8 de março: São João de Deus, padroeiro dos que trabalham em hospitais
REDAÇÃO CENTRAL, 08/03/2021 (ACI).- Hoje a Igreja Católica celebra a Festa de São João de Deus, Fundador da Comunidade dos Irmãos Hospitaleiros, padroeiro dos que trabalham em hospitais e dos que propagam livros religiosos.
Nasceu e morreu em 8 de março. Nascido em Portugal, em 1495, faleceu em Granada, Espanha, em 1550, aos 55 anos de idade. De família pobre, mas muito piedosa, sua mãe morreu quando ele era muito jovem e seu pai morreu como religioso em um convento.
Em sua juventude, foi um pastor, muito apreciado pelo proprietário da fazenda onde trabalhou, o qual propôs que se cassasse com sua filha e assim seria herdeiro daqueles bens. Mas, o santo decidiu ficar livre de compromissos econômicos e conjugais porque queria se dedicar a trabalhos mais espirituais.
Foi também soldado sob as ordens do gênio da guerra, Carlos V, em batalhas muito famosas e a vida militar o fez forte, resistente e sofrido.
Depois de deixar o exército, decidiu se render à vida apostólica, vendendo livros religiosos nas ruas. Ele chegou a Granada, na Espanha, cidade onde, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão de São João d’Ávila contra a vida de pecado, começou a gritar: “misericórdia, Senhor, sou um pecador”.
Confessou-se com São João d’Ávila e propôs como penitência fingir-se de louco para que as pessoas o humilhassem e o fizessem sofrer.
Distribuiu entre os pobres tudo o que tinha em sua pequena livraria, começou a vagar pelas ruas da cidade pedindo misericórdia a Deus por todos os seus pecados e, como as pessoas acreditavam que era louco, começaram a atacá-lo com pedras e golpes.
João de Deus foi levado para o hospício onde foi tratado com crueldade e todo sofrimento era oferecido pela conversão dos pecadores.
Depois de sair do hospício, fundou um hospital e ensinou, por exemplo, que a certos enfermos se deve curar primeiro a alma se quiser obter depois a cura do corpo.
Em uma ocasião, seu hospital se incendiou e, sem questionar-se, São João de Deus entrou várias vezes para resgatar os pacientes. Quando passou em meio às chamas, não sofreu nenhuma queimadura, conseguindo salvar a vida de todos os pobres a quem se dedicava com tanto amor.
Em 8 de março de 1550, sentindo que se aproximava a sua morte, ajoelhou-se e exclamou: “Jesus, Jesus, em suas mãos me encomendo”, e nesse momento faleceu.
Após sua morte, recebeu de Deus muitos milagres para seus devotos e foi declarado santo em 1690.
Atualmente, os irmãos Hospitaleiros de São João de Deus se dedicam a cuidar dos doentes em suas centenas de casas localizadas em diferentes partes do mundo. Atendem os enfermos em todos os continentes e com grandes e maravilhosos resultados, empregando sempre os métodos da bondade e da compreensão, em vez do rigor e da tortura.
9 mulheres que foram exemplares para a Igreja e o mundo
REDAÇÃO CENTRAL, 08/03/2021 (ACI).- Há quem diga que a mulher não tem papéis importantes na Igreja. Entretanto, desde o início do cristianismo até a atualidade, Deus suscitou mulheres que orientaram o Povo de Deus, influenciando também no curso do Papado. Conheça 9 mulheres que foram exemplares para a Igreja.
1. A Virgem Maria
“Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou” (Jo 2,4), disse Jesus à sua Mãe nas Bodas de Caná, em um casamento ao qual ambos tinham sido convidados. Cristo escutou sua mãe, a primeira mulher que acolhe o Senhor e motiva o primeiro milagre conhecido da vida pública de Jesus.
Os primeiros séculos do cristianismo estão cheios de mulheres corajosas que não duvidaram em dar sua vida por Cristo, incentivando os demais cristãos a não fraquejar quando lhes chega o momento.
2. Santa Hildegarda de Bingen
Mais tarde, durante a Idade Média, a Igreja já não era perseguida, mas vivia-se uma cultura machista, própria da época. Isto não foi impedimento para Santa Hildegarda de Bingen (1098-1179), religiosa beneditina de origem alemã, que chegou a ter uma séria de visões místicas.
Escreveu obras teológicas e de moral com notável profundidade e foi declarada Doutora da Igreja por Bento XVI no ano 2012, junto com São João d’Ávila. Sua popularidade fez com que muitas pessoas, entre bispos e abades, lhe pedissem conselhos.
“Quando o imperador Federico Barbarroja provocou um cisma eclesial, opondo 3 antipapas ao Papa legítimo, Alexandre III, Hildegarda, inspirada em suas visões, não hesitou em recordar-lhe que também ele, o imperador, estava submetido ao juízo de Deus”, contou o Papa Bento XVI em sua audiência geral sobre esta santa em 2010.
3. Santa Catarina de Sena
Posteriormente, apareceria outra mística e Doutora da Igreja, Santa Catarina de Sena (1347-1380), que vestiu o hábito da ordem terceira de Santa Domingo. Nesta época, os Papas viviam em Avignon (França) e os romanos se queixavam de ter sido abandonados por seus bispos, ameaçando com o cisma.
Gregório XI fez um voto secreto a Deus de regressar a Roma e ao consultar Santa Catarina, ela lhe disse: “Cumpra com sua promessa feita a Deus”. O Pontífice ficou surpreso porque não tinha contado a ninguém sobre o voto e, mais tarde, o Santo Padre cumpriu sua promessa e voltou para a Cidade Eterna.
Mais tarde, no pontificado de Urbano VI, os cardeais se distanciaram do Papa por seu temperamento e declararam nula sua eleição, designando Clemente VII, que foi residir em Avignon. Santa Catarina enviou cartas aos cardeais pressionando-os a reconhecer o autêntico Pontífice.
A Santa também escreveu a Urbano VI, exortando-o a levar com temperança e alegria os problemas, controlando o temperamento. Santa Catarina foi a Roma, a pedido do Papa, que seguiu suas instruções. A Santa também escreveu aos reis da França e Hungria para que deixassem o cisma. Toma uma mostra de defesa do papado.
4. Santa Teresa de Jesus
Com a aparição do protestantismo, a Igreja se dividiu e foi realizado o Concílio de Trento. Estes são os anos de Santa Teresa de Jesus (1515-1582), religiosa contemplativa que marcou a Igreja com sua reforma carmelita.
Apesar de ter sido incompreendida, perseguida e até acusada na Inquisição, seu amor a Deus a impulsionou a fundar novos conventos e a optar por uma vida mais austera, sem vaidades, nem luxos. Submersa muitas vezes em êxtases, nunca deixou de ser realista.
Sendo Santa Teresa D’Ávila relativamente inculta, dialogava com membros da realeza, pessoas ilustres, membros eclesiásticos e santos de sua época para lhes dar conselhos, receber ajuda e levar adiante o que havia se proposto. Tornou-se escritora mística e é também Doutora da Igreja.
5. Santa Rosa de Lima
Do outro lado do mundo, na América, mais precisamente no Peru, Santa Rosa de Lima (1586-1617) tomou Santa Catarina de Sena como modelo e se omitiu àqueles que a pretendiam por sua grande beleza, para poder viver em virgindade, servindo aos pobres e doentes.
“Provavelmente, não houve na América um missionário que com suas pregações tenha conquistado mais conversões do que as que Rosa de Lima obteve com sua oração e suas mortificações”, disse o Papa Inocêncio IX ao se referir à primeira Santa da América.
São João Paulo II disse sobre a santa que sua vida simples e austera era “testemunho eloquente do papel decisivo que a mulher teve e segue tendo no anúncio do Evangelho”.
6. Santa Teresa de Lisieux
Do amor dos santos esposos franceses Louis Martin e Zélia Guérin, canonizados em outubro de 2015, nasceu Santa Teresa de Lisieux (1873-1897), Doutora da Igreja e padroeira universal das missões.
Santa Teresa viveu somente 24 anos. Um ano depois de sua morte, a partir de seus escritos, foi publicado o livro “História de uma alma”, que conquistou o mundo porque deu a conhecer o muito que esta religiosa tinha amado Jesus.
“Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem dos ‘Doutores da Igreja’, mas seu ardente itinerário espiritual manifesta tal maturidade, e as intuições de fé expressas em seus escritos são tão vastas e profundas, que lhe merecem um lugar entre os grandes professores do espírito”, disse São João Paulo II sobre esta santa.
O Papa Francisco também comentou em diversas ocasiões a profunda devoção que o une a esta santa e compartilhou em uma de suas viagens que antes de cada viagem ou diante de uma preocupação, costuma pedir “uma rosa”.
Durante a perseguição nazista no século XX, surgiu na Europa outra grande mulher, convertida do judaísmo, religiosa carmelita descalça e mártir, Santa Edith Stein, também conhecida como Santa Teresa Benedita da Cruz (1891-1942).
Junto com outros judeus conversos, foi levada ao campo de concentração de Westerbork em vingança das autoridades pelo comunicado de protesto dos bispos católicos dos Países Baixos contra as deportações de judeus.
Santa Edith foi transferida para Auschwitz, onde morreu nas câmaras de gás, junto com sua irmã Rosa, também convertida ao catolicismo, e muitos outros de seu povo.
São João Paulo II diria sobre ela: “Uma filha de Israel, que durante a perseguição dos nazistas permaneceu, como católica, unida com fé e amor ao Senhor Crucificado, Jesus Cristo, e, como judia, ao seu povo”.
8. Santa Teresa de Calcutá
O testemunho de Santa Teresa de Calcutá (1910-1997) de servir a Cristo nos “mais pobres entre os pobres” ensinou que a maior pobreza não estava nos subúrbios de Calcutá, mas nos países “ricos” quando falta o amor ou nas sociedades que permitem o aborto.
“Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz”, dizia a também ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 1979.
Em sua canonização em outubro de 2016, o Papa Francisco disse que “Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados. Comprometeu-se na defesa da vida, proclamando incessantemente que ‘quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável’”.
9. Santa Gianna Beretta Molla
Para encerrar esta lista de grandes mulheres que mudaram o mundo e a história, recordamos Santa Gianna Beretta Molla (1922-1962). Esta santa italiana adoeceu de câncer e decidiu continuar com a gravidez de seu quarto filho, em vez submeter-se a um aborto, como lhe sugeriam os médicos para salvar sua vida.
Gianna estudou medicina e se especializou em pediatria. Seu trabalho com os doentes se resumia na seguinte frase: “Como o sacerdote toca Jesus, assim nós, os médicos, tocamos Jesus nos corpos de nossos pacientes”.
Casou-se com o Pietro Molla, com quem teve quatro filhos. Durante toda sua vida, conseguiu equilibrar seu trabalho com sua missão de mãe de família.
Gianna morreu em 28 de abril de 1962, aos 39 anos, uma semana depois de ter dado à luz. Foi canonizada em 16 de maio de 2004 pelo Papa João Paulo II, que a tornou padroeira da defesa da vida.
Confira também:
Papa Francisco: A mulher é quem dá harmonia ao mundo, não está aqui para lavar louça https://t.co/34LS3RWp4f
— ACI Digital (@acidigital) February 9, 2017
Após uma histórica jornada, Papa Francisco despede-se do Iraque e retorna a Roma
BAGDÁ, 08/03/2021 (ACI).- Após 3 dias de intensa programação no Iraque, na segunda-feira, 8 de março, o Papa Francisco concluiu sua viagem apostólica para este país do Oriente Médio e às 09:40h, hora local do Iraque, o avião que o leva, junto com sua comitiva e os jornalistas credenciados à Santa Sé já decolou do Aeroporto Internacional de Bagdá com destino a Roma.
Antes de partir, o Pontífice celebrou missa em particular na Nunciatura Apostólica. Depois de despedir-se das pessoas que o ajudaram durante estes dias, ele partiu para o aeroporto, onde teve uma breve reunião privada com o presidente do Iraque. Em seguida, uma breve cerimônia de despedida teve lugar no aeroporto antes do embarque.
O voo, código AZ4001 da Alitalia, dura aproximadamente 5 horas e 15 minutos, portanto, depois de viajar 2.947 quilômetros, o avião que transporta o Santo Padre, um A330, deverá pousar no Aeroporto de Roma Fiumicino às 12:55h, horário da Itália.
O Papa Francisco chegou ao Iraque na última sexta-feira, 5 de março, como peregrino de paz no meio de uma Igreja martirizada e de um povo que sofreu décadas de guerra e violência.
Entre os eventos mais importantes que ele protagonizou nestes dias estão o encontro com as autoridades e a sociedade civil em 5 de março no Palácio Presidencial em Bagdá, onde ele buscou a proteção e o reconhecimento dos direitos de todas as comunidades religiosas, e lembrou a presença milenar dos cristãos no Iraque.
Também no primeiro dia de sua viagem, o Papa se reuniu na Catedral Católica Síria de Nossa Senhora da Salvação com bispos, padres, religiosos, seminaristas e catequistas.
Antes deles, ele se lembrou das 48 mortes e 70 feridos no ataque terrorista a esta catedral em 31 de outubro de 2010. "Que a memória do sacrifício dos mártires nos inspire a renovar nossa confiança na força da Cruz", disse o Papa na ocasião.
Outro evento histórico foi a visita de Francisco no sábado, 6 de março, ao grande Aiatolá Al-Sistani, um líder muçulmano xiita cuja influência política e religiosa no Iraque após a guerra é de grande importância.
No mesmo sábado, 6 de março, o Pontífice participou de uma reunião inter-religiosa na planície de Ur, terra de Abraão, onde ele pediu que os cristãos possam construir fraternidade e dar testemunho de Deus, diante de um mundo que frequentemente propõe uma imagem distorcida d´Ele.
Nesta reunião, o Papa ressaltou que "os crentes são chamados a testemunhar a bondade de Deus, para mostrar através da fraternidade a Sua paternidade".
Um dos eventos mais significativos da presença do Bispo de Roma no Iraque foi a celebração da missa no rito caldeu, também no sábado, 6 de março, na Catedral de São José em Bagdá.
No entanto, o momento mais emblemático da viagem foi a oração no domingo, 7 de março, pelas vítimas da guerra na Praça das Quatro igrejas, na cidade de Mossul. Mossul, a principal cidade da Planície de Nínive e de grande importância para os cristãos iraquianos, foi destruída durante a ocupação do Estado Islâmico entre 2014 e 2017. Neste exato lugar, o Daesh ameaçava invadir Roma e decapitar o Papa.
O Pontífice orou pelas vítimas da guerra e da violência cercadas pelas ruínas das quatro igrejas, destruídas pelos jihadistas, que dão nome à praça.
Após a oração, o Papa trasladou-se para outra cidade emblemática para os cristãos do Iraque e também martirizada pelo Estado Islâmico: Qaraqosh.
Lá, na catedral da Imaculada Conceição, destruída e convertida em um campo de tiro ao alvo pelos terroristas, o Santo Padre se reuniu com a comunidade cristã e pediu perdão para que o terrorismo nunca tenha a última palavra.
Os principais eventos presididos pelo Papa Francisco culminaram na celebração de uma missa no Estádio de Erbil, capital do Curdistão iraquiano, a região que acolheu os cristãos que fugiram do Estado Islâmico.
Confira:
Milhares de pessoas participam da Missa com o Papa em estádio em Erbil https://t.co/BDjH6BfzNF
— ACI Digital (@acidigital) March 7, 2021
Papa Francisco pede que mulheres sejam respeitadas e defendidas
Vaticano, 08/03/2021 (ACI).- O Papa Francisco pediu em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que "as mulheres sejam respeitadas e protegidas".
Além disso, o Santo Padre agradeceu "de coração a todas as mulheres, especialmente as do Iraque" que "continuam a dar vida não obstante os abusos e as feridas".
Assim indicou o Santo Padre através de uma mensagem em sua conta oficial no Twitter @Pontifex_pt, ao concluir a sua histórica viagem apostólica ao Iraque realizada de 5 a 8 de março.
Gostaria de agradecer de coração a todas as mulheres, especialmente as do #Iraque, mulheres corajosas que continuam a dar vida não obstante os abusos e as feridas. Que as mulheres sejam respeitadas e protegidas! Que lhes sejam dadas atenção e oportunidades! #ViagemApostólica
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) March 8, 2021
Como já fez em outras ocasiões, o Papa Francisco utilizou sua conta na rede social Twitter para elogiar as mulheres no Dia Internacional que se celebra todos os anos em 8 de março.
Em várias ocasiões, o Santo Padre falou sobre a dignidade da mulher.
Foi o que aconteceu em fevereiro de 2021, quando o Papa dedicou sua intenção de oração mensal pelas "mulheres vítimas de violência".
No vídeo, o Pontífice denunciou que “as diversas formas de maus-tratos que muitas mulheres sofrem são uma covardia e uma degradação para toda a humanidade. Para os homens e para toda humanidade”.
“Os testemunhos das vítimas que se atrevem a quebrar o silêncio são um grito de socorro que não podemos ignorar. Não podemos olhar para o outro lado”, exortou o Papa convidando a rezar “pelas mulheres que são vítimas de violência, para que sejam protegidas pela sociedade e o seu sofrimento seja considerado e escutado por todos”.
Nesse sentido, em 1º de janeiro de 2020, o Santo Padre advertiu que “toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus, nascido de uma mulher”.
Foi o que disse durante a homilia da Missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, celebrada no primeiro dia do ano 2020 na Basílica de São Pedro do Vaticano, ocasião em que lamentou que as mulheres sejam "continuamente ofendidas, espancadas, violentadas, induzidas a prostituir-se e a suprimir a vida que trazem no seio”.
Em outra ocasião, durante uma audiência no Vaticano em 8 de março de 2019, o Papa Francisco destacou que “é a mulher embeleza o mundo, o protege e o mantém em vida” por isso “se amamos o futuro, se sonhamos com um futuro de paz, devemos dar espaço às mulheres”.
“Hoje, 8 de março, gostaria de dizer algo sobre a contribuição insubstituível das mulheres na construção de um mundo que seja uma casa para todos. A mulher embeleza o mundo, o protege e o mantém em vida. Traz a graça que faz novas todas as coisas, o abraço que inclui, a coragem de doar-se”, disse ele em 2019.
Um ano depois, o Santo Padre voltou a utilizar a sua conta oficial no Twitter para elogiar a mulher, destacando uma das características que considera mais importantes.
“É próprio da mulher tomar a peito a vida. A mulher mostra que o sentido da vida não é continuar a produzir coisas, mas tomar a peito as coisas que existem”, escreveu o Papa em 8 de março de 2020.
É próprio da mulher tomar a peito a vida. A mulher mostra que o sentido da vida não é continuar a produzir coisas, mas tomar a peito as coisas que existem. #DiadaMulher
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) March 8, 2020
Da mesma forma, em uma de suas homilias na Missa diária na Casa Santa Marta celebrada em 2017, afirmou que “a mulher não existe para lavar a louça” e acrescentou: “Não: a mulher é para trazer harmonia. Sem a mulher não há harmonia... o homem não traz harmonia: é ela. É ela que traz a harmonia, que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Papa Francisco: A mulher é quem dá harmonia ao mundo, não está aqui para lavar louça https://t.co/34LS3RWp4f
— ACI Digital (@acidigital) February 9, 2017
Papa Francisco vai a Santa Maria Maior agradecer à Virgem por sua viagem ao Iraque
Roma, 08/03/2021 (ACI).- O Papa Francisco retornou a Roma na segunda-feira, 8 de março, depois de concluir sua histórica viagem apostólica ao Iraque, a primeira desde o início da pandemia Covid-19. Como de costume, ao seu regresso das viagens internacionais, dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior, na capital italiana, para rezar diante do ícone da Salus Populi Romani (Protetora do Povo Romano).
O Papa Francisco chegou ao Iraque na última sexta-feira, 5 de março, como peregrino de paz no meio de uma Igreja martirizada e de um povo que sofreu décadas de guerra e violência.
De acordo com estatísticas divulgadas pela Sala de Imprensa do Vaticano, o Iraque é um país de maioria muçulmana (sunitas e xiitas) no qual os católicos representam apenas 1,5% da população, com 590.000 fiéis.
O voo, código AZ4001 da Alitalia, durou aproximadamente 5 horas e 15 minutos, depois de viajar 2.947 quilômetros. O avião que transportou o Santo Padre, um A330, pousou em Roma às 12:55h (hora local).
Desde o início de seu ministério petrino em março de 2013, esta foi a 33ª. viagem internacional do Pontífice, que tem por hábito rezar à Virgem Maria na igreja mais antiga no mundo dedicada a Ela cada vez que deixa ou regressa a Roma. Vale recordar que o Papa confiou a Ela seu pontificado.
Em declarações à Rádio Vaticano, o então Arcipreste da Basílica Santa Maria Maior, o Cardeal espanhol Santos Abril e Castelló, explicou que “o Papa Francisco sempre vem a Santa Maria Maior com muito gosto porque encontra na Mãe a guia e a inspiração para toda sua ação”.
Na ocasião ele foi até a capela paulina, onde se encontra o ícone, acompanhado do Cardeal Stanislaw Rylko, Arcipreste desta Basílica.
Confira:
Papa encontra pai de menino migrante afogado na Turquia https://t.co/QffuDDsPJR
— ACI Digital (@acidigital) March 7, 2021
Dia da Mulher: Católicos espalham cartazes com Ave Maria pela Espanha
MADRI, 08/03/2021 (ACI).- A Associação Católica de Propagandistas (ACdP) da Espanha lançou uma campanha para o Dia da Mulher colocando cartazes com a Ave Maria em mais de 30 cidades da Espanha, a fim de contrastar a mensagem do movimento feminista.
Ante la ideología de género, la única oración compuesta por un ángel, una mujer y la Iglesia. Genial campaña de @acdp_es. Enhorabuena! 💒✝️ pic.twitter.com/NqXBaqaXjo
— P. Juan Manuel Góngora (@patergongora) March 5, 2021
“Durante os próximos dias vamos assistir a diversas manifestações, promovidas principalmente pelo governo da Espanha, nas quais uma suposta reivindicação pela igualdade das mulheres será mostrada por meio de um confronto que é falso”, indicou a ACdP em um comunicado.
“Queremos estar presentes nas ruas de mais de vinte cidades espanholas com o que temos de melhor”, frisou.
Os cartazes serão colocados em Albacete, Alcobendas, Barcelona, Bilbao, Burgos, Coslada, Cuenca, Fuenlabrada, Gerona, Getafe, Gijón, Hospitalet, León, Lérida, Logroño, Madri, Móstoles, Oviedo, Pamplona, Pozuelo, Salamanca, San Sebastián de los Reyes, Santander, Santiago de Compostela, Sevilla, Toledo, Valencia, Valladolid, Vigo, Villanueva de la Cañada, Zaragoza.
Inicialmente, as autoridades espanholas permitiram as marchas feministas programadas para 8 de março, mas finalmente decidiram proibi-las, já que mantêm fortes restrições sobre o deslocamento e reunião de pessoas, assim como sobre o culto religioso devido à pandemia do coronavírus.
Por causa da pandemia de coronavírus Covid-19, o governo alterou as autorizações iniciais e decidiu proibir as manifestações feministas.
O delegado do Governo em Madri, José Manuel Franco, anunciou em 4 de março, em coletiva de imprensa, que decidiu “proibir todas as que foram comunicadas a esta delegação e que estavam previstas para o próximo domingo 7 e segunda-feira 8 de março na Comunidade de Madri”.
“Se fizermos um somatório de todos os participantes previstos pelos organizadores, poderíamos facilmente ter mais de 60 mil pessoas a circular pelas diferentes ruas de Madri entre os dias 7 e 8 de março”, explicou.
Com essa decisão, foi revertida a ordem anterior que permitia manifestações com menos de 500 pessoas.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Papa Francisco pede que mulheres sejam respeitadas e defendidas https://t.co/8nJFH1WY6R
— ACI Digital (@acidigital) March 8, 2021
Igreja é profanada em Minas e Bispo convoca ato de desagravo
BELO HORIZONTE, 08/03/2021 (ACI).- Uma igreja em Mendes Pimentel (MG) foi alvo de profanação na noite de sábado, 6 de março, quando partes do templo e imagens sagradas foram destruídos e hóstias consagradas espalhadas no chão. Diante desse “fato gravíssimo”, o Bispo local convocou um ato de desagravo.
O fato ocorreu na comunidade São Vicente de Paulo, pertencente à Paróquia Senhor Bom Jesus, da Diocese de Teófilo Otoni. Quebraram as janelas, telhado, bancos, móveis e todas as imagens sacras da igreja e, deixaram as hóstias consagradas jogadas pelo chão da capela destruída.
Os danos foram descobertos no domingo e, portanto, a Diocese afirma que o ato de profanação deve ter acontecido na noite de sábado. Logo após verificar a destruição, a comunidade acionou as autoridades policiais, que já deram início a uma investigação.
De acordo com o pároco, Padre Erivelto Ferreira Alves, todos os fiéis católicos da localidade estão em choque pelo ocorrido.
Em nota, o Bispo de Teófilo Otoni, Dom Messias dos Reis Silveira, manifestou sua solidariedade ao pároco e a toda a comunidade local diante desta “triste realidade”.
“Sabemos que a Igreja sempre sofreu perseguição. Templos são destruídos e vidas ceifadas. Mas, nada vai nos separar do amor de Cristo”, expressou o bispo, citando o Apóstolo São Paulo.
Segundo Dom Messias, “não foi simplesmente a igreja templo que foi atingida, mas a vida cristã do povo que aí vive”. Entretanto, indicou, “os fiéis têm uma marca batismal e essa marca vai permanecer” e, assim, “o templo será reedificado e a fé do povo fortalecida”.
O Bispo de Teófilo Otoni ressaltou ainda que “o ocorrido se trata de um fato gravíssimo e um pecado cujo perdão está reservado ao Santo Padre o Papa”.
Além disso, solicitou “que seja feito um Tríduo de desagravo na comunidade contando com a reza de um terço, uma procissão e uma celebração eucarística”.
Por fim, desejou que “Deus abençoe” os fiéis locais, “que trazem essa ferida exposta”, mas que irão se “reerguer” com “a graça divina e com a solidariedade”.
Confira também:
Secretaria de Culto na Argentina repudia profanação de catedral https://t.co/nNhm6FZvi6
— ACI Digital (@acidigital) March 4, 2021
Presidente do México permite marchas feministas, mas restringe culto
Cidade do México, 08/03/2021 (ACI).- As violentas marchas feministas programadas para 8 de março (8M) na Cidade do México e em outras localidades do país têm a autorização do governo de Andrés Manuel López Obrador, enquanto as restrições ao culto católico devido à pandemia de coronavírus Covid-19 são mantidas praticamente em todo o país.
Em 3 de março, López Obrador anunciou em sua coletiva de imprensa matinal que, diante das restrições às manifestações feministas em 8 de março em outros países, “aqui é proibido proibir, os direitos de manifestação e expressão estão garantidos”.
Na maior parte do país, mantêm-se as restrições à quantidade de fiéis autorizados a participar na celebração da Missa, bem como limitações às procissões e expressões de fé, visando, principalmente, a Semana Santa.
Na Quarta-feira de Cinzas, no início da Quaresma, em algumas dioceses mexicanas, optou-se por celebrar a Missa sem a participação dos fiéis e entregar as cinzas diretamente a eles para que pudessem ser distribuídas em suas casas e nos centros de trabalho.
"Aqui, liberdade absoluta e completa", disse López Obrador sobre as marchas feministas, ao mesmo tempo em que pediu às feministas que as “manifestações sejam pacíficas”.
“Que não destruam os estabelecimentos comerciais, que não ataquem os monumentos públicos e muito menos agridam as outras pessoas, e que também haja cuidado para que não prejudiquem os próprios manifestantes, mulheres ou homens, porque da última vez lançaram bombas”, disse.
Segundo dados do Governo do México, em 6 de março, foram confirmados no país mais de 2,3 milhões de casos de Covid-19, com um total de mais de 210 mil mortes.
A universidade norte-americana Johns Hopkins, especializada em medicina, coloca o México como o terceiro país com mais mortes por Covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil.
Uma decisão "contraditória" e "irresponsável"
Em diálogo com a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Luis Losada, diretor de campanha do CitizenGO na América Latina, criticou que "a posição de López Obrador permitindo ‘liberdade absoluta’ com as manifestações feministas 8M é contraditória com as restrições ao culto e ao comércio".
“Por que a 'liberdade absoluta' é assimétrica? Por que não há 'liberdade absoluta' para participar de serviços religiosos e sim para participar em eventos feministas? Como explicar esta assimetria a muitos proprietários de restaurantes falidos e fechados por causa do sinal vermelho?”, questionou.
Losada lembrou que “a liberdade de expressão é um direito fundamental. Mas a liberdade religiosa e a liberdade de empresa também são direitos fundamentais”.
“Se uma emergência de saúde obriga a restringi-los para evitar a expansão da pandemia e salvar vidas, obrigará a todos, não apenas a alguns. Porque essa assimetria, além de irritante, é imoral e ilegal”, continuou. “E, além disso, é irresponsável: quantas vidas se perderam por causa da má administração de uma crise por parte de um governo que pensou que o vírus lhe caía ‘como uma luva’?”, acrescentou.
Losada disse depois que “pedir que as feministas não sejam violentas em 8M” é algo impossível. “Elas acreditam na violência como vetor político. Vimos isso em Quintana Roo, Puebla e Michoacán”.
“Talvez o presidente López Obrador esteja tentando com este gesto de tolerância aliviar seu mau relacionamento com as feministas que tentam impor a sua agenda. Eu prevejo o fracasso. Porque, para as feministas, sua agenda é quase sua religião. Jamais a abandonarão. Jamais se contentarão em quebrar alguns vidros”, destacou.
As feministas, advertiu, “querem o aborto sem limites. E, claro, pago com o esforço fiscal de todos os cidadãos. Elas nunca vão parar até conseguir o que querem”.
“O Governo mostra uma negligência criminosa”
Por sua vez, Pe. Hugo Valdemar, cônego penitenciário da Arquidiocese Primaz do México, disse que permitir marchas feministas e ao mesmo tempo restringir o culto “nada mais é do que a manifestação de uma grande incoerência. Em uma marcha deste tipo não se cumpre nenhuma das normas mínimas para evitar o contágio, ao contrário do cuidado que se tem nos templos para salvaguardar a própria saúde e a dos outros”.
“No entanto, este governo irresponsável que tem pânico das feministas, lhes dá luz verde enquanto nos templos continuam impondo restrições que beiram o absurdo”, disse ele.
Para o Pe. Valdemar, “o Governo mostra negligência criminosa ao autorizar marchas feministas. Não estamos em um momento para isso”.
“Janeiro e fevereiro foram meses trágicos. As coisas estão começando a ficar controladas agora. Não é possível que justo neste momento sejam permitidas manifestações multitudinárias”.
O sacerdote mexicano destacou o “contraste entre a disciplina e a responsabilidade que a Igreja tem demonstrado, às vezes até exagerada, e a irresponsabilidade criminosa do governo e das feministas, que, independentemente da saúde pública, se preparam para mostrar mais uma vez do que estão feitos, de ressentimento social, violência, ódio e destruição”.
Frente à eventual violência das feministas contra os templos católicos em 8 de março, Pe. Valdemar lembrou que “em outras ocasiões, grupos leigos católicos, diante do vergonhoso silêncio de alguns bispos, se organizaram para construir cercas humanas e defender os templos, e o fizeram com sumo respeito e civilidade”.
“Infelizmente, esses católicos heroicos se expõem à violência e brutalidade das feministas, que chegam a agir com verdadeiro ódio satânico. Porém, os fiéis leigos, ante a covardia dos pastores, têm todo o direito de defender seus templos, e nós lhes agradecemos por esses gestos heroicos de fé”.
Consultada sobre se iria se pronunciar sobre a permissão para as aglomerações feministas em 8 de março enquanto se mantêm as restrições ao culto público, a Conferência do Episcopado Mexicano assinalou que não tem uma opinião sobre isso.
Javier Rodríguez, Diretor de Comunicação da Arquidiocese Primaz do México, destacou que embora não haja uma postura a respeito da permissão do governo de López Obrador para as marchas feministas, “tem havido um diálogo interno com os responsáveis das diferentes paróquias para estar atentos a qualquer contingência e contar com o apoio imediato das autoridades da Cidade do México”.
“No caso específico da Catedral Metropolitana, a segurança interna está a cargo da Guarda Nacional e a externa da Secretaria de Segurança Cidadã da Cidade do México, explicou.
Desde a tarde do dia 7 de março, o Governo da Cidade do México decidiu colocar cercas de proteção em frente à Catedral do México, semelhantes às instaladas em frente ao Palácio Nacional, sede do governo do país.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz
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Corpo de Capelão e Servo de Deus condecorado por bravura é identificado depois de 70 anos
DENVER, 08/03/2021 (ACI).- Investigadores do Departamento de Defesa dos EUA identificaram os restos mortais do Capelão do Exército dos EUA e Servo de Deus Emil Kapaun enterrado junto com soldados desconhecidos da Guerra da Coreia num cemitério do Havaí.
“Espero que todos estejam tão entusiasmados quanto nós”, disse à CNA o Padre John Hotze, da Diocese de Wichita.
Ray Kapaun, sobrinho do Servo de Deus, disse que “não há palavras para explicar nossos sentimentos”.
“Eu sei que há um monte de milagres que foram atribuídos a ele, ou estão em investigação para ser atribuídos a ele, mas eu acho que todos veem isto como um milagre”, disse Ray Kapaun, sobrinho do Servo do Deus.
O padre foi capelão durante a Segunda Guerra Mundial e ficou conhecido por seu serviço com o Oitavo Regimento de Cavalaria do Exército dos EUA na Guerra da Coreia. Depois de ter sido feito prisioneiro, ele serviu os demais prisioneiros num campo de prisioneiros de guerra onde morreu em 23 de maio de 1951.
Muitos cadáveres de soldados americanos foram transferidos da Coreia para o cemitério havaiano onde foram identificados os restos do Padre Kapaun., mas pensava-se que o Padre Kapaun estivesse enterrado na Coreia do Norte em lugar desconhecido.
O Bispo Carl Kemme de Wichita comemorou a descoberta: “Foi uma alegre e excitante surpresa para a Diocese de Wichita que os restos mortais do Padre Kapaun tenham sido recuperados depois de tantos anos e continuamos ansiosos pela continuação do processo de canonização.”
O Padre Hotze, que atua como delegado episcopal da causa de beatificação de Kapaun, disse que o processo está “em uma fase de espera” por causa da pandemia de Covid-19.
Em 1993, Kapaun foi declarado “Servo de Deus,” primeiro passo no caminho de ser declarado santo. Uma reunião chave da Congregação para a Causa dos Santos para o caso estava marcada para março de 2020, mas foi adiada por causa da chegada da pandemia à Itália.
“Ele verdadeiramente seguiu o exemplo de Cristo. Pode-se ver a vida, a paixão e a morte de Cristo no Padre Kapaun.”
Kapaun nasceu em Pilsen, Kansas em 1916, e foi ordenado padre em 1940. Durante a Segunda Guerra Mundial ele ministrava os sacramentos no Campo de Pouso do Exército instalado em Harrington, perto de sua cidade natal. Em 1944 tornou-se capelão do Exército e serviu na Índia e na Birmânia (Atual Myanmar) até o fim da guerra.
Foi quando ganhou fama de coragem. Várias vezes, quando seu jipe foi danificado, ele foi ao encontro dos soldados em combate de bicicleta. Kapaun seguia o som dos tiros de canhão para encontrar quem precisasse dele.
Depois da Guerra Kapaun estudou na Universidade Católica da América e serviu em algumas paróquias. Em 1948, os Estados Unidos fizeram uma convocação para que capelães militares voltassem ao serviço e Kapaun se apresentou. Depois de servir em algumas bases nos EUA e no Japão, foi enviado para Coréia.
Durante a Batalha de Unsan, em novembro de 1950 trabalhou incansavelmente para consolar e resgatar feridos do campo de batalha. Um dos feridos era um soldado chinês que ajudou Kapaun a negociar uma rendição depois que ele ficou cercado pelos inimigos. O padre foi levado como prisioneiro de guerra.
Mesmo assim, o Padre Kapaun ajudou os outros. Ele carregou um prisioneiro americano ferido que não conseguia andar por mais de 45 quilômetros até o campo de prisioneiros. O soldado pesava 10 quilos a mais do que o padre e, se não conseguisse acompanhar seus captores, seria morto.
No campo de prisioneiros em Pyoktong, uma aldeia bombardeada, os soldados americanos sofriam de má-nutrição, disenteria e falta de agasalho num inverno extremamente frio. Kapaun lavava as roupas deles, buscava água e cuidava das feridas dos soldados. À noite, ele ficava acordado até tarde escrevendo cartas em nome de seus companheiros presos. Muitos dos prisioneiros que voltaram para os EUA disseram que o padre os ajudou a sobreviver no duro inverno.
O Padre Kapaun celebrava missas, ouvia confissões e ministrava sacramentos aos soldados.
Quando Kapaun contraiu pneumonia e um coágulo de sangue na perna teve tratamento médico recusado, o que acabou levando-o à morte.
Pela bravura em Unsan, Kapaun recebeu postumamente a Medalha de Honra do Congresso, a mais alta condecoração militar dos EUA, em 2013.
Todo mês de junho, peregrinos andam de Wichita à cidade natal de Kapaun, Pilsen, para celebrar a marcha do capelão militar ao campo de prisioneiros.
“As pessoas se inspiram pelo que ele foi capaz de fazer”, disse Hotze. “Ele nasceu pouco antes da depressão. Cresceu durante a depressão como fazendeiro pobre do Kansas. A família não tinha nada e ele foi capaz de fazer grandes coisas com nada.”
“Ele usou o que tinha e pôs a serviço de Deus e dos outros. Eu acho que ele é um exemplo perfeito paraa cada um de nós que nos esforçamos para ser santos”, disse o bispo.
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Heroico sacerdote da guerra da Coréia receberá Condecoração póstuma: http://t.co/MnTWMKOqwQ
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Coletiva de imprensa do Papa Francisco no voo de volta do Iraque a Roma
AVIÃO PAPAL, 08/03/2021 (ACI).- Seguindo o costume de seus predecessores de conversar com os jornalistas durante o voo de regresso das viagens internacionais, o Papa Francisco respondeu algumas perguntas dos profissionais de imprensa que o acompanharam a Roma após sua visita ao Iraque.
Abaixo apresentamos o texto na íntegra:
Papa Francisco: "Em primeiro lugar, obrigado pelo trabalho, pela companhia, e pela fadiga de vocês. Hoje é o Dia da Mulher, parabéns às mulheres: a festa da mulher. No encontro com a esposa do Presidente do Iraque, estavam falando sobre o porquê de não haver um dia do homem. Eu disse: por que nós homens estamos sempre em festa! A esposa do Presidente me falou sobre as mulheres, disse coisas bonitas hoje, a força que as mulheres têm para levar a vida adiante, a história, a família, muitas coisas. Parabéns a todos. E terceiro: ontem foi o aniversário da jornalista da ( Rede espanhola) Cope: parabéns e devemos festejá-lo, depois veremos como se pode fazer isso aqui. Muito bem. Agora a palavra é de vocês".
Abdul Karim Atrach - Sky news Arabia: Santidade, há dois anos em Abu Dhabi houve o encontro com o Imã de Al Azhar e a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana. Três dias atrás o senhor se encontrou com (o aiatolá) Al Sistani. É possível pensar em algo semelhante também com o lado xiita do Islã? E depois uma segunda pergunta sobre o Líbano: São João Paulo II dizia sobre o Líbano que ele é mais do que um país, O Líbano é uma mensagem. Hoje, infelizmente, como libanês, lhe digo que esta mensagem está agora desaparecendo. Pensamos em uma eminente visita sua ao Líbano no futuro?
Papa Francisco: O documento de Abu Dhabi de 4 de fevereiro foi preparado com o Grão-Imã em segredo, durante seis meses: orando, refletindo e corrigindo o texto. Diria que foi um pouco presunçoso, mas o tomem como uma presunção, um primeiro passo disso que você me pergunta. Podemos dizer que este seria o segundo e que haverá outros. O caminho da fraternidade é importante. Depois os dois documentos, o de Abu Dhabi deixou em mim a inquietação da fraternidade, e depois veio a "Fratelli tutti". Ambos os documentos devem ser estudados porque vão na mesma direção, no caminho da fraternidade.
O aiatolá Al Sistani tem uma frase que espero recordar bem: ‘Os homens ou são irmãos pela religião ou iguais pela criação’. A fraternidade e a igualdade, mas sob a igualdade não podemos caminhar. Acredito que este é também um caminho cultural. Pensemos em nós cristãos, na Guerra dos Trinta Anos, na Noite de São Bartolomeu, para dar um exemplo, pensemos nisso. Como a mentalidade muda entre nós: porque nossa fé nos faz descobrir que é isso a revelação de Jesus... o amor, a caridade e nos leva a isso, mas quantos séculos para coloca-los em prática! Isto é uma coisa importante: a fraternidade humana, que como homens somos todos irmãos, e devemos seguir adiante com as outras religiões.
O Concílio Vaticano II deu um importante passo nesse sentido com a instituição depois do Conselho para a Unidade dos Cristãos e o Conselho para o Diálogo Inter-religioso. O cardeal Ayuso nos acompanha hoje. Você é humano, é um filho de Deus e é meu irmão, ponto final!
Esta seria a maior indicação, e muitas vezes é preciso arriscar para dar este passo. Você sabe que há algumas críticas: que ‘o Papa não é corajoso, é um inconsciente que está dando passos contra a doutrina católica, que está a um passo da heresia’, há riscos. Mas estas decisões são sempre tomadas em oração, em diálogo, pedindo conselho, em reflexão. Não são um capricho e também são a linha que o Concílio ensinou, isso sobre a primeira pergunta.
Passo à segunda pergunta: o Líbano é uma mensagem, o Líbano sofre, o Líbano é mais que um equilíbrio. Tem a fraqueza das diversidades, algumas ainda não reconciliadas, mas tem a fortaleza do grande povo reconciliado, como a fortaleza dos cedros.
O Patriarca Rai me pediu por favor, durante esta viagem, para fazer uma parada em Beirute, mas pareceu-me um pouco.... Seria uma migalha em face aos problemas de um país que sofre como o Líbano. Escrevi-lhe uma carta, assumi o compromisso de fazer uma viagem ao Líbano, mas o Líbano, neste momento, está em crise, mas em crise - não quero ofender - em crise de vida. O Líbano é tão generoso no acolhimento dos refugiados. Em relação à viagem isto é tudo.
Johannes Neudecker - DPA: Até que ponto o encontro com Al Sistani foi também uma mensagem para os líderes religiosos do Irã?
Papa Francisco: Creio que tenha sido uma mensagem universal. Senti o dever de fazer esta peregrinação de fé e de penitência, e de ir encontrar um grande, um homem sábio, um homem de Deus: só escutando-o é que se pode perceber isto. Falando em mensagens, diria que é uma mensagem para todos, e ele é uma pessoa que tem essa sabedoria e também essa prudência. Ele me disse: "Há 10 anos -acho que me disse- não recebo pessoas que venham me visitar com outros propósitos políticos ou culturais... apenas religiosos”. E ele foi muito respeitoso, muito respeitoso no encontro. Senti-me honrado. Mesmo no momento da saudação, ele jamais se levanta... Ele se levantou para me saudar, duas vezes.
Um homem humilde e sábio, este encontro me fez bem à alma. Ele é uma luz. Estes sábios estão em toda parte porque a sabedoria de Deus foi espalhada pelo mundo inteiro.
A mesma coisa acontece com os santos que não são apenas os que estão nos altares. Acontece todos os dias, aqueles que eu chamo de santos da porta ao lado. Os santos, homens e mulheres que vivem sua fé, seja ela qual for, com coerência. Aqueles que vivem os valores humanos com coerência. A fraternidade com coerência. Acho que devemos descobrir essas pessoas, colocá-las em evidência, porque há tantos exemplos... Quando há escândalos também na Igreja, tantos, e isso não ajuda, mas mostremos os santos da porta ao lado às pessoas que buscam o caminho da fraternidade, e certamente encontraremos pessoas de nossa família, alguma avó, algum avô.
Eva Fernández - Radio COPE: Durante estes dias, sua viagem teve uma enorme repercussão no mundo inteiro, o senhor acha que poderia ser "a viagem" do seu Pontificado? Inclusive foi dito que era a mais arriscada. O senhor teve medo em algum momento de sua viagem? Está prestes a completar o oitavo ano de seu pontificado, o senhor ainda acha que será curto? Por fim, a grande pergunta de sempre: Santo Padre voltará alguma vez à Argentina? A Espanha ainda terá esperança de que o Papa vá algum dia?
Papa Francisco: Começo pela última, que é uma pergunta, e a entendo porque naquele livro do meu amigo jornalista Nelson Castro, um médico, ele tinha feito um livro sobre as doenças dos presidentes e eu lhe disse uma vez: mas se você vem a Roma, deve fazer um sobre as doenças dos Papas, porque será interessante conhecer as doenças dos Papas, pelo menos de alguns dos últimos tempos. Ele começou a fazê-lo. Ele me fez uma entrevista, e o livro saiu: disseram-me que é bom, eu não o li. Ele me fez uma pergunta: "Se o senhor renunciar, voltará para a Argentina ou vai ficar aqui (em Roma)?" Eu disse: não voltarei para a Argentina, mas ficarei aqui na minha diocese. Mas, sob essa hipótese.
A resposta deve estar unida à pergunta. Quando vou à Argentina ou porque não vou, eu respondo sempre um pouco ironicamente: estive 76 anos na Argentina, é suficiente não? Mas, há uma coisa que, não sei por que, não é dita: uma viagem à Argentina foi programada para novembro de 2017. Estava começando a se trabalhar, se faria Chile, Argentina e Uruguai. Era para o final de novembro, mas naquela época, o Chile estava em campanha eleitoral, naqueles dias, em dezembro, foi eleito o sucessor de Michelle Bachelet, e eu deveria ir antes que mudasse o governo. Eu não podia ir. Tínhamos pensado em fazer isso: vamos ao Chile em janeiro e depois à Argentina e ao Uruguai... Mas não era possível, porque janeiro é como julho-agosto europeu para os dois países.
Pensando nisso novamente, foi feita a sugestão: por que não associar o Peru? Porque o Peru havia sido deixado de lado na viagem ao Equador, Bolívia, Paraguai. Tinha sido deixado à parte. E dali nasceu a viagem em janeiro de 2018 ao Chile e ao Peru. Mas quero dizer isto para que não haja fantasias de "patriafobia": quando houver oportunidade, isto pode ser feito, porque está a Argentina, o Uruguai e o sul do Brasil, que são um complexo cultural bastante grande.
Depois, sobre as viagens. Eu, para tomar uma decisão sobre as viagens, escuto. Os convites são muitos e escuto o conselho dos assessores e às vezes alguém vem e diz: o que acha a esse propósito, devo ir até aquele lugar? É bom para mim ouvir, isto me ajuda a tomar decisões mais tarde. Escuto os conselheiros e, no final, rezo, reflito muito, sobre algumas viagens, reflito muito. Depois a decisão vem de dentro, quase espontaneamente, mas como fruto maduro. É um longo caminho. Alguns são mais difíceis, outros mais fáceis.
A decisão sobre esta viagem vem de antes, daquele primeiro convite da embaixadora, uma pediatra que foi embaixadora do Iraque, insistiu. Depois, veio a embaixadora junto à Itália que é uma mulher de luta. Depois veio o novo embaixador junto ao Vaticano, e lutou. Antes disso, tinha vindo o presidente. Todas essas coisas ficaram comigo.
Mas há algo por trás da decisão que eu gostaria de mencionar: uma de vocês me deu a última edição espanhola do livro "A última garota" de Nadia Mourad. Eu li em italiano e depois entreguei a Elisabetta Piqué para que o lesse. Leu? Mais ou menos. É a história dos Yazidis. E Nadia Mourad conta coisas espantosas, espantosas. Eu os aconselho a ler, em alguns pontos como é biográfico pode parecer pesado, mas para mim esta é a razão básica da minha decisão. Esse livro trabalhou-me por dentro. Primeiro quando escutei Nadia que veio me contar coisas terríveis, depois com o livro. Todas essas coisas juntas levaram à decisão, pensando em todos, em todos os problemas, muitos. Mas no final a decisão veio e eu a tomei.
Em seguida, sobre o oitavo ano do pontificado. Devo fazer desta maneira? -o Papa cruza os dedos-. Não sei se as viagens se tornarão realidade ou não, só confesso que nesta viagem fiquei muito mais cansado do que nas outras. Os 84 [anos de idade] não vêm sozinhos, têm uma consequência... mas veremos.
Agora devo ir à Hungria para a Missa final do Congresso Eucarístico Internacional, não para uma visita ao país, mas somente para a Missa. Mas, Budapeste fica a duas horas de carro de Bratislava, por que não fazer uma visita aos eslovacos? É assim que as coisas saem...
Chico Harlan - Washington Post: Pessoas sem vacinar estiveram cantando juntas. O senhor fica preocupado que possam adoecer e morrer por querer vê-lo? Pode explicar esta reflexão e este cálculo?
Papa Francisco: Como eu disse recentemente, com o tempo as viagens "ficam cozinhando" na minha consciência, e esta é uma das coisas que me faziam [dizer]: Talvez, talvez. Pensei muito, rezei muito sobre isso e finalmente tomei a decisão que realmente veio de dentro. E eu disse: Aquele que me leva a decidir assim, que cuide das pessoas. Mas isto depois da oração e da consciência dos riscos. Depois de tudo isso.
DesantPierre - KTO: Santidade, vimos a coragem, o dinamismo dos cristãos iraquianos, vimos também os desafios que enfrentam, a ameaça da violência islamista, o êxodo e o testemunho de fé no seu ambiente. Estes são os desafios dos cristãos em toda a região. Falamos do Líbano, mas também da Síria, e da Terra Santa. Há dez anos, foi realizado um Sínodo para o Oriente Médio, mas seu desenvolvimento foi interrompido pelo ataque à Catedral de Bagdá. O senhor está pensando em fazer algo para todo o Oriente Médio, um sínodo regional ou qualquer outra iniciativa?
Papa Francisco: Não estou pensando em um Sínodo. Iniciativas, sim, estou aberto a muitas iniciativas. Mas não me ocorreu uma. Você acaba de lançar a primeira semente. Vamos ver o que vai acontecer. A vida dos cristãos no Iraque é uma vida dura, mas não só a dos cristãos. Falamos [nestes dias] com yazidis e [com membros] de outras religiões que não se submeteram ao poder do Daesh [Estado Islâmico]. E isto, não sei porque, deu-me uma força muito grande, mas há o problema que você diz da migração. Ontem, quando estávamos voltando de carro de Qaraqosh para Erbil, vi muita gente, jovens, a faixa etária é muito baixa. Muita gente jovem. E a pergunta que alguém me fez é a pergunta destes jovens: Qual será o futuro deles? Para onde eles irão? Muitos terão que deixar o país, muitos. Antes de sair de viagem, no dia seguinte, doze refugiados iraquianos vieram se despedir de mim. Um deles tinha uma prótese na perna porque tinha escapado debaixo de um caminhão e sofreu um acidente, muitos escaparam.
A migração é um direito duplo: está o direito de não migrar e o direito de migrar. Mas, estas pessoas não têm nenhum dos dois, porque não podem não migrar, não sabem como fazê-lo. E não podem migrar porque o mundo ainda não se deu conta de que a migração é um direito humano. Da outra vez, um sociólogo italiano me disse, falando da queda demográfica na Itália: dentro de quarenta anos teremos que "importar" estrangeiros para trabalhar e pagar impostos para nossas pensões. Vocês franceses foram mais espertos, avançaram dez anos com a lei em prol da família, o seu nível de crescimento é muito grande. Mas a migração é vivida como uma invasão. Ontem eu quis receber após a missa, porque ele pediu, o pai de Alan Kurdi, esta criança que é um símbolo, Alan Kurdi é um símbolo: por isso eu dei a escultura para a FAO. É um símbolo que vai além de uma criança que morreu na migração, um símbolo de civilizações que morrem que não podem sobreviver, um símbolo de humanidade. São necessárias medidas urgentes para que as pessoas tenham trabalho em seus próprios países e não tenham que migrar. E também medidas para proteger o direito de migrar.
É verdade que cada país deve estudar bem a capacidade de receber porque não é apenas a capacidade de recebê-los e deixá-los na praia. Trata-se de recebê-los, acompanhá-los, fazê-los progredir e que se integrem. A integração do migrante é a chave.
Dois casos: em Zaventem, na Bélgica, os terroristas eram belgas. Nascidos na Bélgica, mas migrantes islâmicos fechados em guetos, não integrados. O outro exemplo, quando fui à Suécia, a ministra que participou da minha despedida era muito jovem e tinha uma fisionomia peculiar, não típica dos suecos. Era filha de um migrante e de uma sueca, estava tão integrada que se tornou ministra... Pensemos nestes dois casos, nos farão pensar muito: integrar. Sobre as migrações, que eu acho que é o drama da região. Gostaria de agradecer aos países generosos que recebem migrantes: o Líbano que tem, creio, dois milhões de sírios; a Jordânia - infelizmente não sobrevoaremos o país, o rei queria nos homenagear com aviões quando passássemos - foi muito generosa de sua parte: ali há mais de um milhão e meio de migrantes. Agradeço a esses países generosos! Muito obrigado!
Stefania Falasca, Avvenire: Bom dia Santo Padre. Em três dias, neste país-chave do Oriente Médio, o senhor fez o que os poderosos da Terra vêm discutindo há trinta anos. O senhor já explicou qual é o interesse original de suas viagens, como surgem as escolhas de suas viagens, mas agora nesta contingência, olhando para o Oriente Médio, pode ser colocada em conta uma viagem à Síria? Quais poderiam ser os objetivos daqui a um ano de outros lugares onde sua presença é solicitada?
Papa Francisco: Obrigado. No Oriente Médio, a única hipótese, e também a promessa, é o Líbano. Não pensei em uma viagem à Síria, e não o pensei porque não tive esta inspiração, mas estou muito próximo da martirizada e amada Síria, como eu a chamo. Lembro-me, no início do pontificado, naquela tarde de oração na Praça de São Pedro, havia o terço, adoração do Santíssimo. Mas quantos muçulmanos com tapetes no chão estavam rezando conosco. Todos pela paz na Síria, para parar o bombardeio, no momento em que foi dito que haveria um bombardeio feroz. Levo a Síria no meu coração. Mas pensar em uma viagem, ainda não me veio à mente neste momento. Obrigado".
Sylvia Wysocka, imprensa polonesa: Santidade, nestes doze meses muito difíceis a sua atividade também esteve muito limitada. Ontem o senhor teve o primeiro contato direto muito próximo com as pessoas em Qaraqosh: o que o senhor sentiu? Em sua opinião, agora com todo o atual regime de saúde, poderão ser retomadas as audiências gerais com a presença das pessoas, com os fiéis, como antes?
Papa Francisco: Eu me sinto diferente quando estou longe das pessoas nas audiências. Gostaria de recomeçar as audiências gerais o mais rápido possível. Esperamos que existam condições. Nisto eu sigo as normas das autoridades, eles são os responsáveis e têm a graça de Deus para nos ajudar nisto. Eles são responsáveis por dar as normas. Quer queiramos ou não. Os responsáveis são eles e têm que fazer isso. Agora comecei novamente com o Ângelus na praça, com distanciamento é possível fazê-lo.
Há a proposta de pequenas audiências gerais, mas ainda não decidi porque o desenvolvimento da situação não estava claro. Depois destes meses de “prisão”, eu realmente me sentia um pouco aprisionado, esta viagem para mim foi um reviver. Reviver porque é tocar a Igreja, tocar o povo santo de Deus, tocar todos os povos. Um padre torna-se padre para servir, a serviço do povo de Deus, não para fazer carreira, não por dinheiro.
Esta manhã, na Missa, havia a leitura bíblica sobre a cura de Naamã, o sírio, e dizia que este Naamã queria dar presentes depois de ter obtido a cura. Mas o profeta Eliseu os recusou. A Bíblia continua: o assistente do profeta Eliseu, quando eles partiram, acomodou bem o profeta e apressadamente seguiu Naamã e pediu os presentes para ele. E Deus disse: "a lepra que Naamã tinha será para ti".
Temo que nós, homens e mulheres da Igreja, especialmente nós sacerdotes, não tenhamos essa proximidade gratuita com o povo de Deus que é quem nos salva. E fazer como o servo de Naamã: sim, ajudar, mas depois ir atrás para os presentes. Dessa lepra eu tenho medo. E o único que nos salva da lepra da ganância, do orgulho, é o povo santo de Deus. Aquele sobre o qual Deus falou a Davi: "Eu te tirei do rebanho, não te esqueças do rebanho". Aquilo que Paulo falou a Timóteo: "Lembra-te de tua mãe e de tua avó que te amamentaram na fé".
Não perder a pertença ao povo de Deus para se tornar uma casta privilegiada de consagrados, clérigos, ou que quer que seja. O contato com as pessoas nos salva, nos ajuda, nós damos a Eucaristia, a pregação, cumprimos nossa função. Mas elas nos dão a pertença. Não esqueçamos essa pertença ao povo de Deus.
Depois, você começava assim, o que eu encontrei no Iraque, em Qaraqosh? Eu não imaginava a ruínas de Mossul e Qaraqosh, não imaginava realmente... Sim, posso ter visto coisas, eu li livros, mas isso toca, é comovente.
Depois, o que mais me tocou foi o testemunho de uma mãe em Qaraqosh. Deu o seu testemunho um padre que realmente conhece a pobreza, o serviço, a penitência, e uma mulher que perdeu seu filho nos primeiros bombardeios do Daesh. Ela disse uma palavra: perdão. Eu fiquei comovido. Uma mãe que diz: eu perdoo, eu peço perdão por eles. Veio-me a memória a minha viagem à Colômbia, o encontro em Villavicencio onde tantas pessoas, sobretudo mulheres, mães e esposas, falaram de sua experiência com o assassinato de seus filhos e maridos. Elas disseram: "Eu perdoo, eu perdoo". Perdemos esta palavra, sabemos muito bem como insultar, sabemos muito bem como condenar, eu por primeiro. Mas perdoar... perdoar nossos inimigos, isto é puro Evangelho. Isto é o que mais me impressionou em Qaraqosh.
Papa Francisco: Estamos falando há quase uma hora e eu continuo, mas com esforço... façamos a última antes de festejar o aniversário.
Catherine Marciano - AFP: Santidade, eu queria saber o que o senhor sentiu vendo do helicóptero a cidade destruída de Mossul e depois rezando nas ruínas de uma igreja. Se me permite, já que é Dia da Mulher, gostaria de fazer uma pequena pergunta também sobre as mulheres. O senhor apoiou as mulheres em Qaraqosh com palavras muito bonitas, mas o que o senhor acha do fato de que uma mulher muçulmana apaixonada não pode se casar com um cristão sem ser descartada pela sua família ou algo pior? A primeira pergunta era sobre Mossul, obrigado Santidade.
Papa Francisco: "De Mosul eu disse um pouco "en passant" o que eu senti. Quando estive diante da igreja destruída, não tive palavras. Inacreditável, inacreditável... Não apenas aquela igreja, mas também outras igrejas, também uma mesquita destruída. Pode-se dizer que não estavam de acordo com essas pessoas. Inacreditável a nossa crueldade humana. Neste momento, não quero dizer a palavra “recomeçar”, mas olhemos para a África. E com a nossa experiência de Mossul, essas igrejas destruídas e tudo mais, cria-se inimizade, a guerra e também recomeça a agir o chamado Estado islâmico. Isto é ruim, muito ruim.
E, antes de passar à outra pergunta, uma pergunta que me veio à mente na igreja foi esta: mas quem vende as armas para esses destruidores? Porque as armas eles não fabricam. Sim, eles produzem algumas armas... Mas quem vende as armas? Quem é o responsável? Ao menos eu pediria àqueles que vendem as armas a sinceridade de dizer: nós vendemos as armas. Eles não dizem isso. É horrível.
Agora as mulheres. As mulheres são mais corajosas do que os homens, mas isso sempre foi assim. Mas a mulher ainda hoje é humilhada, vamos a esse extremo. Não sei quem, uma de vocês me mostrou, não sei se foi você Eva, a lista de preços das mulheres (preparada pelo Isis que comprava as mulheres cristãs e yazidis). Não podia acreditar... se a mulher possuía tais características então custava tanto. As mulheres são vendidas, as mulheres são escravizadas.
Também no centro de Roma, o trabalho contra o tráfico de seres humanos é um trabalho cotidiano. Durante o Jubileu, fui visitar uma das muitas casas da Obra Don Benzi. Garotas resgatadas, uma com a orelha cortada porque não tinha trazido dinheiro naquele dia, a outra trazida de Bratislava no porta mala do carro, escrava, sequestrada. Isso acontece entre nós! O tráfico de pessoas.
Nesses países, especialmente na parte da África, há a mutilação com um ritual que deve ser feito. Mas as mulheres ainda são escravas e devemos lutar, lutar, pela dignidade da mulher. São elas que continuam a história, isto não é um exagero, as mulheres continuam a história e isto não é um elogio porque hoje é o dia da mulher.
Também a escravidão é assim, a rejeição à mulher... Pensar que em um lugar houve uma discussão se o repúdio à esposa deveria ser dado por escrito ou apenas oralmente. Nem mesmo o direito de ter o ato de repúdio! Mas isto está acontecendo hoje.
Mas, para não nos distanciarmos, pensemos no centro de Roma, nas jovens que são sequestradas e exploradas. Acho que já disse tudo sobre este assunto. Desejo-lhes um bom fim de viagem e peço-lhes que rezem por mim, pois o necessito”.
Ao chegar a Roma, o Santo Padre foi à Basílica de Santa Maria Maior levar um buquê de flores e agradecer à Virgem, invocada com o nome de Salus Populi Romani, pela sua 33ª viagem internacional.
O Papa Francisco se converteu assim no primeiro Papa a visitar o Iraque.
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Papa visita o grande Aiatolá Ali-Sistani, líder dos muçulmanos xiitas no Iraque https://t.co/ijxDjgkKiH
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Bispos pedem paz após protestos por nova quarentena na Argentina
Buenos Aires, 08/03/2021 (ACI).- Os Bispos da Argentina fizeram chamados à paz diante dos protestos na província de Formosa, fronteira com o Paraguai, por causa de uma nova quarentena ordenada pelas autoridades frente à pandemia de Covid-19.
"Busquemos a paz, erradiquemos todas as formas de violência, cooperemos para estabelecer a fraternidade universal", disse o Bispo de Formosa, Dom José Vicente Conejero Gallego, no dia 6 de março.
“Assim como o nosso querido Papa Francisco, nestes dias no Iraque, e nós, em Formosa, na Argentina e em todo o mundo”, afirmou.
Depois de detectar 23 novos casos de Covid-19 na província, 17 deles na capital, o Governo da província argentina de Formosa anunciou no dia 4 de março o restabelecimento do Isolamento Social Preventivo e Obrigatório (conhecido como APSO) até 18 de março.
As disposições implicam o fechamento das atividades empresariais consideradas não essenciais e do transporte interurbano.
O anúncio do governo provincial causou revolta na população, que será obrigada a suspender novamente a atividade econômica, e gerou uma série de protestos desde a noite de 4 de março.
Ao reprimir violentamente os protestos de 5 de março, os policiais agrediram os manifestantes com paus e dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo.
No dia 5 de março, a Comissão Executiva da Conferência Episcopal Argentina escreveu ao Bispo de Formosa manifestando seu apoio e assinalando que “devem ser adotadas todas as medidas sanitárias necessárias para combater a Covid-19, dentro do razoável e de acordo com o contexto de sua circulação”.
“Mas de forma alguma se pode aceitar o exercício de qualquer repressão violenta contra cidadãos que exigem a plena vigência de seus direitos humanos e sociais”, indicaram os bispos.
“Certamente não faltarão meios para que a Igreja junto com outros setores da sociedade promova o diálogo e a amizade social que eliminem definitivamente qualquer forma de arrogância pessoal ou institucional, típica de outros tempos trágicos de nossa Pátria”, acrescentaram.
De acordo com o Governo de Formosa, até 4 de março de 2021, foram confirmados 1.422 casos de Covid-19 na província, com 19 mortes.
A universidade norte-americana especializada em medicina Johns Hopkins, em 7 de março, indica que na Argentina foram registrados mais de 2,1 milhões de casos de Covid-19 e cerca de 53 mil mortes.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Como o Papa Francisco decide qual país visitar?
AVIÃO PAPAL, 08/03/2021 (ACI).- Na coletiva de imprensa durante a viagem de retorno do Iraque ao Vaticano, o Papa Francisco explicou como escolhe suas viagens apostólicas.
O Santo Padre disse nesta segunda-feira, 8 de março, que “para tomar uma decisão sobre as viagens, escuto. Os convites são muitos e escuto o conselho dos assessores e às vezes alguém vem e diz: o que acha a esse propósito, devo ir até aquele lugar? É bom para mim ouvir, isto me ajuda a tomar decisões mais tarde”.
“Escuto os conselheiros e, no final, rezo, reflito muito, sobre algumas viagens, reflito muito. Depois a decisão vem de dentro, quase espontaneamente, mas como fruto maduro. É um longo caminho. Alguns são mais difíceis, outros mais fáceis”, acrescentou.
Em seguida, o Papa descreveu como surgiu a decisão de viajar ao Iraque. Recordou o primeiro convite que recebeu da ex-embaixadora do Iraque junto à Santa Sé, depois o convite do novo embaixador, assim como a visita do presidente. "Todas essas coisas ficaram comigo", indicou.
O Santo Padre disse também que influenciou a viagem ao Iraque a leitura em italiano do livro "A Última Garota", de Nadia Murad, uma jovem yazidi que foi escrava do Estado Islâmico e conta a sua história
“Nadia Mourad conta coisas espantosas, espantosas. Eu os aconselho a ler, em alguns pontos como é biográfico pode parecer pesado, mas para mim esta é a razão básica da minha decisão. Esse livro trabalhou-me por dentro. Primeiro quando escutei Nadia que veio me contar coisas terríveis, depois com o livro. Todas essas coisas juntas levaram à decisão, pensando em todos, em todos os problemas, muitos. Mas no final a decisão veio e eu a tomei”, disse.
Por fim, Francisco abordou a questão do próximo início do seu oitavo ano de pontificado e sublinhou: “Confesso que nesta viagem fiquei muito mais cansado do que nas outras. Os 84 [anos de idade] não vêm sozinhos, têm uma consequência... mas veremos”.
“Agora devo ir à Hungria para a Missa final do Congresso Eucarístico Internacional, não para uma visita ao país, mas somente para a Missa. Mas, Budapeste fica a duas horas de carro de Bratislava, por que não fazer uma visita aos eslovacos? É assim que as coisas saem...”, concluiu o Papa.
O Papa Francisco viajou ao Iraque de 5 a 8 de março. Além da capital Bagdá, visitou a planície de Ur, as cidades de Mosul e Qaraqosh – martirizadas pelo Estado Islâmico – e Erbil, capital do Curdistão iraquiano.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
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Espanha: Ex-superior jesuíta é condenado à prisão por abuso sexual
MADRI, 08/03/2021 (ACI).- O sacerdote Jorge Enríquez, que foi superior da Companhia de Jesus em La Rioja (Espanha), foi condenado pelo Tribunal Provincial de Oviedo a sete anos e três meses de prisão, sendo considerado culpado de abusar sexualmente de uma menor.
Enríquez foi acusado em 2019 de abusar sexualmente de uma menor, aluna da Escola Imaculada Concepción de Gijón, desde que ela tinha 14 até que fez 18 anos.
Depois de ouvir a denúncia em janeiro de 2019, os jesuítas separaram Enríquez "do contato com menores".
A sentença ao jesuíta espanhol, publicada no dia 2 de março, também o obriga a pagar 15 mil euros a título de indenização e a se afastar da jovem, que atualmente tem 26 anos.
O jesuíta condenado poderia recorrer ao Superior Tribunal de Justiça das Astúrias.
Em nota divulgada em 2 de março deste ano, a Companhia de Jesus na Espanha afirmou que “respeita a decisão judicial e deseja que contribua para fazer justiça. A possibilidade de recurso está nas mãos do acusado e da acusação”.
Os jesuítas também reiteraram seu pedido de perdão à vítima e à sociedade "pela dor que um membro da Companhia de Jesus possa ter lhe causado”.
“Terminado o processo judicial, retomaremos o processo canônico que começou quando tomamos conhecimento da situação e foi interrompido com o início do processo civil”, indicou a Companhia de Jesus.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Bispos poloneses expressam “dor e tristeza” por veredito sobre auréola arco-íris na Virgem
REDAÇÃO CENTRAL, 08/03/2021 (ACI).- Bispos da Diocese polonesa de Płock manifestaram “dor e tristeza por causa do veredito no julgamento da “auréola arco-íris”.
Elżbieta Podleśna, Anna Prus e Joanna Gzyra-Iskandar foram a julgamento em Płocksob acusação de ofender os sentimentos religiosos, crime punível por pena de prisão de até dois anos.
Em abril de April 2019 as três mulheres colaram cartazes do ícone da Madonna Negra do mosteiro de Jasna Góra, com auréolas arco-íris em torno da cabeça de Nossa Senhora e do Menino Jesus.
As ativistas alegaram ter feito e espalhado os cartazes em protesto contra uma faixa dentro da catedral da cidade que listava “LGBT” e “gênero–” termo usado na Polônia para “ideologia de gênero” – como pecados.
Elżbieta Podleśna, psicoterapeuta e ativista, disse que considerou a faixa da igreja “homofóbica” e que ela encorajava a estigmatização de “pessoas com orientação sexual e identidade de gênero não-heteronormativas.”
As três mulheres foram acusadas de infringir o artigo do Código Penal da Polônia que diz: “Quem quer que ofenda os sentimentos religiosos de outras pessoas por insultar publicamente um objeto de adoração religiosa ou um lugar designado para cerimônias públicas religiosas é passível de ter que pagar multa, ter a liberdade limitada ou ser privado de liberdade por até dois anos.”
O juiz do caso absolveu as mulheres alegando que elas não tiveram intenção de ofender a sensibilidade religiosa de ninguém nem de insultar a venerada imagem da Virgem Maria. Segundo o juiz, as ações delas visavam proteger pessoas que enfrentam discriminação.
Declaração assinada pelo Bispo Piotr Libera de Płock, pelo Bispo Auxiliar Mirosław Milewski, e pelo Bispo Emérito Roman Marcinkowski diz que “as ações envolvidas no caso claramente violam a ordem social e, em essência, contradizem a ideia de tolerância alegada pelas perpetradoras.”
A Ação Católica da Diocese de Płock expressou sua “extrema preocupação” com o veredito. Em comunicado, a organização disse que seus membros “não conseguem se conformar com a sentença, que pode ser interpretada como um consentimento para que se ofendam pública e abertamente os sentimentos religiosos dos fiéis e a profanação da imagem da Virgem Maria de Jasna Góra.”
Os bispos comentaram que o veredito “já foi descrito por muitos como um consentimento aberto do Estado para ações contra a religião católica, a honra da Mãe de Deus e os objetos de devoção ligados a ela, assim como contra os sentimentos dos católicos.”
E completaram: “Expressamos nossa profunda esperança de que a Corte de segunda instância, de acordo com a lei, falará contra essa profanação, restaurando o sentido de justiça que foi perturbado.”
Foi o cristianismo que salvou a dignidade da mulher, recorda Dom Fernando Rifan
RIO DE JANEIRO, 08/03/2021 (ACI).- Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, Dom Fernando Arêas Rifan publicou um artigo em homenagem às mulheres, no qual recorda que quem “salvou a dignidade” delas foi o cristianismo.
“Como todos os anos, a elas prestamos nossa homenagem, por sua grande dignidade e valor diante de Deus e dos homens. A todas as mulheres, o nosso respeito e a nossa imensa gratidão”, expressou o Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney (RJ).
Nesse sentido, recordou que “foi o cristianismo que salvou a dignidade da mulher”. O Bispos explicou que “a história, nos testemunhos de Juvenal e Ovídio, nos conta que a moral sexual e a fidelidade conjugal, antes do cristianismo, estavam em extrema degradação”.
“Constatamos isso, vendo atualmente a situação da mulher nos povos que não têm o cristianismo”, sublinhou.
Dom Rifan assinalou, então, que “no começo do século II, Tácito afirmava que uma mulher casta era um fenômeno raro”, já “Galeno, médico grego do século II, ficava impressionado com a retidão do comportamento sexual dos cristãos”.
“Os próprios historiadores são obrigados a confessar que foram os cristãos que restauraram a dignidade do matrimônio”, reforçou.
Dom Rifan refletiu ainda sobre a igualdade e, para tal, citou a mensagem sobre a mulher, de São João Paulo II, de 1995, na qual o então Pontífice afirmou que “a igualdade de dignidade não significa ser idêntico aos homens”, pois “isso só empobrece as mulheres e toda a sociedade, deformando ou perdendo a riqueza única e valores próprios da feminilidade”.
“Na visão da Igreja, o homem e a mulher foram chamados pelo Criador para viverem profunda comunhão entre si, conhecendo-se mutuamente, para dar a si mesmos e agir em conjunto, tendendo para o bem comum com as características complementares do que é feminino e masculino”, declarou São João Paulo II em sua mensagem.
Além disso, o Prelado assinalou que foi na Igreja que as mulheres encontraram, “conforme a sua própria condição, seu lugar digno: foi-lhes permitido formar comunidades religiosas dotadas de governo próprio, dirigir suas próprias escolas, conventos, colégios, hospitais e orfanatos, coisa impensável no mundo antigo”.
Entretanto, lamentou que muitas vezes a dignidade das mulheres não é reconhecida e elas são alvos de agressões.
Nesse sentido, recordou que no seu vídeo de intenções de oração no mês passado, o Papa Francisco pediu “ao mundo para que rezássemos pelas mulheres que sofrem diversas formas de maus-tratos”.
“O forte apelo do Pontífice é contra os diferentes tipos de violência que têm gerado um ‘número impressionante’ de mulheres ‘espancadas, ofendidas e violadas’. Diante desse tipo de ‘covardia e degradação para toda a humanidade’, Francisco pede que elas sejam protegidas pela sociedade e que os sofrimentos das vítimas, através do ‘grito de socorro’, sejam escutados”, concluiu Dom Rifan, recordando o chamado à oração do Santo Padre.
Confira também:
Papa Francisco pede que mulheres sejam respeitadas e defendidas https://t.co/8nJFH1WY6R
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Papa quer retomar audiência geral com peregrinos
Vaticano, 08/03/2021 (ACI).- O Papa Francisco deseja retomar as audiências gerais às quartas-feiras com a presença dos fiéis, pois a participação das pessoas foi cancelada meses atrás devido à pandemia do coronavírus.
O Pontífice falou disso durante a coletiva de imprensa que ofereceu nesta segunda-feira, 8 de março, no avião que o levou de volta a Roma depois de sua viagem apostólica ao Iraque.
O Santo Padre recordou que as autoridades sanitárias são as responsáveis pelas medidas tomadas para conter a pandemia “e têm a graça de Deus para nos ajudar nisto”.
Francisco reconheceu que se sente “diferente quando estou longe das pessoas nas audiências. Gostaria de recomeçar as audiências gerais o mais rápido possível. Esperamos que existam condições”.
Ele explicou que "há a proposta de pequenas audiências gerais, mas ainda não decidi porque o desenvolvimento da situação não estava claro".
Assegurou que nestes meses de pandemia “me sentia um pouco aprisionado” e a viagem realizada “foi para mim foi um reviver. Reviver porque é tocar a Igreja, tocar o povo santo de Deus, tocar todos os povos. Um padre torna-se padre para servir, a serviço do povo de Deus, não para fazer carreira, não por dinheiro”.
“Temo que nós, homens e mulheres da Igreja, especialmente nós sacerdotes, não tenhamos essa proximidade gratuita com o povo de Deus que é quem nos salva”, afirmou.
“Dessa lepra eu tenho medo. E o único que nos salva da lepra da ganância, do orgulho, é o povo santo de Deus. Aquele sobre o qual Deus falou a Davi: ‘Eu te tirei do rebanho, não te esqueças do rebanho’. Aquilo que Paulo falou a Timóteo: ‘Lembra-te de tua mãe e de tua avó que te amamentaram na fé’.
Em suma, “não perder a pertença ao povo de Deus para se tornar uma casta privilegiada de consagrados, clérigos, ou que quer que seja. O contato com as pessoas nos salva, nos ajuda, nós damos a Eucaristia, a pregação, cumprimos nossa função. Mas elas nos dão a pertença”.
Confira também:
Coletiva de imprensa do Papa Francisco no voo de volta do Iraque a Roma https://t.co/X8lY9ydSGC
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