O Arcebispo de Cochabamba, Dom Tito Solari, afirmou que a nova Constituição que elabore a Assembléia Constituinte deve garantir os direitos à liberdade de consciência, religião e culto, os quais já são "reconhecidos na cultura universal"; assim como os valores fundamentais da vida, da família e da educação.

O Prelado recordou que a Igreja "divulga o respeito à vida da concepção até a morte natural", pois é um dom de Deus. Do mesmo modo, acrescentou que a família, célula da sociedade, "tem que ser cuidada e protegida pelo Estado acima de outras instituições".

"A família, que Deus criou, é a formada por um homem e uma mulher. E esta é também a família que pertence às culturas originárias. Não outro tipo de família", reafirmou o Arcebispo de Cochabamba em um artigo publicado no semanário Mensageiro Digital, órgão informativo da arquidiocese.

No texto, Dom Solari também se referiu ao aspecto educativo ao recordar que "a escola é um bem público" e que são os pais quem decidem o tipo de educação que querem para os filhos. Além disso, assinalou, "uma educação integral inclui necessariamente a referência ao transcendente, quer dizer ao religioso".

"Também os bispos consideram que deveria ser reconhecida a natureza da Igreja como pessoa coletiva de direito público. Toda sua missão é servir à comunidade, com preferência aos pobres, aos pequeninos e aos marginalizados", afirmou.

Dom Solari destacou que estes "são pontos fundamentais (porque) o cristão que vive o Evangelho encarnou estes princípios e valores. Não pode alguém dizer-se cristão, se não assumir estes pontos como parte de sua identidade".

O Arcebispo de Cochabamba esclareceu que não é intenção dos bispos impor aos constituintes estes pontos, "mas simplesmente propô-los".

"De maneira nenhuma entendemos nossa iniciativa como um gesto contra um partido, nem como uma ação que divida os bolivianos. Mas bem pensamos que estes pontos poderiam ser de grande convergência e fundamento para uma Bolívia renovada", expressou.