Depois de conhecer a decisão do ETA de romper o "cessar fogo" às zero horas de hoje, os bispos de Bilbao, San Sebastián e Vitoria emitiram ontem uma nota conjunta em que pedem à organização terrorista que "revogue sua decisão e anuncie o afastamento definitivo de sua violência" pois esta deve "desaparecer sem contrapartidas".

Em seu comunicado, os prelados qualificam de "péssima notícia" o anúncio do grupo de dar por concluído o cessar fogo permanente, "já interrompido com o atentado de 30 de dezembro passado", quando detonou cargas explosivas no aeroporto madrileno de Barajas, assassinando dois imigrantes equatorianos.

Depois de assinalar que "agora compartilhamos o sentimento de frustração e a dor estendidas entre a população", os prelados indicam que, "recolhendo o sentir majoritário de nossa sociedade e em defesa dos direitos fundamentais da pessoa, pedimos ao ETA que revogue sua decisão e anuncie o afastamento definitivo de sua violência".

"Esta sociedade -prosseguem- não necessita a tutela de nenhum grupo nem a ameaça ou o uso da violência para reclamar seus direitos ou cumprir suas obrigações. A violência exercida real ou potencialmente é contrária à justiça, à liberdade e à paz, e fecha qualquer caminho para elas. Deve, portanto, desaparecer sem contrapartidas".

Mais adiante, os bispos chamam a seguir procurando a paz e reconhecem "o trabalho paciente de quem se empenha com honradez e sinceridade em manter abertos os caminhos para a paz e a reconciliação".

"A esperança de um povo é uma mola necessária para construir a paz. Sustenta o ânimo e a energia para procurá-la. Quem põe em perigo o caminho para a paz e minam a esperança, contraem ante a sociedade, ante a história e ante Deus uma gravíssima responsabilidade", concluem Ricardo Blázquez, Bispo de Bilbao; Juan María Uriarte, Bispo de San Sebastián; Miguel Asurmendi, Bispo de Vitoria; e Carmelo Echenagusia, Bispo Auxiliar de Bilbao.