O Arcebispo de Guatemala, Cardeal Rodolfo Quezada Toruño, assinalou que "a Igreja perdoa e esquece, mas queremos saber a quem temos que perdoar", em alusão ao assassinato de Dom Juan José Gerardi, cujos autores intelectuais ainda não foram descobertos.

Nesse sentido, expressou que com a aprovação por parte do Congresso da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), pode-se conseguir descobrir os autores intelectuais. "Indubitavelmente, Dom Gerardi não é o único assassinado no país, mas é um caso que deve ser esclarecido", indicou durante a Missa dominical.

Do mesmo modo, disse estar de acordo com a aprovação da CICIG "quando o que está por meio é a segurança e que não exista impunidade no país"; mas advertiu que "os cidadãos estão obrigados a ver como se desembrulha" esta comissão, na qual a Organização das Nações Unidas "deve mandar gente capaz e honesta".

Com respeito ao caso de Dom Gerardi, o Arcebispo da Guatemala recordou que "o tribunal já pediu que se investigasse os possíveis autores intelectuais. Essa é missão do Ministério Público e veremos se nos colocamos como querelantes".

Dom Juan Gerardi foi assassinado em 28 de abril de 1998. A justiça só julgou e condenou a prisão Byron Lima Oliva, Byron Disrael Lima e o sacerdote Mario Orantes Nájera, enquanto que um quarto comprometido foi assassinado em 2003 quando estava no presídio. Inclusive não se estabeleceu quem ou quais ordenaram o crime contra o Prelado.

A criação da CICIG é apoiada pela ONU e foi aprovada na quarta-feira passada pelo Congresso, que o definiu como uma necessidade de "urgência nacional", logo depois de uma indecisão de vários anos. A Comissão estará integrada por especialistas internacionais que deverão descobrir grupos criminais com vínculos nas dependências públicas.