O mais recente estudo científico sobre o Levonorgestrel, componente essencial da chamada "pílula do dia seguinte" ou "anticoncepção de emergência", confirma que esta droga sim produz um terceiro efeito sobre as usuárias, que consiste em impedir a implantação do óvulo fecundado e produzir, portanto, um aborto.

Os promotores desta droga na América Latina onde a maioria das legislações penalizam o aborto, trataram que assinalar que o "terceiro efeito" -o abortivo- não é produzido pela droga e que, portanto esta pode ser legal.

Nesta linha argumentação se expressou o Dr. Horacio Croxatto, catedrático do Instituto Chileno de Medicina Reprodutiva (ICMER), quem declarou em Santiago do Chile em 2006 que "a anticoncepção de emergência não é abortiva porque previne a gravidez impedindo a ovulação somente".

Entretanto, o mais recente estudo (2007) realizado pelos doutores Mikolajczyk e Stanford do Departamento de Medicina em Saúde Pública da Universidade de Bielefeld (Alemanha)  assinala claramente que a "efetividade real" da pílula do dia seguinte se explica também por mecanismos que ocorrem depois da fertilização (fecundação), quer dizer que não se pode descartar o terceiro efeito (anti-implantatório) do levonorgestrel mas sim mas bem, confirmá-lo.

O estudo, publicado pela prestigiosa revista científica Fertility and Sterility -e acessível em inglês em www.fertstert.org - utilizou informação combinada de múltiplos estudos clínicos e com sofisticados modelos matemáticos, chegou à conclusão de que se a anticoncepção de emergência atuasse somente inibindo a ovulação sua efetividade  real estaria somente entre 8-49%; se esta atuasse antes da ovulação e também inibisse a mesma por completo, sua efetividade real estaria apenas entre 16-90% do observado. O resto da ação do Levonorgestrel pode ser explicado por mecanismos de ação suplementares que incluem mecanismos de ação pós-fertilização (quer dizer mecanismos de ação abortivos).