Em declarações à agência EFE, o Vice-presidente da Associação Católica Patriótica Chinesa, Liu Bainian, esclareceu que seu convite ao Papa Bento XVI é "um desejo pessoal, não um convite oficial".

Liu declarou esta semana ao jornal italiano 'La Repubblica' que os católicos chineses "rezam pelo Papa para que um dia possa ser acolhido no país".

Em seu diálogo com EFE, Bainian indicou que seu convite foi pessoal e não oficial, "pois tem que ser o Governo (chinês)" a emiti-lo.

Entretanto, reiterou que a eventual visita papal é "o desejo de todos os fieis chineses" mas indicou que o convite oficial exigiria que se restaurasse os laços diplomáticos entre a China e o Vaticano.

Bainian ofereceu um discurso por motivo dos 50 anos de sua associação, considerada a Igreja "oficial" por estar sob o controle do Governo, durante o qual recordou que o Vaticano deve romper relações diplomáticas com Taiwan e permitir que os chineses escolham unilateralmente seus bispos.

Bainian assinalou que apenas sob estas condições, a China reconhecerá a autoridade do Papa.

Ao mesmo tempo, o jornal oficial da China Daily publicou declarações do funcionário onde sustenta que a atual postura do Vaticano é interpretada como uma interferência nos assuntos internos do país.

"O que eu quis dizer (ao jornal italiano) é que esperava que o Papa pudesse visitar a China e oficiar uma missa, mas só depois da normalização das relações diplomáticas", afirmou e adicionou que "se os dois pontos resolverem da forma apropriada, ambas as parte estarão em uma situação favorável para melhorar suas relações".