Ao entrar em vigor desde ontem em Portugal a lei que legaliza o aborto a pedido até a décima semana de gestação, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom Carlos Alberto Moreira de Azevedo, indicou que esta norma iníqua "está movendo a consciência de muitos cristãos e de muitas pessoas que expressam seu mal-estar porque consideram o valor da vida como um valor essencial".

O também Bispo Auxiliar de Lisboa recordou que "pedimos que os cristãos enfermeiros e médicos, as mulheres e os maridos católicos apliquem a objeção de consciência. Foram muitos os que acolheram este chamado e se aderiram a ela". "Isto certamente representou uma grande surpresa para o governo e o Estado: em muitos hospitais públicos será virtualmente impossível praticar um aborto porque são muitíssimos médicos quem tem exercido o direito à objeção de consciência", afirmou.

O Prelado denunciou também que "em Portugal, todo tipo de intervenções relacionadas com patologias cancerígenas devem ser pagas. Entretanto, os abortos serão agora gratuitos e estarão pagos inteiramente pelo Estado. Isto nos parece verdadeiramente uma coisa incrível".

O porta-voz da CEP disse em seguida que "procuramos promover uma cultura de vida" para que quem queira optar pelo aborto "acreditem que existe outras soluções". "Consideremos por eles que as condições sociais e econômicas devem mudar para ajudar assim às mulheres que esperam um filho", afirmou.