desterro para os Presos Políticos Cubanos", cujo contexto se efetuaram vigílias e jejuns, fazendo-se ênfase na libertação incondicional dos sindicalistas Pedro Paulo Álvarez Ramo, Miguel Galván Gutiérrez, Iván Hernández Carrillo, Nelson Molinet Espino, Héctor Raúl Valle Hernández e Alfredo Felipe Fuentes.

O líder sindical denunciou também que "a política de dois pesos e duas medidas" com as pessoas que trabalham nas empresas de capital mistos estabelecidos na Ilha, já que as autoridades através de suas agências empregadoras continuam retendo 95% do salário que obtém dos investidores estrangeiros em moedas livremente conversíveis (em dólares e euros), e pagando em pesos cubanos desvalorizados em aberta violação do Convênio 95 da OIT sobre proteção do salário.

"A proibição de qualquer forma de manifestação pacífica, incluindo o direito à greve, a negociação coletiva é quase inexistente, e se expulsam de seus empregos a trabalhadores por causas políticas, entre outras violações sócio trabalhistas", denunciou finalmente o sindicalista.