Dois representativos grupos dissidentes cubanos enviaram cartas aos bispos reunidos na Assembléia Ordinária do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) nas quais solicitam o apoio dos prelados para procurar a libertação das dezenas de presos políticos que o Governo encarcerou em março de 2003.

As Damas de Branco, associação que reúne mulheres familiares dos dissidentes encarcerados com penas de até 28 anos da prisão, depositaram sua esperança "nas gestões do Santo Padre Bento XVI ante as autoridades de Cuba, assim como a intercessão de suas eminências, a fim de que os prisioneiros de consciência sejam libertados imediata e incondicionalmente".

Do mesmo modo, solicitam a mediação dos bispos para a libertação de outros "prisioneiros políticos pacíficos" da ilha, e pedem que "enquanto isto não ocorra, eles tenham assistência religiosa, tratamento médico e condições de prisão adequadas".

Ao mesmo tempo, o Movimento Cristão Libertação (MCL), liderado por Oswaldo Payá, enviou uma mensagem aos bispos onde oferece suas orações, pede apoio para os presos políticos e assegura que Cuba sofre o "atentado perverso da descristianização forçada".

Payá e as Damas de Branco receberam o Prêmio Sajárov de Direitos Humanos do Parlamento Europeu. A 31° Assembléia Ordinária do CELAM começou na terça-feira e hoje termina. Esta foi a primeira vez que se celebra em Cuba.