O Bispo de Chosica (Peru), Dom Noberto Strotmann Hoppe, explicou as deficiências que teriam levado aos bispos a uma mudança metodológica na V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe.

Em declarações a ACI Digital, o Prelado peruano indicou que "não é novidade se disser que evidentemente houve problemas" nem tanto aqui mas sim no passado.  "Um dos pontos que tenho muito claro é que a técnica de preparação de eventos deste tipo deve mudar e perfilar-se muito mas também a metodologia na mesma assembléia deve mudar profundamente e perfilar-se para que, com 250 bispos reunidos, haja uma maior eficiência e efetividade", acrescentou.

Dom Strotmann indicou que em que pese a que "em distintos grupos houve também distintos temperamentos", não se registrou incidente algum "mesmo quando houve muitas diferenças de opiniões entre os bispos".

Ao falar de suas sugestões, o Bispo de Chosica afirmou ter notado "uma grande debilidade nos processos de preparação. Isto em questões sociais como em questões teológicas. Não houve grande luz e peço mil desculpas aos envolvidos", assinalou em alusão aos documentos preparatórios da V Conferência Geral.

"No mínimo um evento como este necessita uma preparação técnica, estatística, os dados mas seguros para detectar quais são os grandes problemas. Embora evidentemente as estatísticas não me dêem todas as respostas nem todos os problemas", esclareceu.

Ao comentar a escassez de resposta às vocações sacerdotais e religiosas, o Prelado manifestou que "o que deveria ser a esperança para a Igreja é uma tremenda dor de cabeça sob a perspectiva institucional. Eu sou testemunha aqui que houve muitos bispos que estavam dizendo 'não, estão em auge as vocações'. Sobre religiosas não o dizem por que séria evidentemente uma mentira porque ali as cifras são tão claras".

Em relação em seguida a Grande Missão Continental, Dom Strotmann comentou que "sem um fino desenho e sem uma excelente preparação de materiais, preparação de gente onde se sabe de antemão quais são os problemas, em uma cultura cristã, uma missão popular é simplesmente tirar o pó. Na situação por exemplo de minha diocese é assim devo converter para a fé e este processo é algo muito pessoal que requer uma metodologia muito distinta do que estamos acostumados".

Ao falar do Documento Final de Aparecida, o Bispo de Chosica disse que "este, parece-me, tão avançado que já não se pode negociar maiores mudanças. Nenhuma conferência deste tipo pode em curto espaço de tempo que há realmente confeccionar sobre a problemática: seja do mundo de hoje, da sociedade latino-americana, mas seja também sob a perspectiva teológica".

"Tenho lido o livro do Santo Padre, 'Jesus de Nazaré'. Não há ninguém que dirija seu capítulo que é pequeno, 10 - 15 páginas sobre o discipulado mas exegeticamente e teologicamente extremamente atrativo, enquanto que nós temos uma justaposição de entrevistas e alguém se pergunta onde esta o fio condutor", indicou.