Hoje é celebrado São Pedro Damião, Doutor da Igreja
REDAÇÃO CENTRAL, 21/02/2021 (ACI).- “Espera confiantemente a alegria que vem depois da tristeza”, dizia o beneditino São Pedro Damião, Doutor da Igreja. Em uma época difícil, ajudou com seus escritos e legações a reforma eclesiástica e clerical. Damião significa “o que doma seu corpo” e sua festa é celebrada neste dia 21 de fevereiro.
“Que a esperança dessa alegria te reanime, e a caridade acenda em ti o fervor, de tal modo que o teu espírito, santamente inebriado, esqueça os sofrimentos exteriores e anseie com entusiasmo pelo que contempla interiormente”, dizia São Pedro Damião.
O santo nasceu em 1007, em Ravena (Itália). Perdeu seus pais quando era criança e ficou sob os cuidados de um irmão que o tratou como escravo. Outro irmão, arcipreste de Ravena, se compadeceu e se encarregou de sua educação. Sentindo-se como um filho, Pedro adotou de seu irmão o nome Damião.
Desde jovem, São Pedro se acostumou à oração, vigília, jejum, convidava os pobres à sua mesa e lhes servia pessoalmente. Ingressou na vida monástica com os beneditinos da reforma de São Romualdo.
Para dominar suas paixões, colocava cintos com espinhos (cilício) debaixo de sua camisa, açoitava-se e jejuava com pão e água. Mas, seu corpo, por não estar acostumado, ficou debilitado e começou a sofrer de insônia.
Foi assim que compreendeu que esses castigos não deviam ser tão severos e que a melhor penitência é a paciência com as penas que Deus permite que nos cheguem. Esta experiência lhe serviu, mais tarde, para acompanhar espiritualmente os outros.
Quando morreu o Abade, Pedro assumiu, por obediência, a direção da comunidade. Fundou outras cinco comunidades de eremitas e, em todos os monges, buscava que fomentassem o espírito de retiro, caridade e humildade. Dentre eles, surgiram São Domingos Loricato e São João de Lodi.
Vários Papas recorreram a São Pedro por seus conselhos. Em 1057, foi criado Cardeal e Bispo de Ostia, embora o santo sempre tenha preferido sua vida de eremita. Posteriormente, lhe seria concedido o desejo de voltar para o convento como simples monge, mas com a condição de que poderia ser empregado no serviço da Igreja.
Dedicou-se a enviar cartas a muitos Pontífices e pessoas de alto escalão para que se erradicasse a simonia, que era a compra ou venda do que é espiritual por bens materiais, incluindo cargos eclesiásticos, sacramentos, sacramentais, relíquias e promessas de oração.
Escreveu o “Livro Gomorriano” (fazendo alusão à cidade de Gomorra, do Antigo Testamento) e falou contra os costumes impuros daquele tempo. Do mesmo modo, escrevia sobre os deveres dos clérigos, monges e recomendava a disciplina mais do que o jejum.
Costumava dizer: “É impossível restaurar a disciplina uma vez que esta decai; se nós, por negligência, deixamos cair em desuso as regras, as gerações futuras não poderão voltar à observância primitiva. Guardemo-nos de incorrer em semelhante culpa e transmitamos fielmente a nossos sucessores o legado de nossos predecessores”.
Era uma pessoa severa, mas sabia tratar os pecadores com indulgência e bondade quando a prudência e a caridade o requeriam. Em seu tempo livre, costumava fazer colheres de madeira e outros utensílios para não permanecer ocioso.
O Papa Alexandre II enviou São Pedro Damião para resolver um problema com o Arcebispo de Ravena, que estava excomungado por certas atrocidades cometidas. Lamentavelmente, o santo chegou quando o Prelado tinha falecido, mas converteu os cúmplices, aos quais impôs uma penitência justa.
De volta a Roma, ficou doente com uma febre aguda, em um mosteiro fora de Faenza. Partiu para a Casa do Pai em 22 de fevereiro de 1072. Dante Alighieri, no canto XXI do Paraíso, coloca São Pedro Damião no céu de Saturno, destinado aos espíritos contemplativos. Foi declarado Doutor da Igreja em 1828.
Há 20 anos, São João Paulo II criou Cardeal o agora Papa Francisco
REDAÇÃO CENTRAL, 21/02/2021 (ACI).- No dia 21 de fevereiro de 2001, há 20 anos, São João Paulo II criou Cardeal o então Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, que fazia parte do primeiro grupo de 43 novos cardeais do terceiro milênio.
Alguns anos depois, em 27 de abril de 2014, o Papa Francisco declarou santos São João Paulo II e São João XXIII, em uma cerimônia histórica e sem precedentes, na qual reuniu os quatro Pontífices, com a presença do Papa Emérito Bento XVI.
João Paulo II, que criou 231 cardeais durante aproximadamente 27 anos de pontificado, assinalou em 2001 que estes eram “os primeiros cardeais criados no novo milênio” e destacou que, “após ter bebido em abundância nas fontes da misericórdia divina durante o Ano Santo”, a barca mística da Igreja se preparava “para ‘se fazer novamente ao largo’, para transmitir ao mundo a mensagem da salvação”.
Naquela ocasião, o Papa Wojtyla disse aos novos cardeais que “o mundo está se tornando cada vez mais complexo e mutável, e a consciência viva de discrepâncias existentes gera ou aumenta as contradições e os desequilíbrios”.
“O enorme potencial do progresso científico e técnico, assim como o fenômeno da globalização, que ampliam continuamente novas áreas, nos exigem estar abertos ao diálogo com toda pessoa e com toda instância social a fim de dar a todos uma razão da esperança que levamos em nossos corações”, expressou.
“A fim de responder adequadamente às novas tarefas, é necessário cultivar uma comunhão cada vez mais íntima com o Senhor. A própria cor púrpura de vossas vestes recorda- vos essa urgência. Essa cor não é o símbolo do amor apaixonado a Cristo? Nesse vermelho rutilante não está o fogo ardente do amor à Igreja que deve igualmente alimentar em vós a disponibilidade, se necessário, até o supremo testemunho do sangue?”.
“Ao contemplá-los, o povo de Deus deve poder encontrar um ponto de referência concreto e luminoso que o estimule a ser verdadeiramente luz do mundo e sal da terra”, encorajou São João Paulo II.
Confira também:
Papa Francisco soube que seria bispo em 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima https://t.co/gyZ7Jjrvq3
— ACI Digital (@acidigital) 13 de maio de 2017
Hoje é o Primeiro Domingo da Quaresma
REDAÇÃO CENTRAL, 21/02/2021 (ACI).- Neste dia 21 de fevereiro, a Igreja celebra o primeiro domingo da Quaresma. O Evangelho de hoje corresponde à leitura de Marcos 1,12-15, passagem que recorda quando Jesus foi tentado pelo diabo no deserto, apresentando assim o tema dos 40 dias deste tempo litúrgico.
A seguir, leia e reflita o Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma:
Mc 1,12-15
Naquele tempo, 12o Espírito levou Jesus para o deserto. 13E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam.
14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”
Confira também:
6 práticas concretas para viver a Quaresma https://t.co/mUqFlASFxV
— ACI Digital (@acidigital) February 19, 2021
Ângelus: Papa Francisco convida a dedicar tempo à oração durante a Quaresma
Vaticano, 21/02/2021 (ACI).- Antes de dirigir a oração do Ângelus no dia 21 de fevereiro, primeiro domingo da Quaresma, o Papa Francisco encorajou os presentes a não terem medo de dedicar momentos à oração silenciosa para ouvir a Palavra de Deus.
Refletindo sobre o trecho do Evangelho de São Marcos que narra as tentações de Jesus no deserto, o Santo Padre destacou que “a Palavra de Deus nos mostra o caminho para viver fecundamente os quarenta dias que levam à celebração anual da Páscoa e animou os fiéis a pensarem no deserto, “neste ambiente, natural e simbólico, tão importante na Bíblia”.
“O deserto é o lugar onde Deus fala ao coração do homem , e onde brota a resposta à oração, isto é, o deserto da solidão, o coração separado das outras coisas, só nessa solidão se abre à Palavra de Deus ”, afirmou.
Além disso, o Santo Padre explicou que o deserto é também “o lugar da prova e da tentação, onde o tentador, aproveitando-se da fragilidade e das necessidades humanas, insinua a sua voz enganadora, uma voz alternativa à de Deus, uma alternativa que nos faz ver o outro caminho, o do engano" porque “o tentador seduz”.
Nesta linha, o Papa reconheceu que “durante os quarenta dias vividos por Jesus no deserto, começa o 'duelo' entre Jesus e o diabo, que terminará com a Paixão e a Cruz” e acrescentou que “todo o ministério de Cristo é uma luta contra o mal em suas múltiplas manifestações: cura para as doenças, o exorcismo do demoníaco, o perdão dos pecados, tudo isso é uma luta”.
O Santo Padre ainda avisou que a certa altura da vida de Jesus “parece que o diabo prevalece quando o Filho de Deus é rejeitado, abandonado e finalmente capturado e condenado à morte, parece que o diabo venceu, parece que ele é o vencedor, mas na realidade, a morte foi o último 'deserto' a ser transpassado para derrotar definitivamente Satanás e nos libertar a todos de seu poder” e acrescentou que “foi assim que Jesus triunfou no deserto da morte, para vencer na Ressurreição".
Por isso, o Santo Padre nos encoraja a estarmos atentos à presença do demônio em nossas vidas para nos defendermos dele com a Palavra de Deus e jamais dialogarmos com ele.
Nesse sentido, o Papa disse que “no tempo da Quaresma, o Espírito Santo também nos empurra, como Jesus, a entrarmos no deserto” e acrescentou que “não se trata - como vimos - de um lugar físico, mas de uma dimensão existencial em que calar e escutar a palavra de Deus, para que a verdadeira conversão se realize em nós ”.
«Não tenham medo do deserto, procurem momentos de mais oração, de silêncio, de entrar em si mesmos, não tenham medo», convidou o Papa Francisco, animando os fiéis nesta Quaresma a confiar-se inteiramente «à materna intercessão da Virgem Maria».
Confira também:
Hoje é o Primeiro Domingo da Quaresma https://t.co/yUFo1Tx95N
— ACI Digital (@acidigital) February 21, 2021
O Papa aceitou a renúncia do Cardeal Robert Sarah
Vaticano, 21/02/2021 (ACI).- Neste sábado, 20, o Papa Francisco aceitou a renúncia do Cardeal Robert Sarah como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cargo que ocupou desde novembro de 2014. O Cardeal atingiu o limite de idade de 75 anos, estabelecido pelo Código de Direito Canônico, em junho do ano passado e entregou sua renúncia, a qual acaba de ser acolhida pelo Santo Padre.
O cardeal Robert Sarah nasceu em 15 de junho de 1945 na cidade de Ourous, na Guiné (África). Em 1957, aos 12 anos, ingressou no Seminário Menor de Santo Agostinho de Bingerville, na Costa do Marfim, onde estudou durante três anos.
Em seu livro “Deus ou nada”, o Cardeal Sarah relata como nasceu sua vocação : “Foi no contexto da Eucaristia cotidiana que o Padre (Marcel) Bracquemond, descobrindo meu desejo ardente de conhecer a Deus e talvez impressionado por meu amor pela oração e minha fidelidade à missa diária, me perguntou se eu queria entrar no seminário ”.
“Com a surpresa e a espontaneidade que caracterizam as crianças, respondi que adoraria, embora sem saber exatamente a que me comprometia, pois nunca havia saído da cidade nem conhecia a vida de um seminário”, diz.
El Cardeal conta que seus pais não acreditaram e foram conversar com o Pe. Bracquemond, que confirmou-lhes a notícia: “Minha mãe, esbugalhando os olhos disse que tinha perdido o juízo, que não sabia a que estava me comprometendo ou que havia entendido mal o sacerdote. Para ela e para o povo da aldeia, todos os padres eram necessariamente brancos. Na verdade, parecia-lhe impossível que um negro pudesse ser padre!
Como as relações entre a recém-independente Guiné e a Costa do Marfim se tornaram tensas em 1960, Robert Sarah voltou a estudar no Seminário Dixinn na Guiné, até que o governo expropriou as propriedades da Igreja em agosto de 1961.
Depois de estudar apenas por um tempo em casa, a Igreja encontrou um lugar para ele e outros seminaristas em uma escola pública em Kindia em março de 1962. Por meio de negociações, um seminário foi aberto e Sarah obteve seu bacharelado em 1964.
Em setembro desse ano foi enviado ao Seminário Maior de Nancy, na França. Porém teve que interromper seus estudos novamente. Desta vez devido às tensões entre a Guiné e França. Assim, continuou seus estudos teológicos em Sébikotane, Senegal, onde estudou entre outubro de 1967 e junho de 1969.
Robert Sarah foi ordenado sacerdote em 20 de julho de 1969, aos 24 anos. Foi nomeado arcebispo de Conakry em 13 de agosto de 1979, quando tinha apenas 34 anos. Recebeu a consagração episcopal no dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, do mesmo ano.
Em 1º de outubro de 2001, o Papa São João Paulo II o nomeou Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos. Em 7 de outubro de 2010 foi nomeado presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum". Um mês depois, o Papa Bento XVI o criou cardeal.
Em 23 de novembro de 2014, foi nomeado Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
O cardeal Sarah é um dos cardeais mais importantes da África. Ele é um forte defensor da liturgia, do direito à vida, da família e da liberdade religiosa.
O purpurado sempre foi crítico à ideologia de gênero, uma abordagem que considera o sexo uma construção sociocultural ao invés de algo natural. Em 2016, ele disse que essa corrente é “demoníaca” e um “impulso mortal” contra as famílias.
Ele participou do Sínodo dos Bispos sobre os Jovens em 2018. Lá, ele destacou que "diluir" a doutrina moral católica no campo da sexualidade não atrairá as novas gerações.
Ele também participou do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia em outubro de 2019. Em uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o cardeal Sarah lamentou que alguns tenham usado a “assembleia para fazer avançar seus planos”.
“Estou pensando em particular na ordenação de homens casados, na criação de ministérios femininos e na jurisdição dos leigos. Esses pontos tocam a estrutura da Igreja Universal”, disse o Cardeal na ocasião.
“Aproveitar a oportunidade para apresentar planos ideológicos seria uma manipulação indigna, um engano desonesto e um insulto a Deus que guia a sua Igreja e lhe confia o seu plano de salvação. Além disso, fiquei chocado e indignado que a angústia espiritual dos pobres na Amazônia foi usada como desculpa para apoiar projetos típicos do cristianismo burguês e mundano. É abominável”, disse o Cardeal.
Em janeiro de 2020, o cardeal Sarah e Bento XVI publicaram um livro sobre o sacerdócio e o celibato sacerdotal intitulado “Des profondeurs de nos cœurs” (Do fundo de nossos corações).
O cardeal foi alvo de alguns ataques, acusando-o de mentir sobre a participação do Papa emérito, mas respondeu mostrando a correspondência que mantinha com Bento XVI sobre o texto escrito a quatro mãos.
Em abril de 2020 e diante das restrições da participação de fiéis na liturgia e fechamento das igrejas devido à pandemia do coronavírus, o cardeal Sarah lembrou que “os sacerdotes devem fazer todo o possível para ficar perto dos fiéis” e destacou que “ninguém tem o direito de privar um doente ou moribundo do assistência espiritual de um padre. É um direito absoluto e inalienável”.
Confira:
Cardeal Sarah: Deus nunca abandona sua Igreja diante dos escândalos e da crise moral https://t.co/dOxMAnXO52
— ACI Digital (@acidigital) April 2, 2019