A Eucaristia é um dom que pertence ao Senhor, não aos sacerdotes que a celebram, que não tem direito a arbitrariedades litúrgicas, assinalou o Arcebispo de Madri, Cardeal Carlos María Rouco, durante a celebração de Corpus Christi este domingo.

Durante a homilia da Missa que presidiu na Praça do Oriente, o Cardeal recordou que "profanar a Eucaristia supõe um desprezo da morte do Senhor", e destacou que  os sacerdotes "não são os protagonistas da celebração litúrgica".

Em seguida, em uma clara referência a recentemente dissolvida paróquia de Entrevías, aonde três sacerdotes vinham celebrando a "missa" com rosquinhas e torrone, o Cardeal assinalou que "temos que lamentar com profunda dor os abusos e profanações deste sacramento dos quais fomos testemunhas recentemente em nossa diocese".

Estes fatos "apartam seus autores da comunhão na fé e na vida eclesiástica, que é o único marco válido de celebração destes sagrados mistérios".

O Arcebispo madrileno afirmou que "utilizar a celebração contra a própria Tradição em que teve sua origem é, além de um ato carente de sentido e de valor teológico, um triste e grave atentado contra a comunhão eclesiástica que nasce da obediência à fé e ao mandamento apostólico que procede do Senhor", adicionou.

Em outra clara alusão a recentemente suspensa "igreja vermelha" –como a batizaram seus mesmo líderes, - o Cardeal Rouco recordou aos que participam das celebrações que ali seguem sendo realizadas em desobediência à ordem da Arquidiocese, que "quem não tem fé, injuriam à comunidade fiel simulando participar de seus mistérios; e aqueles que acreditam, rompem a comunhão que Cristo quis para sua Igreja".

A ex-paróquia de São Carlos Borromeo, com efeito, converteu-se em ponto de desfile de numerosos políticos, artistas e personagens públicos não fieis, que participam "de gesto de solidariedade" das "missas" estrambóticas celebradas em rebeldia por três sacerdotes que não aceitaram a decisão do Arcebispo de fechar a paróquia.

O Cardeal  Rouco exortou a todos os sacerdotes a "aprofundar sempre na consciência do próprio mistério eucarístico como um humilde serviço a Cristo e a sua Igreja".