ROMA, 21 de jun de 2007 às 07:30
O procurador do Patriarcado caldeu ante a Santa Sé, Pe. Philip Najim, advertiu que os atentados terroristas, os seqüestros e as conversões forçadas estão fazendo com que a Igreja no Iraque esteja desaparecendo, pois os extremistas converteram os cristãos em bode expiatório".
"Igrejas fechadas, carros bomba, conversões forçadas, seqüestros: no Iraque os cristãos estão morrendo. A Igreja está desaparecendo sob os golpes de perseguições, ameaças e violências por parte de extremistas que não deixam outra opção: ou a conversão ou a fuga", expressou durante a Missa em sufrágio do Pe. Ragheed Aziz Ganni, sacerdote caldeu assassinado em 3 de junho em Mosul (Iraque), junto com três subdiáconos.
O representante dos caldeus alertou que "os seqüestros de sacerdotes são cada vez mais freqüentes" e os fiéis, se querem ficar em suas casas ou permanecer na fé, são "obrigados a pagar 'impostos'". Advertiu que estas pressões incrementaram a emigração de cristãos que vêem como única alternativa para sobreviver o "renunciar suas próprias raízes, deixar sua própria pátria".
O sacerdote disse que os cristãos iraquianos se converteram "no bode expiatório de que será aproveitado ou eliminado". Os extremistas, narrou, impedem de professar sua fé livremente, impõem o véu muçulmano às mulheres e arrancam as cruzes das Igrejas.
Nesse sentido, afirmou que o Pe. Ganni "é um mártir desta Igreja caldéia ensangüentada a qual Bento XVI chama Igreja dos mártires viventes".
"Seu martírio deve ser uma aurora nova para a vida e para a paz futura do Iraque, deixando espaço à esperança cristã. Temos necessidade de que a Santa Sé alente a Igreja no Iraque e a todos os cristãos à unidade", expressou.
A Eucaristia se realizou na capela do Colégio Pontifício Irlandês, onde o sacerdote assassinado viveu cinco anos. Participaram o Prefeito Emérito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Ignace Moussa Daoud; o procurador do Patriarcado dos Sírios de Antioquia ante a Santa Sé, Dom Mikhail Jamil; o Arcebispo emérito de Dublin, Cardeal Desmond Connell, embaixadores de vários países, entre outros.