Quarta-feira de Cinzas, a Igreja Católica começa a Quaresma
REDAÇÃO CENTRAL, 17/02/2021 (ACI).- A Igreja Católica inicia hoje, com a Quarta-feira de Cinzas, o tempo litúrgico da Quaresma no qual, durante 40 dias e através da vivência do jejum, da oração e da esmola, os fiéis se preparam para a Semana Santa em que se atualizam os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.
Neste tempo, os fiéis estão chamados à conversão pessoal, exortação que durante a imposição das Cinzas o celebrante expressa com as palavras: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
Do mesmo modo, com a expressão “Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás”, recorda-se a fragilidade da vida humana e que a morte é um destino inevitável.
Na Roma antiga, os fiéis começavam com uma penitência pública o primeiro dia de Quaresma no qual eram salpicados com cinzas. Atualmente os fiéis são marcados com uma cruz na testa com as cinzas obtidas ao queimar as palmas usadas no domingo de Ramos do ano anterior.
Em sua mensagem para a Quaresma de 2020, o Papa Francisco fez um chamado à conversão, mediante o jejum, a oração e a esmola
“Que a nossa Quaresma seja percorrer o mesmo caminho, para levar a esperança de Cristo também à criação, que ‘será libertada da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus’. Não deixemos que passe em vão este tempo favorável! Peçamos a Deus que nos ajude a realizar um caminho de verdadeira conversão. Abandonemos o egoísmo, o olhar fixo em nós mesmos, e voltemo-nos para a Páscoa de Jesus; façamo-nos próximo dos irmãos e irmãs em dificuldade, partilhando com eles os nossos bens espirituais e materiais”, afirmou.
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Estas são 4 maneiras de lucrar indulgência plenária a cada dia na Quaresma
REDAÇÃO CENTRAL, 17/02/2021 (ACI).- Muitas pessoas não sabem que cada dia do Tempo da Quaresma, no qual os católicos nos preparamos para viver a Semana Santa e para celebrar a Páscoa, é uma oportunidade para lucrar uma indulgência plenária.
O Catecismo da Igreja Católica explica que a indulgência "é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos".
As indulgências, que podem ser parciais ou plenárias, podem ser lucradas para si mesmos ou pela alma de um falecido. Não se pode lucrar por outra pessoa viva.
Na Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, Paulo VI disse que "se os fiéis transferem as indulgências a favor dos defuntos, exercem então de maneira excelente a caridade e, elevando seu pensamento para as realidades celestes, tratam as coisas terrestres do modo mais correto".
Vale a pena ressaltar que se pode lucrar apenas uma indulgência plenária por dia.
A primeira maneira de lucrar uma indulgência plenária é seguir o caminho da Via-Sacra. Nela recordamos e meditamos na Paixão e Morte do nosso Senhor.
Participar da Via-Sacra junto com as três condições para obter a indulgência, pode nos levar a lucrá-la todos os dias.
Para aqueles que não puderem fazê-lo fisicamente, o Manual das Indulgências da Santa Sé afirma que "os legitimamente impedidos poderão ganhar a indulgência com uma piedosa leitura e meditação da Paixão e Morte do Senhor ao menos por algum tempo, por exemplo, um quarto de hora".
Afirma também que, "conforme o costume mais comum, o piedoso exercício consta de quatorze leituras devotas, a que se acrescentam algumas orações vocais. Requer-se piedosa meditação só da Paixão e Morte do Senhor, sem ser necessária a consideração do mistério de cada estação".
A segunda forma de lucrar uma indulgência plenária é através da oração do Terço. Para lucrar a indulgência, devemos rezá-lo com devoção em uma igreja, oratório, na família, em uma comunidade religiosa ou associação de fiéis e, em geral, "quando vários dos fiéis se reúnem com um propósito honesto", menciona o manual. Vale lembrar que rezar o terço em família é uma grande bênção e uma bela prática para este tempo litúrgico.
A terceira forma é a Adoração Eucarística por pelo menos meia hora. A adoração de Jesus Cristo, Deus e verdadeiro Homem, é a nossa resposta ao amor que Deus tem por cada um de nós, assim como o reconhecimento de nossas fraquezas diante dele.
A quarta forma é ler ou escutar as Sagradas Escrituras por pelo menos meia hora.
Para lucrar a indulgência plenária é preciso também cumprir com três condições: confissão sacramental dos pecados, receber a Santa Comunhão e oração pelas intenções do Papa. Esta oração, diz o Vaticano, "é deixada para a escolha dos fiéis, mas se sugere um 'Pai-Nosso' e uma 'Ave Maria'".
O Vaticano também afirma que "as três condições podem ser preenchidas em dias diversos (aproximadamente 20 dias), antes ou após a realização da obra prescrita; mas convém que a comunhão e a oração nas intenções do Soberano Pontífice se façam no mesmo dia em que se faz a obra”.
"Com uma só confissão sacramental, podem adquirir-se várias indulgências plenárias, mas para cada indulgência plenária é necessária uma comunhão e as orações nas intenções do Sumo Pontífice", acrescenta.
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Homilia do Papa Francisco na Missa de Quarta-feira de Cinzas
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- O Papa Francisco presidiu a Missa nesta Quarta-feira de Cinzas com o rito da bênção e imposição das cinzas, que aconteceu no altar da cátedra da Basílica de São Pedro.
Em sua homilia, o Santo Padre destacou que a Quaresma “é uma viagem de regresso a Deus”, na qual Deus diz “Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração”.
“A Quaresma é uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos a percorrer, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende. A Quaresma não é compor um ramalhete espiritual; é discernir para onde está orientado o coração”, disse o Papa.
A seguir, a homilia completa pronunciada pelo Papa Francisco:
Principiamos o caminho da Quaresma, que se abre com as palavras do profeta Joel indicando-nos a direção a tomar. Trata-se dum convite que brota do coração de Deus, suplicando-nos de braços abertos e olhos cheios de nostalgia: «Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Convertei-vos a Mim. A Quaresma é uma viagem de regresso a Deus. Quantas vezes, atarefados ou indiferentes, Lhe dissemos: «Senhor, espera! Virei encontrar-Vos mais tarde... Hoje não posso, mas amanhã começarei a rezar e a fazer algo pelos outros». E assim dia após dia… Agora Deus lança um apelo ao nosso coração. Na vida, sempre teremos coisas a fazer e desculpas a apresentar, mas, irmãos e irmãs, hoje é o tempo de regressar a Deus.
Convertei-vos a Mim – diz Ele – de todo o vosso coração. A Quaresma é uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos a percorrer, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende. A Quaresma não é compor um ramalhete espiritual; é discernir para onde está orientado o coração. Aqui está o centro da Quaresma: para onde está orientado o meu coração? Tentemos saber: Para onde me leva o «navegador» da minha vida, para Deus ou para mim mesmo? Vivo para agradar ao Senhor, ou para ser notado, louvado, preferido, no primeiro lugar e assim por diante? Tenho um coração «dançarino» que dá um passo para a frente e outro para trás, amando ora o Senhor ora o mundo, ou um coração firme em Deus? Sinto-me bem com as minhas hipocrisias ou luto para libertar o coração da simulação e das falsidades que o têm prisioneiro?
A viagem da Quaresma é um êxodo: é um êxodo da escravidão para a liberdade. São quarenta dias que recordam os quarenta anos em que o povo de Deus caminhou pelo deserto para voltar à terra de origem. Mas, como foi difícil deixar o Egito! Mais difícil do que deixar a terra foi tirar o Egito do coração do povo de Deus, aquele Egito que traziam dentro… É muito difícil deixar o Egito! Ao longo do caminho, nos seus lamentos, sempre se sentiam tentados pelas cebolas, tentados a voltar para trás, presos às memórias do passado, a qualquer ídolo. O mesmo se passa conosco: a viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa. Para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões.
Interroguemo-nos então: Como avançar no caminho para Deus? Ajudam-nos as viagens de regresso narradas pela Palavra de Deus.
Olhamos para o filho pródigo e compreendemos que é tempo também para nós de regressar ao Pai. Como aquele filho, também nós esquecemos o ar de casa, delapidamos bens preciosos em troca de coisas sem valor e ficamos com as mãos vazias e o coração insatisfeito. Caímos: somos filhos que caem continuamente, somos como criancinhas que tentam andar, mas estatelam-se no chão precisando uma vez e outra de ser levantadas pelo papá. É o perdão do Pai que sempre nos coloca de pé: o perdão de Deus, a Confissão, é o primeiro passo da nossa vigem de regresso. Ao dizer Confissão, recomendo aos confessores: Sede como o pai, não com o chicote, mas com o abraço.
Depois precisamos de regressar a Jesus, fazer como aquele leproso curado que voltou para Lhe agradecer. Curados foram dez, mas só ele foi também salvo, porque voltara para Jesus (cf. Lc 17, 12-19). Todos, todos nós temos enfermidades espirituais: sozinhos, não podemos curá-las; todos temos vícios arraigados: sozinhos, não podemos extirpá-los; todos temos medos que nos paralisam: sozinhos, não podemos vencê-los. Precisamos de imitar aquele leproso, que voltou para Jesus e se prostrou aos seus pés. Temos necessidade da cura de Jesus, precisamos de colocar diante d’Ele as nossas feridas e dizer-Lhe: «Jesus, estou aqui diante de Vós, com o meu pecado, com as minhas misérias. Vós sois o médico; podeis libertar-me. Curai o meu coração».
Mais ainda! A palavra de Deus pede-nos para regressar ao Pai, pede-nos para voltar a Jesus, e somos chamados também a regressar ao Espírito Santo. As cinzas na cabeça lembram-nos que somos pó e em pó nos havemos de tornar. Mas, sobre este pó que somos nós, Deus soprou o seu Espírito de vida. Então não podemos viver seguindo o pó, indo atrás de coisas que hoje existem e amanhã desaparecem. Voltemos ao Espírito, Dador de vida! Voltemos ao Fogo que faz ressurgir as nossas cinzas, àquele Fogo que nos ensina a amar. Continuaremos sempre a ser pó, mas – como diz um hino litúrgico – pó enamorado. Voltemos a rezar ao Espírito Santo, redescubramos o fogo do louvor, que queima as cinzas das lamúrias e da resignação.
Irmãos e irmãs, esta nossa viagem de regresso a Deus só é possível, porque houve a sua vinda até junto de nós. Caso contrário, não teria sido possível. Antes de irmos até Ele, desceu Ele até nós. Precedeu-nos, veio ao nosso encontro. Por nós, desceu até mais fundo de quanto pudéssemos imaginar: fez-Se pecado, fez-Se morte. Isto mesmo no-lo recordou São Paulo: «Aquele que não havia conhecido o pecado, Deus O fez pecado por nós» (2 Cor 5, 21). Para não nos deixar sozinhos e acompanhar-nos no caminho, Ele desceu dentro do nosso pecado e da nossa morte. Tocou o pecado, tocou a nossa morte. Então a nossa viagem é deixar-se tomar pela mão. O Pai que nos chama a voltar é Aquele que sai de casa e vem procurar-nos; o Senhor que nos cura é Aquele que Se deixou ferir na cruz; o Espírito que nos faz mudar de vida é Aquele que sopra com força e suavidade sobre o nosso pó.
Daí a súplica do Apóstolo: «Deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5, 20). Deixai-vos reconciliar: o caminho não se apoia nas nossas forças; com as próprias forças, ninguém pode reconciliar-se com Deus; não consegue. A conversão do coração, com os gestos e práticas que a exprimem, só é possível se partir do primado da ação de Deus. O que nos faz regressar a Ele não são as nossas capacidades nem os méritos que ostentamos, mas a sua graça que temos de acolher. Salva-nos a graça. A salvação é pura graça, pura gratuidade. Disse-o claramente Jesus no Evangelho: o que nos torna justos não é a justiça que praticamos diante dos homens, mas a relação sincera com o Pai. O início do regresso a Deus é reconhecermo-nos necessitados d’Ele, necessitados de misericórdia, necessitados da sua graça. O caminho certo é este: o caminho da humildade. Como me sinto eu: necessitado ou autossuficiente?
Hoje inclinamos a cabeça para receber as cinzas. No termo da Quaresma, abaixar-nos-emos ainda mais para lavar os pés dos irmãos. A Quaresma é uma descida humilde dentro de nós e rumo aos outros. É compreender que a salvação não é uma escalada para a glória, mas um abaixamento por amor. É fazer-nos humildes. Neste caminho, para não perder o rumo, coloquemo-nos diante da cruz de Jesus: é a cátedra silenciosa de Deus. Contemplemos cada dia as suas chagas, as chagas que Ele levou para o Céu e todos os dias, na sua oração de intercessão, faz ver ao Pai. Contemplemos cada dia as suas chagas. Naqueles buracos, reconheçamos o nosso vazio, as nossas faltas, as feridas do pecado, os golpes que nos fizeram sofrer. E contudo, mesmo ali, vemos que Deus não aponta o dedo contra nós, mas abre-nos os braços. As suas chagas estão abertas para nós e, por aquelas chagas, fomos curados (cf. 1 Ped 2, 24; Is 53, 5). Beijemo-las e compreenderemos que precisamente lá, nos buracos mais dolorosos da vida, Deus nos espera com a sua infinita misericórdia. Porque ali, onde somos mais vulneráveis, onde mais nos envergonhamos, Ele veio ao nosso encontro. E agora que veio ter conosco, convida-nos a regressar a Ele, para voltarmos a encontrar a alegria de ser amados.
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Papa Francisco na Quarta-feira de Cinzas: a Quaresma é uma viagem de regresso a Deus
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- Durante a celebração da Missa nesta Quarta-feira de Cinzas, o Papa Francisco recordou que “a Quaresma é uma viagem de regresso a Deus”, por isso incentivou a deixar-se reconciliar por Deus para aprender da Cruz de Jesus que é a “cátedra silenciosa de Deus”.
Este ano, o Santo Padre presidiu a Eucaristia com o rito da bênção e imposição das cinzas em uma cerimônia com poucas pessoas na Basílica de São Pedro, e não na Basílica de Santa Sabina, em Aventino, começando com a tradicional procissão, devido às restrições sanitárias causadas pela Covid-19.
Em sua homilia, o Papa destacou que iniciamos o caminho quaresmal com as palavras do profeta Joel que indicam a direção a seguir “convertei-vos a Mim de todo o vosso coração”, por isso advertiu: “Quantas vezes, atarefados ou indiferentes, Lhe dissemos: «Senhor, espera! Virei encontrar-Vos mais tarde... Hoje não posso, mas amanhã começarei a rezar e a fazer algo pelos outros». E assim dia após dia… Agora Deus lança um apelo ao nosso coração. Na vida, sempre teremos coisas a fazer e desculpas a apresentar, mas, irmãos e irmãs, hoje é o tempo de regressar a Deus”.
Neste sentido, o Santo Padre destacou que “a Quaresma é uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos a percorrer, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende”.
“A Quaresma não é compor um ramalhete espiritual; é discernir para onde está orientado o coração. Aqui está o centro da Quaresma: para onde está orientado o meu coração?”, afirmou.
Por isso, o Papa nos convidou a nos perguntar: “Para onde me leva o «navegador» da minha vida, para Deus ou para mim mesmo? Vivo para agradar ao Senhor, ou para ser notado, louvado, preferido, no primeiro lugar e assim por diante? Tenho um coração «dançarino» que dá um passo para a frente e outro para trás, amando ora o Senhor ora o mundo, ou um coração firme em Deus? Sinto-me bem com as minhas hipocrisias ou luto para libertar o coração da simulação e das falsidades que o têm prisioneiro?”.
Neste sentido, o Pontífice sublinhou que a Quaresma é também “um êxodo: é um êxodo da escravidão para a liberdade” porque “são quarenta dias que recordam os quarenta anos em que o povo de Deus caminhou pelo deserto para voltar à terra de origem”.
No entanto, o Papa reconheceu que ao longo do caminho “sempre se sentiam tentados pelas cebolas, tentados a voltar para trás, presos às memórias do passado, a qualquer ídolo” e acrescentou que “o mesmo se passa conosco: a viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa”.
Desta forma, o Santo Padre sugeriu que “para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões” e para isso “ajudam-nos as viagens de regresso narradas pela Palavra de Deus”.
Em primeiro lugar, o Papa recordou a parábola do filho pródigo para sublinhar que “é tempo também para nós de regressar ao Pai”, pois “é o perdão do Pai que sempre nos coloca de pé: o perdão de Deus, a Confissão, é o primeiro passo da nossa vigem de regresso”, por isso recomendou aos confessores que sejam “como o pai, não com o chicote, mas com o abraço”.
Posteriormente, o Santo Padre lembrou o leproso curado para indicar que “precisamos de regressar a Jesus”, pois “todos, todos nós temos enfermidades espirituais: sozinhos, não podemos curá-las; todos temos vícios arraigados: sozinhos, não podemos extirpá-los; todos temos medos que nos paralisam: sozinhos, não podemos vencê-los. Precisamos de imitar aquele leproso, que voltou para Jesus e se prostrou aos seus pés”. “Temos necessidade da cura de Jesus, precisamos de colocar diante d’Ele as nossas feridas e dizer-Lhe: ‘Jesus, estou aqui diante de Vós, com o meu pecado, com as minhas misérias. Vós sois o médico; podeis libertar-me. Curai o meu coração’”.
Em terceiro lugar, o Papa disse que "também somos chamados a regressar ao Espírito Santo", por isso encorajou "voltemos ao Espírito, Dador de vida! Voltemos ao Fogo que faz ressurgir as nossas cinzas".
“Então a nossa viagem é deixar-se tomar pela mão. O Pai que nos chama a voltar é Aquele que sai de casa e vem procurar-nos; o Senhor que nos cura é Aquele que Se deixou ferir na cruz; o Espírito que nos faz mudar de vida é Aquele que sopra com força e suavidade sobre o nosso pó”, explicou.
Por fim, o Santo Padre encorajou-nos a permitir-nos reconciliar com Deus porque “o caminho não se apoia nas nossas forças” e acrescentou “o início do regresso a Deus é reconhecermo-nos necessitados d’Ele, necessitados de misericórdia, necessitados da sua graça. O caminho certo é este: o caminho da humildade”.
“Hoje inclinamos a cabeça para receber as cinzas. No termo da Quaresma, abaixar-nos-emos ainda mais para lavar os pés dos irmãos. A Quaresma é uma descida humilde dentro de nós e rumo aos outros. É compreender que a salvação não é uma escalada para a glória, mas um abaixamento por amor. É fazer-nos humildes. Neste caminho, para não perder o rumo, coloquemo-nos diante da cruz de Jesus: é a cátedra silenciosa de Deus”, concluiu o Santo Padre.
Depois da homilia, o Papa Francisco abençoou e impôs as cinzas aos Cardeais presentes e ele as recebeu por parte do arcipreste da Basílica de São Pedro, o Cardeal Angelo Camastri.
Publica originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Papa Francisco modifica Código Penal do Vaticano
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- O Papa Francisco escreveu uma nova carta apostólica na forma de "motu proprio" com a qual modificou o atual Código Penal do Estado da Cidade do Vaticano. Entre as mudanças, estão a redução da pena por boa conduta, a possibilidade de acordo sobre um programa de trabalhos de utilidade pública e atividades de voluntariado e a suspensão da audiência em caso de impedimento legítimo do acusado.
A publicação deste motu proprio do Papa, com o qual modificou a legislação penal do Estado da Cidade do Vaticano, foi feita em 16 de fevereiro através da Sala de Imprensa da Santa Sé.
No início do motu proprio, o Santo Padre destaca que as mudanças se enquadram em um processo de atualização contínua devido às necessidades e sensibilidades que se alteram ao longo do tempo no setor da justiça penal que levam a “reformular a legislação substantiva e processual vigente que, em alguns aspectos, é afetada por critérios inspiradores e soluções funcionais agora obsoletas”.
A alteração mais relevante na legislação do código penal consistiu em estabelecer uma redução da pena de 45 para 120 dias para cada ano de pena restritiva já cumprida pelo condenado que, durante a execução da pena, "tenha tido uma conduta tal, que leve à presunção de seu arrependimento e tenha proficuamente participado do programa de tratamento e reintegração”.
Além disso, quando a sentença está para ser executada, o condenado elabora, de comum acordo com o juiz, “um programa de tratamento e reintegração, com compromissos para mitigar as consequências do crime, contemplando a indenização por danos, reparação e restituições”.
Nesse sentido, o condenado pode propor “a realização de trabalhos de utilidade pública, de atividades de voluntariado de importância social, bem como condutas destinadas a promover, na medida do possível, a mediação com o lesado”.
A legislação anterior não previa nenhum dos itens acima.
Da mesma forma, o artigo segundo do motu proprio aboliu o "julgamento à revelia" que é quando o imputado se recusa a comparecer, neste caso, quando o imputado não comparecia, o julgamento era realizado com a documentação apresentada, sem admitir as testemunhas de defesa.
Por outro lado, a partir de agora, se o imputado se recusar a comparecer à audiência sem que seja demonstrado um impedimento legítimo, procede-se com o processo normal, considerando-o representado pelo seu advogado. Se, em vez disso, o imputado não se apresenta à audiência e for demonstrada a impossibilidade de comparecer "por legítimo e grave impedimento, ou se por doença mental não pode fazer a sua própria defesa", o tribunal ou o juiz único deve suspender a audiência.
Por fim, o artigo terceiro alterou a lei CCCLI sobre o ordenamento judiciário do Estado da Cidade do Vaticano, entre a qual se estabelece que “o ofício de promotor de justiça exerce com autonomia e independência, nos três graus de juízo, as funções de público ministério e as demais que lhe são atribuídas por lei”, anteriormente em caso de recurso, o Ministério Público seria representado por um magistrado diferente daquele que o conduziu no primeiro julgamento, agora, porém, as funções de público ministério sejam desempenhadas por um magistrado do escritório do promotor de justiça, nomeado pelo próprio promotor. Uma mudança que tende a agilizar o processo, pois a partir de agora será a mesma repartição que acompanhará o caso desde a primeira instância até qualquer outro grau de julgamento.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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10 frases do Papa Francisco para refletir na Quaresma
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- Nesta Quarta-feira de Cinzas, 17 de fevereiro, tem início a Quaresma 2021, tempo de jejum, oração e esmola, em preparação para a Semana Santa em que se atualizam os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.
Para bem viver esses 40 dias, ACI Digital separou 10 frases do Papa Francisco, tanto de sua mensagem para a Quaresma 2021, como da homilia da Missa de Quarta-feira de Cinzas:
1. A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe ‘fazer morada’ em nós. (Mensagem para a Quaresma 2021)
2. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa. (Mensagem para a Quaresma 2021)
3. Viver uma Quaresma com esperança significa sentir que, em Jesus Cristo, somos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), “sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça” (1 Ped 3, 15): a razão é Cristo, que dá a sua vida na cruz e Deus ressuscita ao terceiro dia. (Mensagem para a Quaresma 2021)
4. Na vida, sempre teremos coisas a fazer e desculpas a apresentar, mas, irmãos e irmãs, hoje é o tempo de regressar a Deus. (Homilia Quarta-feira de Cinzas 2021)
5. [A Quaresma] É o tempo para verificar as estradas que estamos a percorrer, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende. (Homilia Quarta-feira de Cinzas 2021)
6. A viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa. Para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões. (Homilia Quarta-feira de Cinzas 2021)
7. A Quaresma é uma descida humilde dentro de nós e rumo aos outros. É compreender que a salvação não é uma escalada para a glória, mas um abaixamento por amor. (Homilia Quarta-feira de Cinzas 2021)
8. As cinzas na cabeça lembram-nos que somos pó e em pó nos havemos de tornar. Mas, sobre este pó que somos nós, Deus soprou o seu Espírito de vida. (Homilia Quarta-feira de Cinzas 2021)
9. A conversão do coração, com os gestos e práticas que a exprimem, só é possível se partir do primado da ação de Deus. O que nos faz regressar a Ele não são as nossas capacidades nem os méritos que ostentamos, mas a sua graça que temos de acolher. (Homilia Quarta-feira de Cinzas 2021)
10. O Pai que nos chama a voltar é Aquele que sai de casa e vem procurar-nos; o Senhor que nos cura é Aquele que Se deixou ferir na cruz; o Espírito que nos faz mudar de vida é Aquele que sopra com força e suavidade sobre o nosso pó. (Homilia Quarta-feira de Cinzas 2021).
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Estas são 4 maneiras de lucrar indulgência plenária a cada dia na Quaresma https://t.co/uDy09EcJYO
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Governo do Iraque impõe quarentena rigorosa duas semanas antes da visita do Papa
BAGDÁ, 17/02/2021 (ACI).- A duas semanas da visita do Papa Francisco ao Iraque, o Governo anunciou novas restrições devido ao aumento de casos de Covid-19, entre estas a quarentena rigorosa nos fins de semana e o fechamento dos lugares de culto até novo aviso.
Em um comunicado divulgado no domingo, 14 de fevereiro, o Comitê Superior de Saúde e Segurança Nacional decretou “toque de recolher total às sextas, sábados e domingos de cada semana a partir de 18 de fevereiro de 2021” e “toque de recolher parcial entre 20h e 5h segundas, terças, quartas e quintas até 3 de agosto de 2021”.
Além disso, ordenou não apenas o fechamento de locais de culto "até novo aviso", mas também proibiu serviços funerários públicos e ritos de exéquias.
As medidas também incluem o fechamento - que ocorre principalmente de 18 de fevereiro a 4 de março - de todas as escolas, centros comerciais, cafés, centros de beleza, centros de entretenimento, parques, cinemas, pavilhões esportivos, academias e piscinas.
As novas diretrizes entrarão em vigor duas semanas antes da viagem do Papa Francisco, que programou sua visita ao Iraque de 5 a 8 de março.
O programa do Papa inclui uma Missa na Catedral Caldeia de São José, em Bagdá, em 6 de março, e uma visita à Catedral Siríaca da Imaculada Conceição, em Bakhdida, em 7 de março.
Em 14 de fevereiro, o Núncio Apostólico no Iraque, Dom Mitja Leskovar, se encontrou com o Primeiro-Ministro iraquiano Mustafa al-Kadhimi para organizar os preparativos para a visita papal.
A Agência de Notícias Shafaqna Shia informou que Al-Kadhimi disse na reunião que o governo iraquiano dá as boas-vindas à viagem do Papa e aos seus esforços para conter o extremismo no país.
Está previsto que o Papa Francisco se reúna com o primeiro-ministro imediatamente após a sua chegada a Bagdá, em 5 de março, e antes de viajar ao palácio presidencial para visitar o presidente iraquiano Barham Salih.
A viagem papal enfrentou certa oposição dentro do Iraque. O clérigo populista xiita, Muqtada al-Sadr, dirigiu-se a essa oposição e destacou a sua aprovação da próxima visita do Papa Francisco em um Tweet de 13 de fevereiro.
Durante sua visita ao Iraque, o Papa Francisco tem previsto se encontrar, em 6 de março, com Najaf con Ali al-Sistani, líder dos muçulmanos xiitas no Iraque.
Depois, o Papa viajará para a Planície de Ur, no sul do Iraque, que a Bíblia registra como o local de nascimento de Abraão. Em Ur, o Papa fará um discurso em um encontro inter-religioso.
Um sacerdote no Iraque assinalou que as restrições nacionais ao coronavírus no Iraque não deveriam ser aplicadas à região autônoma do norte do Curdistão iraquiano, onde está programado que o Papa Francisco vá no último dia completo de sua visita.
O Papa será recebido no aeroporto de Erbil, no dia 7 de março, pelas autoridades religiosas e civis do Curdistão iraquiano, antes de viajar a Mosul para rezar pelas vítimas da guerra na praça Hosh al-Bieaa.
O Papa Francisco visitará comunidades cristãs na planície de Nínive e oferecerá uma Missa em um estádio em Erbil. Essas comunidades cristãs sofreram muito com a ocupação do Estado Islâmico de 2014 a 2016, levando muitos cristãos a fugir da região. O Papa expressou repetidamente sua proximidade com esses cristãos perseguidos.
A visita papal ao Iraque será a primeira viagem internacional do Papa Francisco em mais de um ano devido à pandemia do coronavírus.
Até o dia 13 de fevereiro, havia 2.530 casos confirmados de Covid-19 no Iraque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, que registrou um total de 641.628 casos no Iraque no ano passado, com 13.164 mortes no Iraque atribuídas à Covid-19.
O Papa Francisco recebeu ambas as doses da vacina Pfizer-BioNtech contra o coronavírus no início deste ano. Todos os jornalistas e pessoal de segurança do Vaticano que viajam com o Papa Francisco para o Iraque também devem ser vacinados contra a Covid-19.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Vaticano oferece recomendações para as celebrações da Semana Santa 2021
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou algumas recomendações dirigidas aos Bispos para as celebrações da Semana Santa de 2021.
A nota divulgada em 17 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, e assinada pelo prefeito da Congregação, Cardeal Robert Sarah e pelo arcebispo secretário, Dom Arthur Roche, visa “ajudar os bispos em sua tarefa de avaliar as situações concretas e buscar o bem espiritual dos pastores e fiéis para viver esta grande Semana do ano litúrgico”.
Devido à pandemia ainda em curso da Covid-19, o texto do Vaticano indica que o Bispo “como moderador da vida litúrgica na sua Igreja, é chamado a tomar decisões prudentes para que as celebrações litúrgicas se desenvolvam fecundamente para o Povo de Deus e para o bem das almas que lhe foram confiadas, tendo em conta a proteção da saúde e o que foi prescrito pelas autoridades responsáveis pelo bem comum”.
Por isso, o decreto emitido por este Dicastério para a Semana Santa de 2020 continuará sendo válido também este ano e convida-se “a relê-lo em vista às decisões que os Bispos deverão tomar a respeito das próximas celebrações da Páscoa na situação particular do seu país”.
Além disso, o comunicado recorda que "em muitos países ainda estão em vigor condições rígidas de confinamento, que impossibilitam a presença dos fiéis nas igrejas, enquanto em outros estão retomando uma vida cultual mais normal”.
Redes sociais
Quanto ao uso dos meios de comunicação social, a Congregação reconheceu que " ajudou muito os pastores a oferecer apoio e proximidade às suas comunidades durante a pandemia", mas que "junto com os resultados positivos, aspectos problemáticos também foram observados".
Nesta linha, o Dicastério Vaticano sugere “facilitar e privilegiar a difusão midiática” das celebrações da Semana Santa “presididas pelo bispo, encorajando os fiéis impossibilitados de frequentar a própria igreja a acompanharem as celebrações diocesanas, como sinal de unidade”.
Além disso, “em todas as celebrações, de acordo com a Conferência Episcopal, é necessário prestar atenção a alguns momentos e gestos particulares, em conformidade com as exigências sanitárias”.
A Missa Crismal "se necessário, pode ser transferida para outra data mais adequada" porque "convém que seja assistida por uma significativa representação de pastores, ministros e fiéis".
Para as celebrações do Domingo de Ramos, Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Vigília Pascal, aplicam-se as mesmas indicações do ano passado.
Especificamente, para a Quinta-feira Santa “fica estabelecido que seja omitido o ‘Lava-pés’, já opcional. A Procissão final também não será realizada e o Santíssimo Sacramento será guardado no Tabernáculo. Neste dia, excepcionalmente, é concedida aos presbíteros a faculdade de celebrar a Missa ‘sem a participação do povo, em local adequado’".
Nos serviços da Sexta-Feira Santa, os Bispos se encarregarão de preparar na oração universal “uma intenção especial para quem se encontra em situação de desorientação, os doentes, os defuntos” e se pede que “a adoração da Cruz com o beijo seja limitada apenas ao celebrante”.
Em seguida, na Vigília Pascal do Sábado Santo, é sugerido que "seja celebrada exclusivamente nas igrejas Catedrais e Paroquiais" e que para a liturgia batismal "se mantenha apenas a renovação das promessas batismais".
Além disso, o texto incentiva “a preparar subsídios adequados para a oração familiar e pessoal, valorizando também algumas partes da Liturgia das Horas”.
“A Congregação agradece sinceramente aos Bispos e às Conferências Episcopais por terem respondido pastoralmente a uma situação em constante mudança ao longo do ano na consciência de “que as decisões tomadas nem sempre foram facilmente aceitas por parte dos pastores e fiéis leigos. Todavia sabemos que foram tomadas com o objetivo de garantir que os santos mistérios sejam celebrados da forma mais eficaz possível para as nossas comunidades, no respeito pelo bem comum e a saúde pública”, conclui a nota vaticana.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Em mensagem pela Campanha da Fraternidade 2021, Papa convida à união para superar pandemia
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- Como costuma fazer todos os anos, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos católicos no Brasil por ocasião do início da Campanha da Fraternidade 2021, nesta Quarta-feira de Cinzas, e convocou à união para superar pandemia de Covid-19.
Neste ano, conforme ocorre a cada cinco anos, a Campanha da Fraternidade é Ecumênica e tem como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, e lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14).
O Pontífice recorda logo no início de sua mensagem o atual contexto gerado pela pandemia de Covid-19 e afirma que Jesus “nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade”.
“Precisamos vencer a pandemia e nós o faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unirmos em torno da vida”, declara o Santo Padre.
A seguir, a mensagem completa do Papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2021:
Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Com o início da Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflexão e revisão de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo à vitória pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco também nestes tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de nós mesmos, de nossa saúde, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina na parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Precisamos vencer a pandemia e nós o faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unirmos em torno da vida. Como indiquei na recente Encíclica Fratelli tutti, «passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta» (n. 35). Para que isso não ocorra, a Quaresma nos é de grande auxílio, pois nos chama à conversão através da oração, do jejum e da esmola.
Como é tradição há várias décadas, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, como um auxílio concreto para a vivência deste tempo de preparação para a Páscoa. Neste ano de 2021, com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, os fiéis são convidados a «sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes «um mundo surdo». De fato, quando nos dispomos ao diálogo, estabelecemos «um paradigma de atitude receptiva, de quem supera o narcisismo e acolhe o outro» (Ibidem, n. 48). E, na base desta renovada cultura do diálogo está Jesus que, como ensina o lema da Campanha deste ano, «é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade» (Ef 2,14).
Por outro lado, ao promover o diálogo como compromisso de amor, a Campanha da Fraternidade lembra que são os cristãos os primeiros a ter que dar exemplo, começando pela prática do diálogo ecumênico. Certos de que «devemos sempre lembrar-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos», no diálogo ecumênico podemos verdadeiramente «abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). É, pois, motivo de esperança, o fato de que este ano, pela quinta vez, a Campanha da Fraternidade seja realizada com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
Desse modo, os cristãos brasileiros, na fidelidade ao único Senhor Jesus que nos deixou o mandamento de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. Jo 13,34) e partindo «do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade» (Carta Enc. Fratelli tutti, n. 271). A fecundidade do nosso testemunho dependerá também de nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de união e os traduzir em ações em favor da vida, de modo especial, a vida dos mais vulneráveis. Desejando a graça de uma frutuosa Campanha da Fraternidade Ecumênica, envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Roma, São João de Latrão, 17 de fevereiro de 2021.
[Franciscus PP.]
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Nomeiam ao Prêmio Nobel da Paz sacerdote missionário na África
Roma, 17/02/2021 (ACI).- O sacerdote argentino e missionário católico, Pe. Pedro Opeka, conhecido por seu serviço aos mais pobres em Madagascar, foi nomeado para o Prêmio Nobel da Paz deste ano.
O primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Janša, anunciou a nomeação de Pe. Opeka para o Prêmio Nobel da Paz de 2021 por sua dedicação em "ajudar as pessoas que vivem em condições de vida terríveis".
Pe. Opeka, de 72 anos, é um sacerdote vicentino que trabalhou com os pobres de Madagascar durante mais de três décadas. Fundou a associação humanitária Akamasoa (“bom amigo”), em 1989, como um “movimento de solidariedade para ajudar os mais pobres dos pobres” que vivem em lixões.
A associação forneceu 4 mil casas de alvenaria para pessoas e famílias sem-teto e ajudou a educar 13 mil crianças e jovens desde o seu início.
O Papa Francisco visitou a “Cidade da Amizade” da Akamasoa, que foi construída em sobre um lixão nos arredores da capital, Antananarivo, durante sua visita apostólica a Madagascar, em setembro de 2019.
O Santo Padre agradeceu ao sacerdote pelo seu trabalho em prol de cerca de 25 mil pessoas e pediu aos jovens que ajudam a associação: “Nunca desistais perante os efeitos nefastos da pobreza, nunca sucumbais às tentações da vida fácil ou do retraimento em vós mesmos”.
Durante a visita, o Pontífice recordou também que o Pe. Opeka foi seu aluno na Faculdade de Teologia e agradeceu ao sacerdote e aos seus colaboradores “pelo testemunho profético e gerador de esperança”.
Pedro Pablo Opeka nasceu em Buenos Aires (Argentina), em 1948. Seus pais eram refugiados da Eslovênia que emigraram após o início do regime comunista na Iugoslávia.
Aos 18 anos ingressou no seminário da Congregação para a Missão de São Vicente de Paulo, em San Miguel (Argentina). Dois anos depois, viajou para a Europa para estudar Filosofia na Eslovênia e Teologia na França. Depois, passou dois anos como missionário em Madagascar.
Em 1975 foi ordenado sacerdote na Basílica de Luján e em 1976 voltou a Madagascar, onde permanece até hoje.
Vendo a pobreza desesperada na capital Antananarivo, especialmente nos lixões, onde as pessoas vivem em caixas de papelão e as crianças competem com os porcos por comida, decidiu fazer algo pelos pobres.
Com a ajuda enviada do exterior e o trabalho do povo de Madagascar, fundou aldeias, escolas, bancos de alimentos, pequenos negócios e até um hospital para cuidar dos pobres por meio da associação Akamasoa.
Madagascar é um dos países mais pobres do mundo e durante a pandemia do coronavírus, Pe. Opeka tem trabalhado para ajudar as famílias que caíram ainda mais na pobreza como resultado de medidas preventivas para evitar a propagação da Covid-19.
“A situação é difícil para as famílias, para os pobres que têm muitos filhos. Não temos arroz. Não temos água. Precisamos de água e sabão”, disse o sacerdote à Rádio Vaticano, em abril de 2020.
Não é a primeira vez que o Padre Opeka é nomeado para o Prêmio Nobel da Paz. Representantes do Parlamento esloveno também nomearam o sacerdote em 2012.
Entre os nomeados ao Prêmio Nobel da Paz de 2021 estão o movimento Black Lives Matter, a Organização Mundial da Saúde, Greta Thunberg, Donald Trump, Stacey Abrams, Jared Kushner, o dissidente russo Alexei Navalny e a líder da oposição bielorrussa Sviatlana Tsikhanouskaya.
O vencedor do Prêmio Nobel de 2020 foi o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas.
Publicado originalmente em ACI África. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Pontificado do Papa Francisco já é mais longo do que o de Bento XVI
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- Na terça-feira, 16 de fevereiro de 2021, o pontificado do Papa Francisco superou o do Papa Bento XVI em duração.
Até o dia 16 de fevereiro o Papa Francisco já havia dirigido a Igreja durante 2868 dias, já o pontificado do Papa Emérito Bento XVI durou no total 2867 dias.
Até o momento, Francisco fez 32 viagens papais nas quais visitou 48 países. Por sua vez, Bento XVI fez 25 viagens papais e visitou 27 países.
O Papa Francisco acrescentará mais uma viagem em 2021, quando visitar o Iraque de 5 a 8 de março.
Ao longo dos anos, o Papa Francisco visitou seu antecessor em diferentes ocasiões, expressando sempre o seu carinho e respeito.
As visitas foram feitas para comemorar datas especiais como o Natal, a criação de novos cardeais, a véspera da canonização de Paulo VI, a Páscoa ou o aniversário do Papa Emérito.
A última vez que os dois se viram pessoalmente foi no final da celebração consistório no sábado, 28 de novembro de 2020, quando 11 dos 13 novos cardeais criados pelo Papa Francisco foram com ele ao mosteiro “Mater Ecclesiae”, onde mora Bento XVI.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Conheça a história por trás da promulgação do ano de São José
WASHINGTON DC, 17/02/2021 (ACI).- O autor da Consagração a São José, Pe. Donald Calloway, narrou como uma carta que enviou em 2019 ao Papa Francisco foi a base para o Papa Francisco convocar o ano de São José, padroeiro da Igreja universal.
Em declarações ao National Catholic Register (NCR), o Pe. Calloway disse ter recebido com gratidão e assombro a notícia do ano dedicado a São José e revelou que em 2019 escreveu uma carta, que foi entregue ao Papa Francisco pelo Bispo de Gualeguaychú (Argentina), Dom Héctor Zordán, na qual lhe pediu que dedicasse um ano a São José.
“Percebi que nós, a Igreja universal, nunca tivemos um ano dedicado a São José”, explicou. “Então, eu pensei, 'Isso é um pouco vergonhoso! Ele é o maior santo depois de Nossa Senhora, a Defensora da Igreja, e nunca fizemos algo assim?”, acrescentou.
O sacerdote disse que decidiu escrever uma carta ao Santo Padre, mesmo sem saber como faria para que o Pontífice realmente a recebesse, e menos ainda se iria responder.
"Então, a princípio, comecei a escrever para bispos pedindo-lhes que considerassem dedicar um ano a São José em suas dioceses individuais, e muitos responderam". Porém, no dia 1º de maio (festa de São José Operário), “decidi escrever esta carta ao Papa”, disse.
Pe. Calloway explicou que inicialmente a carta foi escrita em inglês, mas um companheiro da Imaculada Conceição o aconselhou a traduzi-la para o espanhol, que é a língua nativa do Papa.
"Sabia que o Papa Francisco realmente não fala inglês muito bem", explicou. “Queria que a carta fosse fácil de ler. Por isso pedi ao Pe. Dante Agüero, da Argentina, que a traduzisse para o espanhol”, acrescentou.
Após a tradução, Pe. Agüero entrou em contato com um bispo argentino que teria um encontro com o Santo Padre e pediu-lhe que os ajudasse entregando a carta ao Papa Francisco.
“Estava claro que Deus estava agindo: quero dizer, quais eram as possibilidades de um bispo que meu amigo conhecia se encontrasse com o Papa Francisco para sua visita ad limina e que poderia haver uma oportunidade para ele entregar esta carta pessoalmente?” acrescentou Pe. Calloway.
Dom Zordán confirmou em entrevista ao Register que entregou a carta ao Santo Padre durante a visita ad limina dos bispos da Argentina, realizada em 2 de maio de 2019.
“Pe. Dante Agüero, meu amigo há muitos anos, deu-me uma carta do Pe. Donald Calloway, seu irmão na religião, para entregar ao Santo Padre”, assinalou. “Padre Dante antecipou verbalmente o conteúdo dela: este é um pedido especial ao Papa Francisco para convocar um ano dedicado a São José. Na verdade, o Padre Calloway é um grande promotor da devoção a São José”, indicou.
Dom Zordán indicou que no dia em que se encontrou com o Santo Padre, o Papa Francisco os esperava “quase na porta da sala de audiências do Vaticano”, onde saudou pessoalmente a cada um.
“Quando chegou a minha vez de vê-lo, ele me cumprimentou com um gesto de alegria. Eu o cumprimentei, alegremente, em resposta. Trocamos algumas palavras e foi então que lhe entreguei várias cartas, inclusive o pedido do Padre Calloway de um Ano de São José”, disse.
Depois de retornar à Argentina, Dom Zordán indicou que o Vaticano nunca se comunicou com ele sobre a carta, mas que, tendo-a entregue diretamente ao Papa, o bispo sabia que o Papa Francisco pelo menos a teria lido e provavelmente responderia.
“Agora, no entanto, acho que podemos intuir que o conteúdo da carta contribuiu muito para a convocação do ano dedicado a São José, anunciada pelo Santo Padre no dia 8 de dezembro”, disse.
Pe. Calloway também assinalou que até 8 de dezembro não tinha ouvido nada do Vaticano sobre seu pedido por escrito, mas continuou escrevendo às dioceses dos Estados Unidos para convocar um ano de São José.
Embora as respostas dos bispos tenham sido encorajadoras, o Pe. Calloway admitiu que não era o resultado que esperava.
“A carta ao Papa Francisco permaneceu em meus pensamentos e orações. As pessoas estavam entrando em contato comigo, perguntando se eu tinha ouvido alguma coisa do Papa; e eu tive que dizer que não, mas eu estava orando, orando, orando", indicou.
O sacerdote assinalou que de repente a notícia chegou e ressaltou que a Santa Sé havia se preparado para esta surpresa, dado que a carta apostólica Patris Corde está bem pesquisada e pensada.
“Não é pouca coisa que o Santo Padre tenha declarado este ano no 150º aniversário da declaração de São José como ‘Padroeiro da Igreja universal’”, acrescentou.
Pe. Calloway concluiu que foi graças a esta convocação que outra inspiração o levou a enviar outra carta ao Papa Francisco neste mês, pedindo ao Pontífice que declarasse o dia 23 de janeiro como memória obrigatória dos Santos Esposos, São José e Santa Maria.
“Muitas pessoas estão muito preocupadas com as várias crises que estão acontecendo no mundo quando se trata de taxas de divórcio”, explicou. “O próprio Jesus disse que os puros de coração verão a Deus. Temos que ser honestos com o quão degradante nossa sociedade se tornou, como ela é pornográfica. A clareza de visão e o discernimento parecem completamente desorientados. Quero dizer, é uma desorientação completamente diabólica. Neste momento, muitos homens não veem Deus, muito menos a sua vontade, porque são impuros, não só sexualmente impuros, mas também espiritual e ideologicamente”, acrescentou.
O sacerdote assinalou que a raiz das divisões que está presenciando na Igreja são consequência dessa impureza, principalmente entre os homens que rezam, que buscam a virtude.
“As intenções não são puras”, explicou. "Por que rezamos? O que nos motiva, inclusive a atitude da nossa oração, a linguagem corporal nos diz muito. Os homens se tornaram narcisistas e voltados para dentro, e o resultado disso é a impotência espiritual. Toda a sua masculinidade se vê abalada. Parece que Satanás não está preocupado pela maioria dos homens agora, e esse é um grande problema quando as crianças que crescem com estes homens têm famílias. Se os pais de família não têm poder espiritual, sua autoridade foi usurpada. Não é de estranhar que a família esteja em decadência”, acrescentou.
Pe. Calloway explicou que a Igreja tem tentado resolver esses problemas com programas, conferências e retiros, muitas vezes com grandes custos financeiros, mas diz que esses esforços servem apenas como remédio, não como cura.
“Temos que chegar à raiz do problema e São José é o homem para isso. Ele é o modelo do homem decidido, um modelo do coração masculino, e o seu matrimônio com Nossa Senhora” é fundamental para o nosso tempo, concluiu.
Publicado originalmente em National Catholic Register.
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Quaresma 2021: Arcebispo prolonga dias para impor cinzas e pede não usar texto-base da CF
JUIZ DE FORA, 17/02/2021 (ACI).- Por ocasião do início da Quaresma de 2021, o Arcebispo de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, autorizou os sacerdotes a realizarem o rito da imposição das cinzas também na quinta e sexta-feira; além disso, ofereceu orientações a respeito da Campanha da Fraternidade Ecumênica, indicando que não se deve usar o texto-base da mesma.
Ao falar sobre esta Quaresma, que ocorre no contexto da pandemia de Covid-19 e as restrições que esta gerou, incluindo o pequeno número de pessoas que podem participar presencialmente das celebrações, o Prelado dá “licença aos párocos e administradores paroquias para realizarem o rito da imposição das cinzas, além da quarta-feira, também na quinta e sexta-feira seguintes”.
“As missas sejam celebradas com o texto litúrgico de cada dia. As celebrações sejam multiplicadas para atender ao máximo de fiéis, em grupos que não excedam o limite determinado pelas autoridades de cada município”, indica o Arcebispo, acrescentando que os fiéis devem ser “orientados para o recolhimento e o silêncio próprios deste tempo e tenham o cuidado de não se aglomerarem na chegada e nem na saída das celebrações, como temos orientado desde o início da pandemia”.
Dom Gil fala também sobre o sacramento da Confissão, o qual deve ser realizado, “com os devidos cuidados de distanciamento, uso de máscaras e as demais medidas já conhecidas”. Além disso, recomenda que, “na medida do possível, as Confissões sejam feitas ao ar livre”.
“Para se evitar aglomerações, não poderá, em nenhuma hipótese, haver mutirões de confissão”, afirma.
Em seguida, o Prelado aborda a questão da Campanha da Fraternidade (CF) 2021, que é ecumênica e tem gerado polêmica por conter em seu texto-base conteúdo ligado à ideologia de gênero. Nesse sentido, orienta que este texto não seja usado.
“Após ler, ouvir e ver praticamente todos os posicionamentos prós e contra, em consciência, e para ser fiel à Igreja, oriento que o texto-base da CFE 2021 não seja utilizado em nossa Igreja Particular”, afirma.
O Arcebispo recorda que “a CF não obriga às dioceses, mas é uma oferta pastoral da CNBB às Igrejas Particulares a critério do Bispo Local”.
Conforme assinala, “neste ano, houve uma grave falha com relação ao texto-base que tem provocado séria polêmica, por apresentar conceitos duvidosos em relação à doutrina social e à Moral cristã, em sua redação e na sua subjacência, sendo a autora adepta de correntes morais não aceitas pela Igreja Católica e nem por grande parte dos nossos irmãos evangélicos”.
Assim, indica que “a explicação da polêmica como apenas questões entre conservadores e liberais não me parece séria. Há algo mais profundo na base da questão”.
Contudo, assinala Dom Gil, “, o tema e o lema da Campanha, independente do referido texto-base, são belos e devem ser acolhidos: Tema: Fraternidade e diálogo: compromisso de amor. Lema: Cristo é a Nossa Paz: do que era dividido, fez uma unidade”.
Por isso, sugeriu “para base de nossa reflexão quaresmal a Encíclica Fratelli Tutti e a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma”.
As orientações de Dom Gil Antônio foram apresentadas em uma mensagem com orientações para o clero e os fiéis da Arquidiocese, na qual, além da Quaresma, falou sobre o Triênio para o Centenário da Diocese, que teve início em 31 de janeiro. Segundo assinalou, três comemorações caminharão juntos neste período: o Segundo Sínodo da Arquidiocese de Juiz de Fora, o Triênio para o Centenário e o Ano de São José.
Para ler as orientações de Dom Gil Antônio Moreira na íntegra, acesse AQUI.
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Campanha da Fraternidade 2021: Arquidiocese Militar do Brasil decide não repassar fundos da coleta anual à CNBB https://t.co/vYFBLPL9w8
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Santa Sé debate seu orçamento para 2021
Vaticano, 17/02/2021 (ACI).- O Conselho para a Economia reuniu-se em modo virtual na tarde de 16 de fevereiro para discutir o Orçamento anual da Santa Sé para este ano de 2021. Trata-se do primeiro Orçamento ao qual serão aplicadas as medidas de controle financeiro estabelecidas no Motu Proprio de 28 de dezembro de 2020 aprovado pelo Papa Francisco.
Este Motu proprio impõe maior controle e vigilância sobre as atividades econômicas e financeiras da Santa Sé. Especificamente, sobre o Óbolo de São Pedro e outros fundos do Vaticano compostos por doações dos fiéis.
De fato, após a discussão do Orçamento anual, apresentada por Maximino Caballero Ledo, Secretário-Geral da Secção Administrativa da Secretaria para a Economia, e após as respectivas observações, o Diretor da Seção Administrativa da Secretaria, Emilio Ferrara, fez explicações sobre os princípios que estão sendo seguidos para aplicação de dois pontos específicos do Motu Proprio.
Esses pontos são aqueles que se referem à aprovação de orçamentos, demonstrações financeiras e a nomeação de auditores oficiais.
A reunião do Conselho para Economia, presidida por seu Presidente, o Cardeal Reinhard Marx, finalmente discutiu os estatutos do Comitê de Auditoria. Encerrada a assembleia, a próxima reunião foi marcada para o mês de abril de 2021.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Papa publica novo Motu Proprio que estabelece maior controle econômico no Vaticano https://t.co/lhUkOfRpoN
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