O Conselho Nacional de Laicos da Venezuela (CNL) emitiu um comunicado onde expressou "seu rechaço ante as contínuas e injustas agressões para a Igreja e em especial para os senhores bispos, intensificadas como resultado dos recentes pronunciamentos feitos ante a preocupante situação da Venezuela".

Depois de expressar seu respaldo e agradecimento aos bispos da Venezuela pela Exortação Apostólica "Urge o Diálogo e a Reconciliação na Venezuela", o CNL reconhece com os prelados que o "pronunciamento sobre os problemas sociais não é uma ingerência indevida na vida política, mas sim o cumprimento de nossa obrigação de iluminar a vida pessoal e social dos fiéis da perspectiva do Evangelho, com critérios estritamente pastorais".

Os laicos venezuelanos destacam que estas afirmações respondem ao que o Papa Bento XVI assinalou em seu discurso inaugural da V Conferência em Aparecida, Brasil: "A Igreja é advogada da justiça e dos pobres, precisamente ao não identificar-se com os políticos nem com os interesses de partido. Apenas sendo independente pode ensinar os grandes critérios e os valores, orientar as consciências e oferecer uma opção de vida que vai mais à frente do âmbito político. Formar as consciências, ser advogada da justiça e da verdade, educar nas virtudes individuais e políticas é a vocação da Igreja neste setor".

Logo depois de reafirmar que a "democracia é o sistema político mais de acordo com o pensamento cristão", o CNL expressa sua preocupação pelos atropelos do governo: "o processo de ideologização do povo, sem respeito da pluralidade de pensamento; a pretensão de monopolizar a educação; os atropelos contra a liberdade de expressão; as ordens que exaltam o ódio e a violência e, sobre tudo, o projeto de uma reforma constitucional feita secretamente a costas da sociedade venezuelana e orientada ao estabelecimento de um sistema socialista baseado na teoria e a praxe do marxismo-leninismo", contrárias ao Cristianismo.

"Solicitamos ao Governo como administrador do Estado que exerça responsavelmente seu dever de garantir as condições básicas que permitam à totalidade dos venezuelanos, e não só a um setor deles, uma convivência justa, respeitosa da diversidade, que promova o bem comum e que proteja os princípios fundamentais da pessoa humana e da sociedade", precatória o Conselho Nacional de Laicos.

Depois de afirmar que a reconciliação e a solidariedade "não anulam o direito a dissentir" pacificamente, os laicos reconhecem "com satisfação o movimento estudantil que se manifestou com valentia a favor da liberdade e da reconciliação. Alentamos aos jovens estudantes, principais construtores da sociedade que desejamos, a prosseguir em sua luta pacífica pelo respeito aos valores democráticos, especialmente a liberdade, dom inerente à dignidade humana. A eles oferecemos nosso total apoio".

Finalmente manifestam que "acolhemos o chamado de nossos Bispos a intensificar a oração pela Solidariedade e a Reconciliação na Venezuela. Além disso do compromisso iniludível pessoal e comunitário, de implorar a ajuda de Deus, o Conselho Nacional de Laicos, propõe, junto a outras instâncias eclesiásticas, a celebração de um ‘Dia Nacional de Oração’, da qual estaremos informando oportunamente".