O Arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani, assinalou que "o fim não justifica os meios, não podemos usar a violência como meio para nada", em relação aos violentos protestos de distintos setores que vieram ocorrendo no país.

O Cardeal pediu aos peruanos reduzir o nível de confrontação e estabelecer um diálogo na verdade respeitando as normas do Estado de direito, entre os setores em greve e as autoridades do país. "A greve é um direito trabalhista que tem alguns limites. Não posso invadir outros setores e pedir que haja uma mudança de política tarifária, por exemplo. Nesses instantes a greve não é aceitável, desnaturalizou-se", afirmou.

Em seguida, o Arcebispo de Lima recordou que a Doutrina Social da Igreja ensina que "a greve deve ser sempre um método pacífico de reivindicação e de luta por seus próprios direitos, resulta moralmente inaceitável quando vai acompanhada de violência ou quando atenta contra o bem comum de outros" e adicionou que "a Igreja sempre repetirá que a violência gera violência, o diálogo gera respeito".

Contra a desnutrição

Por outro lado, no sábado passado, o Cardeal Cipriani abençoou um refeitório que beneficiará mil crianças. A obra é parte da campanha "Fazer sorrir é simples" que promove Caritas Lima com o apoio da Corporação Wong e a Diocese canadense de Pembroke. Este refeitório se encontra na capela São Francisco de Assis na zona sul da capital. O projeto durará três anos e se iniciou no mesmo dia com um plano piloto que atenderá 70 crianças durante os dois primeiros meses.

O refeitório oferecerá café da manhã e almoço, de segunda-feira à sexta-feira, aos menores que vivem em 14 assentamentos humanos em Chorrillos, ao sul de Lima.

"Começamos hoje a ajudar um bom grupo de crianças. A nutrição é o ponto de partido para tudo, se houver nutrição há saúde e daí já podemos falar de educação, de família, de tudo" disse o Cardeal.