O Presidente da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), Dom Carlos Aguiar Retes, anunciou a publicação de um folheto para deixar clara "a posição da Igreja Católica quando se fala da liberdade religiosa", e como garanti-la exige a existência de um Estado laico que permita à sociedade escolher a religião que lhe pareça sem que alguma seja favorecida exclusivamente.

Em diálogo com a imprensa, o Prelado reafirmou o interesse da Igreja pela consolidação de um Estado laico democrático porque é este o que "garante os direitos humanos a todos os cidadãos", e indicou que devido às tergiversações que sofreram as declarações das autoridades eclesiásticas, é que se decidiu publicar um folheto que sirva de consulta à população e aos interessados.

"A Igreja não está contra o Estado laico, mas sim a favor, plenamente, do Estado laico. Não se contrapõe, ao reverso, favorece à Igreja em que pensa o Concílio Vaticano II, como o ideal de um país: que seja laico", expressou.

O Presidente da CEM explicou que a liberdade religiosa no México é um processo que se dá pouco a pouco e não algo que se de um momento a outro. "Não há tempos nem tampouco prazos para que se alcance o ideal da liberdade religiosa no país. Por isso não nos preocupa as opiniões neste sentido de que se agora não for o momento, se dever entrar ou não o tema na agenda pública do Governo ou das Câmaras", acrescentou.

Com respeito aos rumores de que se está procurando mudar a educação laica por uma religiosa, o Prelado esclareceu que se tratam de "interpretações que o povo figura, imagina e as dá por feito".

Indicou que "uma coisa é que os pais de família procurem a forma de educar seus filhos também em sua fé" e outra coisa quer dizer que pretendemos "que na escola haja uma matéria específica sobre educação católica (...). Nós nem sequer elaboramos uma maneira de como colaborar no ensino religioso. Não há uma proposta concreta".

Por outro lado, recordou que o Colégio de Advogados Católicos é uma organização que não depende do Episcopado e que é desde sua autonomia de onde há partido a iniciativa de modificar a legislação sobre matéria religiosa.

"Se cada um dos católicos neste país queria lançar uma iniciativa, pode fazê-lo, tem toda a liberdade para fazê-lo. De maneira que não é de sentir se estranhar que eles tenham sensibilidade a um problema e tratem de colaborar daí. Mas deve ficar claro que são autônomos que é uma organização própria destes advogados", expressou.

A entrevista completa com o Presidente da CEM pode ser lido, em espanhol, em

http://www.cem.org.mx/prensa/cem/2007/julio/CP070730.htm