O Pe. Vicente Cárcere Ortí, especialista em temas da perseguição religiosa durante a Guerra Civil na Espanha, afirmou que os 498 mártires que serão beatificados no dia 28 de outubro morreram por sua fé. "Foram mortos simplesmente pelo símbolo, porque representavam à Igreja. É mais, se qualquer um deles se colocou na política, a Igreja nunca os proclamaria mártires", afirmou.

O também autor dos livros "A perseguição religiosa na Espanha durante a Segunda República" e "A grande perseguição. Espanha" indicou que "os mártires foram homens e mulheres que pertenciam às classes mais baixas da sociedade, eram tão pobres como seus próprios assassinos. Não tinham nada a ver com a guerra, não empunharam nenhuma arma, não se enfrentaram com ninguém nem gritaram nunca ‘Viva Franco!’".

Do mesmo modo, o sacerdote espanhol explicou que "a maior parte dos martírios ocorreram antes que a Igreja espanhola se pronunciasse a favor de um grupo ou de outro. De fato, o primeiro documento oficial dos bispos espanhóis que se posiciona ao lado dos nacionais data de 1º de julho de 1937 e para então já tinham sido assassinados até 6.500 sacerdotes, religiosos e laicos".

O historiador assinalou também que "a perseguição começou em 14 de abril de 1931, virtualmente com a República, com a qual começa uma crescente ofensiva contra a Igreja através de discriminações e leis injustas que atacavam a esta instituição".

Isto foi criando uma "tensão fortíssima contra a Igreja", que estalou finalmente com a elevação de Franco em 17 de julho de 1936, precisou o Pe. Cárcere.