O presidente do Instituto de Política Familiar (IPF), Eduardo Hertfelder, afirmou que a ajuda de 2.500 euros por nascimento aprovado pelo Governo não é um apoio real às famílias porque se trata de uma medida tardia, insuficiente e isolada que não está dentro de uma política integral que permita aos pais, entre outras coisas, confrontar o custo econômico de ter os filhos que desejem.

O IPF recordou que uma família espanhola destina como mínimo 5.448 euros ao ano para cada filho até que este faça 18 anos, acumulando no total mais de 98 mil euros; por isso o pagamento único de 2.500 euros logo que cobre 2,5% das necessidades de cada família. Inclusive, indicou, se somar a prestação social de 291 euros ao ano por filho a cargo, apenas se cobrirá no melhor dos casos 7,9%.

"É uma medida economicamente insuficiente pela dotação orçamentária que vai destinar que logo superará os 1.200 milhões de euros e que significará, de fato, que apesar desta medida, Espanha seguirá sendo o país da UE27 que menos ajuda à família, alcançando apenas 0.8% do PIB e muito abaixo da média européia, que é de 2,2% do PIB", indicou.

Assinalou que a isso se soma a falta de medidas complementares, como a universalização do pagamento dos 100 euros, o incremento da prestação social por filho a cargo, a reforma do IRPF com perspectiva de família, entre outros. Advertiu que esta carência leva a Espanha na direção contrária ao resto dos países da Europa, que cada vez implementam melhores medidas e de caráter universal.

Depois de lamentar que o Governo descumpra mais de 80% de suas promessas eleitorais para com a família, o IPF reafirmou a necessidade de aplicar uma política integral que promova à família como instituição e que promova uma cultura e ambiente favorável que ajude aos pais a terem os filhos que desejem, integrando de maneira verdadeiramente humana e construtiva seus distintos âmbitos de desenvolvimento trabalhista, familiar e pessoal.