O Arcebispo de Piura, Dom José Antonio Eguren, alentou aos membros da Força Aérea do Peru (FAP) a aspirar à santidade e descobrir em seu desejo de voar "a nostalgia de infinito que aninha no coração humano e que só Deus pode saciar".

"O céu, que um aviador deseja sulcar, é símbolo de Deus. Deus mora nas alturas", recordou o Arcebispo na Missa que presidiu ante o alto comando e oficiais da FAP por ocasião do aniversário da imolação do herói nacional José Abelardo Quiñones.

Dom Eguren destacou o sacrifício de Quiñones, quem aos 27 anos de idade "demonstrou heroicamente com abnegação, desprendimento e sacrifício de sua própria vida, seu amor pelo Peru, caindo valorosamente em ação de armas na Batalha de Zarumilla, durante o conflito armado com o Equador do ano 1941".

"Por que um jovem de grandes qualidades pessoais e com um brilhante futuro decide sacrificar sua vida pelo Peru em vez de se salvar sem temer à morte?", questionou o Arcebispo.

"Quiñones, como nossos demais heróis, ensina-nos a pôr em primeiro lugar o Peru. Com dor vimos estes dias em nossa Pátria luta, violência, enfrentamentos e divisões entre peruanos, com o doloroso saldo de perdas de vidas humanas, assim como destruição da propriedade pública e privada. Seguindo o exemplo de Quiñones que entregou sua vida pelo Peru, procuremos o bem comum e deixemos de lado os interesses pessoais, de grupo e de partido, que tanto dano fazem à unidade de todos os peruanos", exclamou.

Segundo o Arcebispo, "para obter o bem de todos teremos que estar dispostos a sacrificar sempre algo, a depor egoísmos, e a nos esforçar sobre tudo por servir aos mais pobres, a nossas crianças e jovens, aos fracos e necessitados de nosso país, que sempre devem estar no primeiro lugar de nossa preocupação".

Neste sentido, pediu aos militares a aspirar "à santidade, a uma vida espiritual intensa, amadurecida, séria e responsável, centrada no Senhor Jesus, já que Deus se manifestou plenamente em seu Filho. Ele é o único que sacia plenamente todas nossas ânsias de infinito, de felicidade e de plenitude".

"Sejam homens e mulheres de oração, de confissão freqüente, de Missa dominical, para que em cada missão, seja em suas bases militares ou na cabine de seus aviões, o Senhor seja seu co-piloto, permaneça sempre com vocês, e assim dê sustento e fecundidade a todas seus esforços, tarefas e missões", adicionou.

O Arcebispo explicou que a santidade "não é outra coisa a não ser ‘ser amigos do Senhor Jesus’, em quem a verdade e o amor se identificam. Ele, é a verdade que nos faz livres e o amor que cheia de sentido nossas vidas. Há que ter sempre presente, que é a amizade com Cristo a que abre a tudo o que é bom, nobre e belo na vida".