CARACAS, 30 de jul de 2007 às 18:03
O Arcebispo de Maracaíbo e Presidente da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV), Dom Ubaldo Santana, assinalou que os bispos já pediram uma entrevista com o Presidente Hugo Chávez e ainda esperam uma resposta positiva.
Dom Santana recordou que os bispos estão convencidos de que existe uma ''urgente necessidade de diálogo'', não só entre a Igreja, o Estado, mas sim entre todos os setores que integram a sociedade venezuelana.
Em diálogo com a imprensa em Chiquinquirá, o Prelado afirmou que ''quando nós pedimos para sermos escutados e conversar para procurar caminhos de entendimento e reconciliação, quer fazer não só para sermos escutados, mas também para que se crie uma cultura de diálogo em nossa sociedade venezuelana, ou ao menos para que se intensifique porque eu acredito que esta atitude à tertúlia, o venezuelano a leva muito dentro''.
Segundo o Arcebispo, o principal escolho nas relações Igreja-Estado é que alguns setores do oficialismo interpretam mal o papel dos bispos e desconhecem que os pastores "falam em nome de 90% de católicos".
Os bispos, afirmou, "são os pastores legítimos da Igreja Católica e dentro da doutrina católica sabemos que não pode haver Igreja sem povo fiel e não pode haver Igreja sem bispos''.
Neste sentido, afirmou que "os bispos praticam a política com P maiúsculo, a que leva em conta todos e busca o bem de todos". "A política é um dos elementos da sociedade, não é o elemento decisivo nem é o monopolizador das demais dimensões da vida social", esclareceu e adicionou que "quando nós falamos de política sempre distinguimos a política como a arte do bem comum, da política como a estratégia para alcançar o poder e o controle de um determinado setor da nação, são duas coisas muito distintas".
Caso Rodríguez Maradiaga
O Arcebispo também opinou sobre os insultos que o Presidente Hugo Chávez propinou ao Arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga.
Segundo Dom Santana, o mandatário o fez por desconhecer a trajetória do Cardeal hondurenho, atual presidente do Cáritas Internacional, um órgão de serviço da Igreja Católica em favor dos mais pobres e necessitados de todo o mundo.