O jornalista Odoardo Focherini, quem salvou centenas de judeus dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, é "uma inesquecível figura de marido cristão, cujo virtuoso exemplo segue falando com a Igreja de hoje", afirmou o Papa Bento XVI em sua mensagem à diocese italiana de Carpi ao comemorar o centenário de seu nascimento.

Na mensagem do Santo Padre, assinado pelo Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, o Pontífice faz votos para que a lembrança de Focherini "contribua a fazer presente a luminosa mensagem e o intrépido testemunho de um laico tão generoso, que a imitação de Cristo, prodigalizou-se incessantemente para a salvação de seus irmãos".

Amanhã, na cidade de Carpi, celebrar-se-á uma Eucaristia em memória de Focherini, quem nasceu em 6 de junho de 1907 e cuja causa de beatificação já concluiu a etapa diocesana, que será presidida pelo Cardeal Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Sua história

Odoardo Focherini era casado, pai de sete filhos e como jornalista era administrador do jornal "L'Avvenire d'Itália". Tinha sido nomeado Cavalheiro de São Silvestre por decisão do Papa Pio XI.

Em março de 1944 Focherini chegou ao hospital Ramazzini, em Carpi, para ajudar a um judeu a escapar para a Suíça, para o qual contava com o apoio da cúria episcopal de Modena e Carpi. Foi descoberto e detido.

Depois de ter salvo centenas de judeus dos nazistas, em 5 de julho de 1944 foi transferido para o campo de concentração de Fossoli, em seguida ao de Gries e finalmente ao de Hersbruck, na Alemanha, aonde morreu na véspera de Natal desse mesmo ano.