Através de um comunicado oficial, o Presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, ratificou ontem sua oposição a legalização do aborto no país, desmentindo deste modo versões jornalísticas que informavam uma suposta negociação de seu entorno com legisladores para introduzi-la na legislação nacional.

"Ante versões da imprensa, que estabelecem –textualmente– que legisladores de todos os partidos e o entorno de Vázquez negociam uma alternativa ao projeto de legalização do aborto, o Presidente da República reitera à opinião pública o que expressou em mais de uma oportunidade: que não tem porta-vozes, emissários, operadores nem herdeiros políticos", assinala o comunicado de imprensa publicado no site da Presidência.

O Presidente uruguaio, cuja posição contrária ao aborto e sua legalização no país é conhecida, adiciona que, sobre esta, "não recebeu nenhum projeto nos últimos meses e sua posição sobre o mesmo não mudou nem se modificará".

Legisladores da coalizão esquerdista Frente Ampla, que levou Vásquez à presidência do Uruguai, promovem no Parlamento a aprovação do projeto de lei de Saúde Sexual e Reprodutiva que legaliza o aborto, texto que se vem estudando na Comissão de Saúde da Câmara dos Senadores.

O desmentido presidencial faz referência, embora sem mencioná-lo expressamente, ao semanário Busca que em seu último número afirmou que "o ponto chave para que Vázquez desista de sua anunciada decisão de vetar uma lei que inclua a legalização do aborto, seria que o projeto não estabeleça a possibilidade legal de interromper uma gravidez ante apenas a vontade da mulher".