Depois da emissão nesta segunda-feira a noite de um comunicado onde o ETA anunciava o rompimento do cessar fogo permanente que ele mesmo tinha anunciado em 22 de março de 2006 e feito efetivo 48 horas depois, a Conferência Episcopal Espanhola (CEE) lamentou e condenou "com firmeza a nova agressão à convivência em justiça e liberdade" por parte do grupo terrorista que volta a ameaçar com suas ações criminais.

Hoje, dia em que "ficam abertos todas as entradas", conforme anunciou a organização criminal em um comunicado publicado por dois jornais bascos, a CEE publica em seu site uma nota de imprensa em que assinala que o "ETA emitiu ontem à noite um comunicado atrevendo-se a ameaçar uma vez mais à sociedade com suas ações criminais".

"Lamentamos e condenamos com firmeza a nova agressão à convivência em justiça e liberdade", asseguram os bispos que reiteram deste modo que "o terrorismo é intrinsecamente perverso" e que "nenhuma reivindicação política outorga legitimidade a ninguém para ameaçar e assassinar", mas, pelo contrário, "quem assim atua se convertem em criminoso em cujas condutas têm que ser aplicada a Lei com todo seu justo rigor".

O Episcopado espanhol recomenda ler novamente a Instrução Pastoral da Assembléia Plenária da Conferência Episcopal "Valorização moral do terrorismo na Espanha, de suas causas e de suas conseqüências", de 22 de novembro de 2002, que "conserva plenamente seu valor".

"Os bispos aconselharam em diversas ocasiões que se reze pela conversão dos terroristas e pelo final desta praga lacerante da convivência", continua a nota episcopal que conclui assegurando que "as vítimas do terrorismo e seus familiares têm um lugar especial na oração e no apoio dos católicos".

Nove meses depois do início do cessar fogo, o ETA perpetrou um atentado no Terminal T-4 do aeroporto madrileno de Barajas causando a morte de duas pessoas de nacionalidade equatoriana, ponto no qual o Governo deu por finalizado o "processo de paz".