Anistia Internacional (AI), através de distintos representantes em diversas partes do mundo, reafirmou sua posição anti-vida logo depois de divulgar, recentemente, que apoiará o aborto por considerá-lo um direito humano; e atacou à Igreja a qual acusa de pôr em perigo o trabalho que realizam.

A Secretária Geral da AI, Kate Gilmore, assinalou que "temos a sujeira sob as unhas e o sangue e a dor das pessoas às quais estamos respondendo. A Igreja Católica, mediante uma má interpretação de nossa posição sobre alguns aspectos do aborto, põe em perigo nosso trabalho em direitos humanos".

Gilmore opinou que a AI defende o direito da Igreja de pronunciar-se em matéria moral, mas nada mais, já que "nossos propósitos convocam à lei e o estado, não a Deus. Isso significa que algumas vezes o marco secular dos direitos humanos que Anistia mantém, às vezes convergirão com a perspectiva de comunidades apoiadas na fé, mas às vezes não".

Depois de comentar a maneira de desculpa que os ativistas da AI na Polônia e alguns países da América Latina aonde existem restrições para abortar "abraçaram completamente a política (abortista)", a Secretária Geral da AI disse que sua organização "tomará ações na Nigéria, aonde as mulheres que procuram abortar enfrentam severos castigos assim como em países latino-americanos aonde às mulheres cujas vidas correm perigo e é negado o aborto. Estamos aqui para fazer o que é correto, não interessa se for impopular ou algo pelo estilo", acrescentou.

Por sua parte, a representante da AI em Ottawa, Canadá, comentou que "recebemos doações de cerca de 25 católicos pelo que agora estamos fazendo" e evitou expressar sua opinião pela perda de 200 doadores regulares nesse país.

Suzi Clark, do escritório de Londres, Inglaterra, predisse, em sua vez, que a AI "vai ganhar mais do que vai perder. Pelo que vemos, apreciamos que existe um número de países aonde mais pessoas nos uniram por nosso apoio aos direitos sexuais e reprodutivos, incluindo alguns aspectos do aborto, que as que se opõem a nosso trabalho".

Por outro lado, uma das porta-vozes da AI nos Estados Unidos, Suzanne Trimel, indicou que os contribuintes desta país são 400 mil e que "apenas um grupo de provavelmente menos de 200 deixou a organização" em protesto pela nova política anti-vida da instituição fundada em 1961 pelo católico convertido, Peter Benenson.

Não financiar a AI

Em junho de 2007, o Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Renato Martino, denunciou esta nova política abortista da AI. Para o Cardeal, esta decisão da AI que será anunciada oficialmente no México D.F. no dia 11 de agosto, é "uma traição a sua missão" já que o que seu fundador desejava era claro: "resguardar os direitos inalienáveis de todos os seres humanos".

"Fazer perder a sensibilidade à cultura do mal do aborto é parte e parcela do lobby abortista. É difícil acreditar que a Anistia tenha cedido às pressões deste lobby". Se a AI persistir, os "indivíduos e as organizações católicas devem retirar seu apoio", afirmou.