Os distúrbios que nos últimos dias sacudiram Timor Leste afetaram, além de escritórios governamentais, "a propriedades da Igreja Católica", informaram fontes locais que assinalaram à Frente Revolucionário do Timor Leste Independente (Fretilin) como responsável pelos fatos que já ocasionaram 42 mortes e a fuga de quatro mil pessoas de suas casas.

Os distúrbios se iniciaram em seguida que o Presidente José Ramos Horta nomeasse como Primeiro-ministro Xanana Gusmao, do Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor Leste (CNRT); e não a algum representante de Fretilin, formado principalmente por muçulmanos.

"Os atacantes apontam para os edifícios do Governo, a escritórios de organizações não governamentais, a propriedades da Igreja Católica e dos líderes locais do CNRT ou de seus aliados", assinalou o porta-voz da Polícia Nacional, Mateus Fernandes, quem informou que os distúrbios se estenderam da capital Dili a Baucau e Viqueque. Ante isso, advertiu que "a polícia tomará fortes medidas contra os delinqüentes".

O Fretilin ganhou as eleições legislativas de 30 de junho. Entretanto, a aliança de quatro partidos permitiu a nomeação de Gusmao como Primeiro-ministro.

Timor Leste, país de maioria católica, foi primeira colônia portuguesa até obter sua liberação no final da década de 70. Entretanto, imediatamente foi anexada pelo Indonésia, país muçulmano que delegou o poder de Timor à minoria islâmica.

Durante esse período se registraram abusos contra a maioria católica que alcançaram seu máximo ponto em 1999, logo que um referendum decidisse a separação do Indonésia. Isto provocou a perseguição e matança de milhares de católicos às mãos de tropas islâmicas patrocinadas pelo Governo indonésio, até que graças à mediação da Santa Sé, a Organização das Nações Unidas ordenou a intervenção de uma força de paz comandada pela Austrália.

Em 2002 Timor Leste obteve sua independência.