O Bispo de Asidonia-Jerez, Dom Juan del Río, qualificou como "inaceitável na forma e no fundo em um país democrático" a nova disciplina Educação para a Cidadania, já que "impõe" uma formação da "consciência moral" dos alunos "à margem da livre eleição de seus pais".

Dom Río se referiu à nova Lei de Educação que começará a aplicar o próximo curso na Espanha por decisão do governo socialista e que "não regula" o ensino da Religião, de forma que "não fica equiparada a uma disciplina fundamental" por isso os alunos que a escolhem "são discriminados em relação aos que não o fazem".

Esta "discriminação" se produz, conforme explicou, porque aqueles que não escolham Religião "terão uma disciplina menos para cursar e só se prevê que sejam atendidos educativamente em seu centro através de atividades sem conteúdos regrados nem avaliação que o mesmo centro organize".

Assim, os alunos que escolhem Religião "fazem um esforço acadêmico extra enquanto que quem não a escolhe desfrutam de tempo livre ou de estudo".

Quanto à Educação Infantil e Fundamental de Primeiro Ciclo, a disciplina "não sofre mudanças significativas", já que na Diocese de Asidonia-Jerez, 93% dos alunos dos centros públicos a escolhem a cada ano. Entretanto, se produzir uma variação na ESO, a diminuição de uma hora na etapa, a introdução de uma religião não confessional -História e Cultura das Religiões- e a "não regulação" da chamada "devida atenção educativa que se deixa a critério dos distintos centros".

A seu julgamento, toda esta situação "vai em detrimento" do estudo "rigoroso e científico" dos conteúdos da fé católica nas idades do Ensino Fundamental, que é "fundamental" para que as crianças e jovens "adquiram uma visão do mundo unitária, em que as afirmações da fé e as afirmações das ciências alcancem uma relação harmoniosa", já que "sem esta harmonia não pode haver uma boa educação integral que todos desejamos".