Mediante uma carta à opinião pública, o Presidente do Movimento Cristão Liberação, Oswaldo Payá Sardiñas, denunciou o crescente risco de morte que enfrentam os prisioneiros de consciência nos cárceres cubanos.

Em sua carta, Payá assinala que a situação de risco se deve a que "os prisioneiros políticos cubanos estão confinados junto a prisioneiros comuns que em ocasiões os ameaçam e perseguem, inclusive estimulados pelas próprias autoridades".

"A violência e os fatos de sangue são freqüentes entre os prisioneiros comuns e também por ações cruéis e abusivas dos guardas"; explica Payá, e sustenta que em todos os cárceres de Cuba, "os prisioneiros políticos têm alta probabilidade de serem agredidos e sofrem grande tensão e estresse, devido a este confinamento em condições cruéis, degradantes e de sério perigo para suas vidas".

"Confinar prisioneiros políticos com comuns –explica o comunicado– foi pouco comum na história de Cuba, inclusive na ditadura anterior a esta, mas agora se converteu em uma prática perversa por parte das autoridades que se enfurecem contra estas pessoas, somente porque se atreveram a defender e promover os direitos dos cubanos".

"A alternativa a estes confinamentos com prisioneiros comuns foi o isolamento em celas de castigo ou em condições impróprias até para animais", indica.

Entretanto, a situação de ameaça se agravou no inicio deste mês, quando dois prisioneiros de consciência foram ameaçados por vários oficiais da Segurança de Estado fuzilando".

Segundo Payá, "estas ameaças de morte, diretas e expressas por parte de um grupo de homens e mulheres da Segurança de Estado e de oficiais da prisão, não necessitam qualificativos, nem explicações, pois simplesmente estão anunciando que seriam assassinados".

"Todos os cubanos devem conhecer o perigo de morte e as condições degradantes em que se encontram os que estão na prisão só por defender os direitos humanos de todos os cubanos. Mas as condições desumanas e degradantes e o ambiente de sangue e terror existem em muitas das prisões cubanas, nas quais são vítimas tanto os prisioneiros comuns como os políticos", adverte o texto.

Payá conclui lamentando que "as vozes dentro e fora de Cuba são poucas e muitas vezes afogadas pelos que gritam mais com a mentira, ou silenciadas pela falsa prudência dos que querem fazer seu papel, sem assumir as conseqüências de enfrentar a injustiça".