Hoje é celebrada Santa Rafaela Maria do Sagrado Coração, religiosa espanhola
REDAÇÃO CENTRAL, 18/05/2020 (ACI).- “Dentro de Deus temos que estar e Dele receber tudo”, é uma frase de Santa Rafaela Maria do Sagrado Coração (ou Santa Rafaela Porras y Ayllón), uma religiosa e fundadora da congregação das Escravas do Sagrado Coração.
“A vida e a obra da Santa, se observarmos por dentro, são uma excelente apologia da vida religiosa, baseada na prática dos conselhos evangélicos, calcada no esquema ascético-místico tradicional, do qual a Espanha foi mestra com figuras tão imponentes como Santa Teresa, São João da Cruz, Santo Inácio de Loyola, São Domingos, São João D’Ávila e outros”, disse o Papa Paulo VI na Missa de canonização de Rafaela Porras y Ayllón.
A santa nasceu em 1º de março de 1850 no povoado espanhol de Pedro Abad, perto de Córdoba, no seio de uma família rica daquela época.
Aos 15 anos, fez seu voto perpétuo de castidade, dedicou-se à oração e a cuidar dos enfermos e necessitados, apesar da oposição de seus irmãos.
Nove anos depois, viajou para o convento das monjas clarissas em Córdoba para ter um período de reflexão. Em pouco tempo, fundou junto com sua irmã o Instituto de Adoradoras do Santíssimo Sacramento e Filhas de Maria Imaculada.
Depois, mudou-se com outras 16 religiosas para Madri, onde recebeu a aprovação diocesana em 1877. Dez anos mais tarde, o Papa Leão XIII aprovou a Congregação com o nome de Escravas do Sagrado Coração de Jesus.
Por unanimidade, foi eleita superiora geral e, em 4 de novembro de 1888, realizou sua profissão perpétua.
“A Madre Rafaela Maria dirige o novo Instituto durante 16 anos com grande dedicação e tato. Demonstra também claramente sua extraordinária profundidade espiritual e sua virtude heroica quando, por motivos infundados, tem que renunciar a direção de sua obra. Nesta humilhação aceita, morrerá em Roma, praticamente esquecida, no dia 6 de janeiro de 1925”, acrescentou Paulo VI na Missa de canonização desta santa.
Durante 30 anos, foi um membro anônimo em seu instituto, davam-lhe os trabalhos mais pesados, humilhavam-na e a isolaram até o dia de sua morte. Entretanto, seguiu vivendo com humildade e fazendo o que a ordenavam, embora tenha fundado sua Congregação.
O Papa Pio XII a beatificou no dia 18 de maio de 1952 e foi canonizada pelo Papa Paulo VI no dia 23 de janeiro de 1977.
Está sepultada na Casa Generalícia da Congregação em Roma e, como morreu no dia da Epifania, sua festa é celebrada no dia 18 de maio, data da sua beatificação e do translado de seus restos mortais.
Em um dia como hoje, há 100 anos, nasceu São João Paulo II
REDAÇÃO CENTRAL, 18/05/2020 (ACI).- Há 100 anos, São João Paulo II nasceu na pequena cidade de Wadowice, localizada a 50 quilômetros de Cracóvia (Polônia). Hoje, seus fiéis devotos no mundo inteiro o recordam com um carinho especial.
Karol Józef Wojtyla é o nome que deram ao Papa peregrino que nasceu no dia 18 de maio de 1920. Foi o mais novo de três irmãos: Edmund era médico e Olga faleceu antes dele nascer.
Seu pai era Karol Wojtyla, um suboficial do exército que faleceu em 1941, e sua mãe Emilia Kaczorowska, que morreu em 1929 quando São João Paulo II tinha nove anos de idade.
Durante seu pontificado, costumava passar o seu aniversário como um “dia normal” de trabalho, como descreveu em 2004 o então diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, ao narrar aos meios de comunicação como o Santo Padre comemoraria seus 84 anos de vida, o último aniversário que celebrou antes do seu falecimento.
Naquela oportunidade, Navarro-Valls detalhou que “para o Santo Padre, hoje (18 de maio de 2004) foi um dia de trabalho normal e, sobretudo, de ação de graças a Deus pelo dom da sua vida. A única coisa extraordinária foi convidar para um almoço os colaboradores mais próximos da Cúria”.
São João Paulo II costumava receber saudações e felicitações de todo o mundo no dia de seu aniversário, não só de católicos que também lhe ofereciam suas orações, mas também de personalidades da política, empresários, artistas, entre outros.
Logo depois de sua morte em 2005, os fiéis continuaram recordando e festejando a data do seu aniversário. Em 18 de maio de 2011, por exemplo, quando João Paulo II já havia sido proclamado Beato, foi inaugurada em Roma uma grande estátua de bronze dedicada à sua memória.
Na ocasião, o Vigário Geral de Roma, Cardeal Agostino Vallini, declarou ao Grupo ACI que “esta estátua significa que João Paulo II já não está presente entre nós, mas o seu coração está dando as boas-vindas a todos. Acredito que esta é uma grande mensagem de que necessitamos hoje em dia”.
Para conhecer mais sobre João Paulo II, acesse: www.acidigital.com/joaopauloii
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O que diria João Paulo II ao mundo em tempos de coronavírus? Bispos poloneses respondem
CRACÓVIA, 18/05/2020 (ACI).- Os bispos da Polônia publicaram uma carta pelos 100 anos do nascimento do grande São João Paulo II, na qual refletiram sobre a mensagem que o Papa Peregrino daria durante a pandemia de coronavírus.
“Este ano comemoramos o centenário do nascimento de São João Paulo II, nascido em 18 de maio de 1920, em Wadowice. Este grande santo fez uma contribuição inestimável para a história de nosso país, para a Europa, para o mundo e para a história da Igreja universal”, indicam os bispos na carta que será lida nas igrejas da Polônia no domingo, 17 de maio.
"Em um momento difícil para todos nós, quando estamos lutando contra a pandemia de coronavírus e fazemos perguntas sobre o futuro de nossas famílias e da sociedade, também vale a pena perguntar o que nos diria hoje? Que mensagem diria aos seus compatriotas em maio de 2020?”, continua a carta.
Os bispos indicaram que são os “primeiros a pensar nas palavras que disse na homilia com a qual iniciou seu pontificado em 1978: “Não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem ‘o que é que está dentro do homem’. Somente Ele o sabe!".
“Sim, Cristo sabe o que cada um de nós carrega hoje, conhece perfeitamente nossas alegrias, ansiedades, esperanças, medos e anseios. Só Ele tem a resposta para as perguntas que nos fazemos neste momento”, explicaram os bispos poloneses.
Os prelados recordaram que “São João Paulo II foi um homem cuja vida mostrou claramente o sofrimento e a incerteza do amanhã. Seu caminho para a santidade o levou a uma série de experiências difíceis da vida, como a morte prematura de sua amada mãe ou a crueldade da Segunda Guerra Mundial. Aceitou esses acontecimentos com fé de que Deus finalmente lidera a história humana, e a morte não é o desejo do Criador".
“Se o Papa polonês vivesse hoje, certamente entenderia as pessoas que estão isoladas e em quarentena. Rezaria pelos doentes, pelos mortos e por suas famílias. Ele mesmo estava doente e sofreu muitas vezes em condições de afastamento no hospital, sem poder celebrar a Missa com os fiéis”, como aconteceu durante meses após o atentado de 13 de maio de 198,1 na Praça de São Pedro, quando o turco Ali Agca atirou nele.
Os prelados também lembraram que o Papa Wojtyla perdeu seu irmão Edmund, que era médico, quando tinha 26 anos. “Para lembrar de seu irmão mais velho, nosso santo Papa tinha um estetoscópio médico em seu escritório. São João Paulo II compreendeu e valorizou o trabalho dos médicos, enfermeiros, socorristas e trabalhadores médicos, pelos quais rezava com frequência e com quem se encontrava”, indicaram.
João Paulo II iniciou seu sacerdócio durante a Segunda Guerra Mundial e sofreu os rigores de dois sistemas totalitários: “o socialismo nacional e internacional. Ambos rejeitaram a Deus. Ambos cresceram com orgulho, desprezo pelos demais e ódio. Ambos tiraram a liberdade e a dignidade das pessoas. Ambos carregavam medo e morte".
Em 1967, o Papa São Paulo VI o criou cardeal “durante o regime comunista, defendeu firmemente os valores cristãos. Aberto ao diálogo, viu um irmão em todos. Constantemente pedia respeito pela dignidade de todo ser humano. Dedicou muito tempo trabalhando com jovens, estudantes e jovens casados (...) Brincou, ouviu e ensinou, estabelecendo altas metas e requisitos para os jovens. "A descoberta de Cristo é a mais bela aventura da sua vida", disse primeiro aos jovens da Polônia e depois aos de todo o mundo".
Depois de ser eleito sucessor de São Pedro, em 16 de outubro de 1978, o Papa peregrino agradeceu ao seu mentor, o Cardeal Stefan Wyszynski, cuja beatificação foi adiada devido ao coronavírus.
"Este Papa polonês não estaria hoje na Cátedra de Pedro, cheio de temor de Deus, mas também de confiança, começa um novo pontificado, se não fosse pela tua fé, que não foi intimidada ante a prisão e os sofrimentos", João Paulo II escreveu ao cardeal em uma carta em 23 de outubro de 1978.
Os bispos da Polônia lembraram que “São João Paulo II pregou o Evangelho em todo o mundo. Visitou 132 países e cerca de 900 cidades. Seu ensinamento continua sendo válido. Vale a pena comunicar, também através da Internet e das redes sociais, aproveitando as oportunidades criadas pelas novas tecnologias. Já em 2002, o Papa convocou toda a Igreja a se elevar ‘às profundezas do ciberespaço’".
"Hoje, na pandemia de coronavírus, o mundo está lutando por cada vida humana, é bom lembrar que João Paulo II exigiu a proteção da vida humana desde a concepção até a morte natural".
O Papa peregrino também sempre incentivou a justiça social, o respeito mútuo. “No último dia de sua peregrinação terrestre, em 2 de abril de 2005, João Paulo II estava cheio de paz interior e submissão à vontade de Deus. Como recorda o Cardeal Dziwisz, o Papa estava "imerso em oração, era consciente de sua condição e do que estava acontecendo com ele".
Alguns dias depois, em seu funeral, em 8 de abril de 2005, as pessoas na Praça de São Pedro gritavam "Santo súbito!” (Santo já) porque os fiéis estavam convencidos de que “este Papa era um homem verdadeiramente santo!”.
Depois de expressar sua alegria pelo início do processo de beatificação dos pais de São João Paulo II, os bispos lembraram o quão importante esse santo polonês tem sido na vida e no sacerdócio do Papa Francisco, como ele mesmo disse no prefácio do livro que o Vaticano publicará, em 18 de maio, pelos cem anos do nascimento do Papa peregrino.
“Que o centenário do nascimento do Papa polonês seja um chamado à fraternidade e à unidade para nós. Que seja uma fonte de esperança e confiança na misericórdia de Deus. São João Paulo II, rogai por nós. Amém”, concluíram.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Buscam encher redes de mensagens a São João Paulo II pelos 100 anos de seu nascimento https://t.co/bm7EvZ496G
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São João Paulo II era um homem de justiça e oração, afirma Papa Francisco em homilia
Vaticano, 18/05/2020 (ACI).- Na homilia da missa celebrada hoje junto à tumba de São João Paulo II, no interior da Basílica de São Pedro no Vaticano, o Papa Francisco recordou os cem anos de nascimento do santo polonês e sublinhou que João Paulo II era um homem de justiça e de oração.
“Deus visitou o seu povo”, recalcou o Pontífice na homilia transcrita por VaticanNews. “E hoje nós aqui podemos dizer: cem anos atrás o Senhor visitou o seu povo, enviou um homem, o preparou para ser bispo e guiar a Igreja. Recordando São João Paulo II retomemos isto: “O Senhor ama o seu povo”, o Senhor visitou o seu povo, enviou um pastor”.
“E quais são, digamos, “os traços” de bom pastor que podemos encontrar em São João Paulo II? Muitos!”, destacou o Papa Francisco, que canonizou João Paulo II junto com João XXIII em abril de 2014.
“Mas digamos três deles somente. Como dizem que os jesuítas sempre dizem as coisas... três, digamos três: a oração, a proximidade ao povo, e o amor pela justiça. São João Paulo II era um homem de Deus porque rezava e rezava muito. Mas como pode um homem que tem tanto o que fazer, tanto trabalho para guiar a Igreja... ter tanto tempo para oração? Ele bem sabia que a primeira tarefa de um bispo é rezar e isso não foi o Vaticano II que disse, o disse São Pedro, quando com os Doze escolheu os diáconos, disseram: “E a nós bispos, a oração e o anúncio da Palavra””, assinalou.
“Segundo traço, um homem de proximidade. Não era um homem separado do povo, aliás, ia encontrar o povo e rodou o mundo inteiro, encontrando o seu povo, buscando o seu povo, fazendo-se próximo. E a proximidade é um dos traços de Deus com o seu povo. Recordemos que o Senhor diz ao povo de Israel: “Olha, qual povo teve deuses tão próximos como eu contigo?” (cf. Dt 4,7). Uma proximidade de Deus com o povo que depois se torna estreita em Jesus, se torna forte em Jesus. Um pastor é próximo do povo, do contrário, se não o é, não é pastor, é um hierarca, é um administrador, talvez bom, mas não é pastor. Proximidade ao povo. E São João Paulo II nos deu o exemplo desta proximidade”, recordou o Papa Francisco.
“Terceiro traço, o amor pela justiça. Mas a justiça plena! Um homem que queria a justiça, a justiça social, a justiça dos povos, a justiça que afasta as guerras. Mas a justiça plena! Por isso, São João Paulo II era o homem da misericórdia, porque justiça e misericórdia caminham juntas, não se podem distinguir, estão juntas: justiça é justiça, misericórdia é misericórdia, mas uma sem a outra não está bem. E falando do homem da justiça e da misericórdia, pensemos o muito que São João Paulo II fez para que as pessoas entendessem a misericórdia de Deus”, completou o Santo Padre.
O Papa Francisco recordou a devoção de São João Paulo II a Santa Faustina Kowalska, quem recebeu em visões místicas a imagem e o conteúdo da devoção à Divina Misericórdia e cuja memória, no dia de hoje, por determinação do, sua memória litúrgica, “será para a Igreja no mundo inteiro”.
“Ele havia sentido que a justiça de Deus tinha esta face de misericórdia, esta atitude de misericórdia. E este é um dom que ele nos deixou: a justiça-misericórdia e a misericórdia justa.
Peçamos a ele hoje, que nos dê a todos nós, especialmente aos pastores da Igreja, mas a todos, a graça da oração, a graça da proximidade e a graça da justiça-misericórdia, misericórdia-justiça”, finalizou o Santo Padre.
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Quanto você sabe sobre São João Paulo II? Esses são 10 dados que deve conhecer
REDAÇÃO CENTRAL, 18/05/2020 (ACI).- Hoje recorda-se os 100 anos do nascimento e São João Paulo II e, por isso, apresentamos 10 chaves para conhecer mais sobre a vida do Papa peregrino, denominado “Apóstolo da Misericórdia” e um dos líderes mais influentes do século XX.
1. Nasceu na Polônia
Nasceu em Wadowice, em 18 de maio de 1920, em uma pequena cidade a 50 quilômetros de Cracóvia. Era o mais novo dos três filhos de Karol Wojtyla e Emília Kaczorowska. Sua mãe faleceu em 1929. Seu irmão mais velho, Edmundo (médico), morreu em 1932 e seu pai (suboficial do exército), em 1041. Sua irmã Olga morreu antes dele nascer.
2. Seu santo patrono era São Carlos (Karol) Borromeu
Embora tenham vivido em épocas diferentes, os dois estão unidos por ter histórias parecidas que o próprio São João Paulo II ressaltou em sua audiência de 4 de novembro de 1981.
A primeira semelhança está no nome, pois “Karol” Wojtyla em português é “Carlos”, nome com o qual São João Paulo II foi batizado. Outras semelhanças são que ambos sofreram tentativas de assassinato, participaram de Concílios e compartilharam o amor pelos pobres e doentes.
3. Bateu recordes e obteve importantes conquistas
O Papa São João Paulo II foi o primeiro Pontífice não italiano desde Adriano VI (1522-1523). Do mesmo modo, foi quem fez mais viagens, somando 129 países; e quem mais realizou beatificações e canonizações – 1.340 beatos e 483 santos. Também foi o primeiro a visitar uma sinagoga, a Casa Branca (Estados Unidos) e Cuba.
4. Foi um grande diplomata
Durante seu pontificado, São João Paulo II aumentou o número de nações que contam com relações diplomáticas com a Santa Sé. Passou de 85 países em 1978 para 174 em 2003.
Isso incluiu s Estados Unidos (que previamente só tinha status de delegação), a União Europeia, a Ordem Militar Soberana de Malta e a maioria das nações do antigo bloco comunista. Além disso, estabeleceu “relações de natureza especial” com a Federação russa e a Organização para a Libertação da Palestina.
5. Criou a Jornada Mundial da Juventude
Seu amor pelos jovens o impulsionou a iniciar em 1985 as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ). Nas 19 edições da JMJ celebradas ao longo de seu pontificado, foram reunidos milhões de jovens de todo o mundo.
Além disso, sua atenção para com a família se manifestou com os encontros mundiais das famílias, inaugurados por ele em 1994.
6. Tinha dois doutorados
Em 1948, obteve o doutorado em teologia pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, com uma tese sobre o tema da fé nas obras de São João da Cruz.
Em 1953, obteve o doutorado em filosofia pela Universidade Católica de Lublin, cm uma tese intitulada “Avaliação da possibilidade de fundar uma ética católica sobre a base do sistema ético de Max Scheler”.
7. Sobreviveu a mais de um atentado
Em 13 de maio de 1981, recebeu um tiro na Praça de São Pedro por parte do turco Mehmet Al Agca.
Em 12 de maio de 1982, em Fátima, Portugal, onde o Papa havia chegado para agradecer por sua vida depois do atentado do ano anterior, um sacerdote cismático tentou apunhalá-lo com uma faca, mas foi detido a poucos metros.
É conhecido pelo menos mais um atentado, o de terroristas muçulmanos que tentaram explodir o avião no qual o Papa viajava durante sua visita a Filipinas. Autoridades filipinas frustraram o plano elaborado.
8. Pediu perdão em nome da Igreja
Em 12 de março de 2000, pediu perdão pelas faltas humanas cometidas na Igreja Católica em toda a sua história. Fazendo referência à discriminação para com as mulheres, os pobres e etnias.
Em 15 de junho de 2004, pediu perdão pela inquisição, “por erros cometidos no serviço da verdade por meio do uso de métodos que não tinham nada a ver com o evangelho”.
9. Promulgou o Catecismo da Igreja Católica
Promulgou o Catecismo Universal da Igreja Católica, fruto do sínodo especial de bispos de 1985 dedicado ao Concílio Vaticano II. Também reformou o Código de Direito Canônico, o Código de Cânones das Igrejas Orientais e reorganizou a Cúria Romana.
Além disso, entre seus documentos magisteriais estão incluídos 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas.
10. Sua beatificação foi a mais rápida dos tempos modernos
São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005. No dia 28 do mesmo mês, o Papa Bento XVI dispensou o tempo de cinco anos de espera após sua morte para iniciar a causa de beatificação e canonização.
A causa foi aberta oficialmente pelo Cardeal Camillo Ruini, vigário geral para a Diocese de Roma, em 28 de junho de 2005. O Papa Bento XVI o beatificou em 1º de maio de 2011 e o Papa Francisco o canonizou, junto com João XXIII, em 27 de abril de 2014.
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13 fatos fascinantes da vida de São João Paulo II
REDAÇÃO CENTRAL, 18/05/2020 (ACI).- No dia do centenário do nascimento de São João Paulo II, nossos amigos do Churchpop.com resgataram estes 13 fatos fascinantes da vida do grande Pontífice.
1. Aos 15 anos quase morreu por um disparo acidental
Um amigo lhe mostrou uma arma, a qual acreditava estar descarregada. Foi quando durante uma brincadeira este amigo apertou o gatilho e disparou bem perto de Karol. Felizmente (ou milagrosamente), a bala não o tocou.
2. Teve uma “namorada” judia durante sua juventude
Seu nome era Ginka Beer, era “uma bela judia, com lindos olhos e cabelos, magra, uma excelente atriz”. Embora não possamos descrever com precisão o vínculo entre Karol Wojtyla e Ginka, ela foi primeira e possivelmente a única com quem ele teve uma relação romântica.
3. Foi ator e dramaturgo
Era membro de um grupo de teatro e pretendia trabalhar como ator, antes de descobrir sua vocação ao sacerdócio.
4. Aos 21 anos de idade já tinha perdido todos seus familiares diretos
Sua mãe morreu quando ele tinha 8 anos devido a algumas complicações durante um parto, seus três irmãos morreram durante sua infância e seu pai morreu de um ataque cardíaco, quando ele tinha 21 anos.
5. Foi atropelado por um caminhão nazista durante a Segunda Guerra Mundial
Em fevereiro de 1944, enquanto voltava do trabalho para sua casa, foi atropelado por um caminhão alemão. Os oficiais alemães pararam e, ao ver que estava inconsciente e gravemente ferido, detiveram um automóvel para usá-lo como ambulância e levá-lo ao hospital. Ficou internado durante duas semanas. A terrível experiência e sua surpreendente recuperação confirmaram sua vocação ao sacerdócio.
6. Foi detido por soldados nazistas e fugiu escondendo-se atrás de uma porta
Em agosto de 1944, durante um levantamento polonês, soldados nazistas invadiram a sua cidade a fim de prender todos os homens jovens. Ao entrar em sua casa, escondeu-se atrás de uma porta. Os soldados revistaram sua casa, mas não o encontraram e foram embora. Em seguida, escondeu-se na casa do seu Arcebispo, onde permaneceu até o final da guerra.
7. Participou do Concílio Vaticano II como Bispo e ajudou a escrever vários documentos
Colaborou na redação do texto final de Dignitatis humanae, o Decreto sobre a liberdade religiosa, e Gaudium et spes, a Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo atual.
8. Foi o primeiro Papa não italiano desde o século XVI
João Paulo II era polonês e não tivemos um Papa italiano a partir dele: Bento XVI é alemão e Francisco é argentino.
9. Como Papa, falava 9 idiomas com facilidade
Sabia polonês, latim, grego antigo, italiano, francês, alemão, inglês, espanhol e português. Durante sua juventude, esteve familiarizado com 12 idiomas.
10. Visitou 129 países durante seu pontificado
Isto o tornou um dos líderes mundiais que mais viajou na história e fez com que ganhasse o apelido de “Papa Peregrino”.
11. Beatificou e canonizou mais pessoas que o resto dos Papas que o antecederam... juntos
Beatificou 1.340 pessoas e canonizou 483 pessoas. Esta cifra supera todos os beatos e santos canonizados por todos os Papas anteriores a ele em toda a história da Igreja.
12. Foi herói de um gibi de Marvel na década de 1980
Assim como ele, a Beata Madre Teresa de Calcutá e São Francisco de Assis também protagonizaram livros de histórias em quadrinho.
13. É o quarto Papa com o título de “o Grande”
Embora o título não seja de maneira oficial e é apenas pelo uso popular, somente outros três papas na história mereceram tal honra: São Leão Magno (440 até 461), São Gregório Magno (590-604), e São Nicolau Magno (858-867).
São João Paulo II, rogai por nós!
Publicado originalmente em inglês em Churchpop.com
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Cresce interesse por São João Paulo II 6 anos após sua canonização
Vaticano, 18/05/2020 (ACI).- Desde a canonização de São João Paulo II, em 27 de abril de 2014, está aumentando o interesse pela figura e pelo pontificado do Papa polonês, de quem se comemora hoje os 100 anos de seu nascimento.
Assim assegurou o vigário judicial do Tribunal Ordinário da Diocese de Roma e postulador da causa da canonização de São João Paulo II, Dom Slawomir Oder, durante um encontro online que teve com jornalistas vaticanistas.
No encontro, Dom Oder enfatizou que "São João Paulo II é uma pessoa que ainda hoje permanece vivo e sempre presente", algo que fica evidente no interesse que gera nas datas relacionadas à sua vida, como o aniversário de seu nascimento, morte, início de seu pontificado, de seu atentado ou de sua canonização.
“O que me surpreendeu muito positivamente é o fato de que, quando o processo de beatificação de seus pais começou na semana passada, rapidamente recebi muitos e-mails com expressões de alegria e satisfação. Isso me deixa muito contente e feliz", assinalou.
Nesse sentido, contou como, no início do processo de canonização de São João Paulo II, "um professor italiano que estudava os processos sociológicos relacionados às manifestações religiosas me visitou".
“Ele estava impressionado com as muitas pessoas que iam ao túmulo de São João Paulo II, muitas delas jovens. Era uma época na qual milhões de pessoas vinham a Roma para visitar o túmulo de São João Paulo II, no Vaticano. Milhares de pessoas todos os dias. E lembro-me do comentário deste professor: 'é um fenômeno que normalmente ocorre na história com personagens grandes, mas que não durava pouco, como uma labareda que depois se apaga'”.
Mas o que é impressionante no caso de São João Paulo II "é que permanecia na esfera da vida da Igreja e do povo e que seu túmulo na basílica continuava sendo lugar de peregrinação de muita gente”.
Sobre o processo de canonização de São João Paulo II, Dom Oder destacou que evidencia uma "corrente de santidade", uma "sucessão de santidade da família Wojtyla. Essa religiosidade autêntica, genuína, que é transmitida aos filhos. Na família Wojtyla, a santidade era a santidade da proximidade às pessoas, do amor nas pequenas coisas da vida cotidiana”.
Dom Oder também destacou a escolha que São João Paulo II fez no início de seu pontificado de ser "um pontificado aberto e comunicativo, sem medo de contato com as pessoas".
“Aqui vemos esse pastor que, como diz o Papa Francisco, tem o cheiro das ovelhas, abraça-as e quer estar com elas. Através das grandes manifestações que testemunhamos, como as Jornadas Mundiais da Juventude, as Jornadas da Família ou as grandes liturgias... mas também com seu estilo de vida pessoal”.
João Paulo II "estava em contato com muitas pessoas, não apenas com seus colaboradores mais próximos, mas também com as pessoas que podiam lhe dar uma boa leitura do mundo em que ele vivia".
No encontro, Dom Oder também rejeitou qualquer tipo de oposição do pontificado de João Paulo II, ou de Bento XVI, com o do Papa Francisco. "É algo que faz mal", disse. “É algo que eu não gosto. Contrapor pontificados, pensamentos dos Papas, etc., é algo que prejudica a Igreja”.
Para Dom Oder, "é óbvio que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo e que sempre temos um Papa indicado pelo Espírito com o mandato de guiar a Igreja".
"É verdade que o estilo é diferente, o pensamento é diferente, mas isso não deve escandalizar ninguém, porque cada um exerce esse mandato de acordo com seu próprio pensamento, sua própria experiência, mas é sempre Pedro quem fala".
Também explicou que “não gosto da interpretação de um pontificado em termos de ruptura, descontinuidade. A Igreja é um organismo vivo, mas sempre há uma continuidade, um desenvolvimento do pensamento. Quem diz que há uma ruptura ignora a presença do Espírito Santo, que inspira as decisões que devem guiar a Igreja”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Quanto você sabe sobre São João Paulo II? Esses são 10 dados que deve conhecer https://t.co/vtHK9kyejU
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Como o coronavírus impactou a evangelização digital? Especialista responde
REDAÇÃO CENTRAL, 18/05/2020 (ACI).- A pandemia de coronavírus, COVID-19, e as medidas de isolamento adotadas em vários países para impedir o contágio levaram muitas dioceses e paróquias a prestarem mais atenção à evangelização nos meios digitais. Quais são os desafios pela frente? Isso diz um especialista.
Em diálogo com a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Jorge Valldecabres, CEO da Ecclesiared, uma plataforma que auxilia milhares de paróquias e dioceses da América Latina com ferramentas digitais, assinalou que “muitos sacerdotes que não prestavam muita atenção ao mundo digital descobriram nesses últimos dois meses os inúmeros benefícios da tecnologia”.
"Os párocos, assim como o resto da sociedade, viram-se obrigados a cumprir com as medidas de confinamento e isso propiciou que descubram novos canais de evangelização”, indicou.
Para Valldecabres, "estamos vivendo uma situação inimaginável há alguns meses, mas precisamos nos adaptar ao momento com os melhores recursos e ferramentas".
“Hoje, graças à Ecclesiared, milhares de párocos de todo o mundo cumprem as tarefas de teletrabalho que os governos nos exigem, podendo assim continuar com suas tarefas administrativas na paróquia, gerenciar seus arquivos paroquiais estando em casa ou até celebrar missas ao vivo em seus próprios sites", disse.
"Acho que as pessoas estão avançando e os párocos, como o resto da sociedade, também estão fazendo isso se adaptando às circunstâncias", acrescentou.
O CEO da Ecclesiared indicou que, embora "evidentemente as igrejas sejam locais de culto sagrados que devam permanecer, ter recursos como as Missas online podem nos ajudar a evangelizar em situações excepcionais como a que vivemos".
Valldecabres lembrou que "desde o primeiro dia da quarentena, a Ecclesiared decidiu estender a mão e oferecer gratuitamente nosso programa de gestão paroquial para ajudar e promover o teletrabalho em todas as paróquias e Dioceses que ainda não usavam nossa ferramenta".
"Somos conscientes de que estamos vivendo um momento difícil da história e é importante aproveitar a tecnologia para avançar o mais rápido possível", afirmou.
Para saber mais sobre o trabalho e os serviços oferecidos pela Ecclesiared, pode entrar AQUI.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Sacerdotes americanos se "reinventam" para levar os sacramentos aos enfermos durante a pandemia https://t.co/CDsLCEGm0R
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Sofrimento no Iraque vai piorar com coronavírus, alerta sacerdote
ERBIL, 18/05/2020 (ACI).- Um sacerdote católico que trabalha no Iraque explicou que o número de pessoas necessitadas que não tem suas necessidades básicas atendidas no país, que já são milhões, crescerá por causa da pandemia de coronavírus.
"O surto da COVID-19 no Iraque e as medidas de mitigação impostas pelas autoridades de saúde e segurança têm ramificações em quase todos os aspectos da vida pública e familiar e abalaram a economia", explicou o Pe. Joseph Cassar.
Pe. Cassar, que trabalha no Serviço Jesuíta para os Refugiados, falou em vídeo de Erbil (Iraque), durante a coletiva de imprensa na qual apresentou, nesta sexta-feira, no Vaticano, a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados que este ano será realizado em 27 de setembro.
O sacerdote jesuíta especificou que, no início de 2020, foi calculado que "4,1 milhões de pessoas no Iraque precisavam de assistência humanitária", em uma população estimada em 38 milhões de pessoas.
"Esse número vai crescer muito já que as famílias vulneráveis aumentarão e não serão capazes de satisfazer suas necessidades básicas porque estão adotando estratégias que esgotarão seus recursos escassos e ficarão ainda mais endividados”, continuou.
Pe. Cassar também disse que um dos problemas mais complexos no Iraque é o dos deslocados internos devido à guerra desde que o Estado Islâmico assumiu o controle de algumas áreas do país desde 2014. “Quase seis anos depois, as pessoas deslocadas internamente são quase 1,4 milhão no Iraque, quase a população de uma cidade padrão", afirmou.
“O deslocamento prolongado, junto com a escassa perspectiva de retorno a curto e médio prazo, afeta a vida das pessoas. Entre os jovens, existe especialmente a sensação de ‘não ter futuro’, o que contribui para um aumento na incidência de suicídio", lamentou o padre jesuíta.
Além da ajuda econômica no país, Pe. Cassar destacou a importância de “um investimento maciço na paz”, algo que se pode ver apoiado pelo “grande desejo de paz” existente entre os deslocados que retornaram recentemente às suas casas.
Em sua mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados deste ano, intitulada “Forçados, como Jesus Cristo, a fugir. Acolher, proteger, promover e integrar os deslocados internos”, o Papa Francisco lamentou que “quando falamos de migrantes e deslocados, limitamo-nos à questão do seu número”.
Também recordou que “não se trata de números; trata-se de pessoas! Se as encontrarmos, chegaremos a conhecê-las. E conhecendo as suas histórias, conseguiremos compreender”.
Na mensagem, o Santo Padre pediu novamente que essa pandemia não nos faça esquecer "muitas outras emergências que acarretam sofrimentos a tantas pessoas".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Mensagem do Papa Francisco pela 106ª Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado https://t.co/JolyPUuejP
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Ex-Juiz Federal dos EUA: Restrições por coronavírus têm cabimento, porém a religião é essencial
WASHINGTON DC, 18/05/2020 (ACI).- As diretrizes de saúde pública para limitar a disseminação do novo coronavírus levantam perguntas importantes sobre a Constituição dos Estados Unidos e a liberdade religiosa e, portanto, o professor da Faculdade de Direito de Stanford, Michael McConnell, realizou uma orientação sobre estes temas.
"Não cabe ao estado decidir que o culto religioso não é importante. Cabe ao estado decidir se as formas particulares que o culto religioso poderia adotar poderiam ser perigosas para a saúde pública”, disse McConnell em uma reunião online em 13 de maio.
"O negócio do governo é decidir o que é saudável. Cabe à igreja decidir o que é importante”, disse em resumo.
McConnell, ex-juiz federal do Tribunal de Apelações do Décimo Circuito dos Estados Unidos, uniu-se ao Arcebispo de São Francisco, Dom Salvatore Cordileone, como um dos principais expositores de uma coletiva de imprensa intitulada “A Igreja, o Estado e a Pandemia". O evento foi moderado por Maggie Gallagher, diretora executiva do Instituto Bento XVI de Música Sacra e Adoração Divina, com sede em São Francisco.
O ex-juiz disse que os governos estaduais e locais têm autoridade significativa para limitar as reuniões religiosas em uma epidemia, mas devem limitá-las da mesma maneira que outras atividades comparáveis.
"Tivemos pandemias antes, mas nenhuma quarentena dessa magnitude. Nunca o que equivale ao fechamento de sinagogas, igrejas e mesquitas em todo o espectro", refletiu McConnell.
Ele disse que, embora existam algumas normas relevantes no direito constitucional, "não existe um livro de regras por aí". Essas normas não são "simples", mas "um marco para o debate, a argumentação e a tomada de decisão".
“Apesar da nossa promessa constitucional de livre exercício da religião e o non-establishment, que às vezes descrevemos como a separação da igreja e do estado, não há separação absoluta. O estado tem uma autoridade reguladora significativa mesmo no que diz respeito às atividades religiosas, e isso é especialmente verdadeiro em tempos de emergência como uma pandemia”, continuou McConnell.
O precedente principal tem mais de um século: a decisão de 1905 da Suprema Corte dos Estados Unidos no processo Jacobson vs. Massachusetts, quando o estado de Massachusetts exigiu que os cidadãos fossem vacinados durante uma epidemia de varíola.
Apesar das objeções, incluindo as objeções religiosas, "a Suprema Corte decidiu que o Estado tinha autoridade constitucional para ordenar que todos fossem vacinados contra a varíola", disse McConnell. Ao mesmo tempo, assinalou que essa decisão foi tomada "muito antes da explosão de litígios sobre liberdades civis na Suprema Corte".
O ex-juiz duvida que a Corte repita sua antiga decisão da mesma maneira, considerando os padrões atuais. Ao mesmo tempo, todas as decisões do tribunal de primeira instância sobre as objeções aos limites do coronavírus nas últimas semanas citaram este precedente.
Para McConnell, a conclusão é que "quando se enfrenta uma epidemia que ameaça a sociedade, o Estado pode implementar medidas que restrinjam os direitos constitucionais, desde que as medidas tenham uma relação real ou substancial com a crise de saúde pública" e "não sejam, sem dúvida alguma, uma violação dos direitos garantidos pela lei fundamental”.
“A igreja está sujeita à autoridade reguladora de saúde do estado. Não é absoluto, mas é uma autoridade muito substancial”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos fornece orientações significativas em meio a medidas diante das epidemias. Do ponto de vista de McConnell e de vários tribunais federais, a Primeira Emenda significa que "o culto religioso é essencial" e é "um dos direitos constitucionais mais altamente protegidos".
"Na medida em que essas ordens denigram a capacidade de praticar a religião, devido à suposição de que a religião é 'menos essencial' do que, por exemplo, as lojas de material de construção, acho que é inadmissível, inconstitucional e será castigada pela maioria dos tribunais. Por outro lado, se o estado está fazendo uma avaliação com base no risco à saúde pública, então acho que é outra história", indicou.
McConnell explica que o Estado tem o direito de impor o que a Suprema Corte chama de "leis neutrais de aplicabilidade geral". As proibições de grandes reuniões de pessoas, ou os requisitos que atendem apenas a certos protocolos de segurança, costumam afetar as atividades religiosas e não religiosas por igual.
Contudo, surgem questões de duplo padrão quando os governadores e outros funcionários públicos eximem a categorias amplas de outras atividades por ser conceitos “essenciais” ou de “manutenção da vida”, que McConnel disse que introduzem um elemento de “subjetividade”.
As ordens do estado de Kentucky, revogadas recentemente na corte federal, não eximiram as igrejas do fechamento, mas permitiram a abertura de estabelecimentos para "o sustento da vida", desde que seguissem o distanciamento social e outros regulamentos de higiene. Esses estabelecimentos incluíam lojas de material de construção, lavanderias, escritórios de advocacia e lojas de bebidas.
As igrejas podem expor perante os tribunais que são mais parecidas com essas instituições do que qualquer outra e, portanto, devem abrir seguindo precauções semelhantes.
O Arcebispo Cordileone também viu um problema com o governo "dizendo à Igreja o que é essencial", quando apenas a Igreja tem essa autoridade. Também viu um problema no governo ao decidir o que são “essenciais” para as pessoas, devido à subjetividade do conceito.
"O papel do governo é dizer o que é seguro e dizer que deve cumprir com essas normas de segurança. Se você puder cumprir estas normas de segurança, pode continuar funcionando. Se não puder, então, não poderia fazê-lo”, disse o arcebispo na coletiva de imprensa.
McConnell estava preocupado com o fato de alguns funcionários do governo terem um profundo mal-entendido religioso.
“O verdadeiro problema aqui, que é bastante perturbador do ponto de vista constitucional, é que muitos governadores opinaram que a atividade religiosa pode ser completamente proibida porque é essencialmente voluntária. É tratada como se você estivesse indo ao cinema”, disse McConnell.
Se bem as limitações às igrejas não pareciam inusualmente exigentes para as pessoas (já que tantas outras conglomerações semelhantes foram proibidas), McConnel disse que isto se converterá em um problema à medida que os estados comecem a liberar cada vez mais as atividades econômicas e sociais e as religiosas continuem vetadas.
A dificuldade de manter limites nas atividades das pessoas a longo prazo também mostrará a necessidade de uma melhor adaptação dos direitos constitucionais, como o exercício religioso, afirmou.
Dado que o estado pode decidir a questão de saber se os fiéis reunidos para o culto podem criar mais perigo do ponto de vista da saúde pública do que os clientes de uma loja reunidos para comprar mercadorias, McConnell disse que ainda seria cético. Tentaria confirmar que as autoridades de saúde pública fizeram esse julgamento e tentaria confirmar que julgaram corretamente.
"Eu também gostaria de saber por que estamos generalizando para todas as assembleias religiosas", disse.
"Há uma grande diferença entre mil pessoas reunidas nas bancas juntas, e uma igreja que delimitou cuidadosamente áreas de 1,5 por 1,5 metro onde uma família pode se reunir ali e não estar perto de nenhuma outra ou, por exemplo, realizar serviços ao ar livre em circunstâncias apropriadas”, acrescentou.
Qualquer generalização de que todos os serviços religiosos sejam realizados de maneira perigosa sugere uma significativa falta de interesse na liberdade religiosa, disse McConnell.
Dom Cordileone, citando interações com líderes governamentais, sugeriu que os funcionários públicos "não entendem o que podemos fazer para manter as pessoas seguras".
“Os líderes da igreja precisam se comunicar com as autoridades e informá-las sobre o que é possível. Quando pensam em um serviço de adoração, pensam em algo como uma megaigreja, de mil a 2 mil pessoas que se aglomeram em uma área cheia de gente. Não acreditam que podemos ter distância nas nossas igrejas, ou que podemos ter serviços ao ar livre”, disse o arcebispo.
Dom Cordileone citou sugestões do Instituto Tomista da Casa de Estudos Dominica, que publicou um guia sobre coronavírus e igrejas composto por um grupo de trabalho de teólogos, liturgistas e especialistas cuidados médicos.
"É um documento muito completo e detalhado sobre o que podemos fazer para nos abrir à Missa", disse o Prelado.
Os bispos da Califórnia enviaram uma carta ao governador Gavin Newsom com o documento do Instituto Tomista em anexo. Alguns dias depois, o governador "falou positivamente sobre a adoração e a necessidade da fé, mais favorável às igrejas que se abrem para a adoração", disse Dom Cordileone.
"Trata-se de ajudar as autoridades do governo a perceberem que esses tipos de medidas de segurança podem manter nosso povo seguro quando se reúnem para um culto", explicou.
Dom Cordileone e McConnell responderam a algumas perguntas da audiência informativa.
CNA, agência em inglês do grupo ACI, perguntou se as igrejas que não seguem as precauções recomendadas ou necessárias poderiam enfrentar responsabilidade civil.
“É uma ótima pergunta sem resposta. Uma pergunta muito importante, com enormes implicações práticas. Se não houver proteção contra responsabilidade ou inclusive contra ações judiciais, que são extremamente caras para se defender, mesmo que ganhe no final, a abertura será muito mais lenta neste país”, disse McConnell.
A pergunta se aplica a empregadores, instituições, lojas, universidades e outros. McConnell disse que poderia "facilmente" imaginar que os governos suavizariam as ordens de confinamento, mas que as instituições demorarão a abrir "por medo de que, se alguém pegar o vírus e puderem rastreá-lo, poderia falir”.
Em resposta a uma pergunta sobre o acesso dos capelães a alguém que morre com o coronavírus, Dom Cordileone disse que ainda não ouviu falar de um caso no qual um sacerdote não tenha podido entrar para ungir alguém que estivesse a ponto de morrer. No entanto, houve momentos em que a falta de equipamento de proteção impediu que os sacerdotes visitassem alguém em uma condição menos grave.
McConnell, citando discussões informais, afirmou que "uma série de jurisdições que, de outra forma, foram bastante implacáveis em suas proibições de culto religioso, foram mais complacentes com relação à visita dos sacerdotes aos doentes no hospital”.
"Não sei se isso é exigido legalmente, mas parece ser tão obviamente humano que espero que seja verdade", afirmou.
McConnell comentou que o foco atual dos tribunais sobre a liberdade religiosa remonta apenas à década de 1990. Anteriormente, o livre exercício da religião era tratado como um direito constitucional especialmente protegido que o governo só podia violar com um interesse convincente e da maneira menos restritiva possível.
Tais proteções “exigiriam um exame bastante sensível do que exatamente é proibido e quais são as formas alternativas de proteger a saúde pública. Acho que esse seria um regime mais favorável à religião", acrescentou McConnell.
Cerca de 20 estados e o Congresso dos Estados Unidos promulgaram leis de restauração da liberdade religiosa que restauram o padrão anterior à lei estadual e federal.
Publicado originalmente por CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Recuperam artigos roubados da catedral mais antiga da África do Sul
CIDADE DO CABO, 18/05/2020 (ACI).- Alguns dos artigos roubados da Catedral de Santa Maria da Fuga para o Egito, a mais antiga da África do Sul, foram identificados e recuperados, assim confirmou o administrador do templo.
A igreja de 169 anos, também conhecida como a Catedral de Santa Maria, foi profanada em 18 de abril. Os autores levaram objetos sagrados, incluindo uma âmbula, um cibório, quatro candelabros de prata, um cálice banhado a ouro e duas patenas banhadas a ouro, além do dinheiro da caixa de ofertas.
Os itens recuperados foram identificados satisfatoriamente em 13 de maio na sala das provas da Delegacia Central de Polícia, na Cidade do Cabo. O administrador da catedral, Pe. Rohan Smuts, emitiu um comunicado no dia seguinte para anunciar a boa notícia.
“Nós (Pe. Rohan e Pe. Luigi) fomos presenteados com dois candelabros de prata, que estavam ao lado do sacrário, e quatro caixas de papelão de vários metais. Após a inspeção, descobrimos dois outros candelabros de prata em pedaços, assim como quatro candelabros banhados a ouro, também em pedaços”, contou na página do Facebook da catedral.
Também foi recuperado um cibório que estava no sacrário, um jogo de cálice e patena, um prato de patena e a grande luminária do santuário.
Segundo o clérigo sul-africano, todos os itens recuperados "incluindo o sacrário que foi quebrado em várias peças, devem ser reparados e restaurados por vários artesãos".
"Os microfones, assim como o cibório e a custódia que estavam no sacrário não foram recuperados", acrescentou.
Na declaração, Pe. Rohan explica que a recuperação dos itens roubados ocorreu após uma ligação recebida de um ministro protestante que foi abordado por uma pessoa que pretendia vender os itens para ele. Este ministro estava entregando pacotes de comida em Khayelitsha, um município parcialmente informal no Cabo Ocidental.
"Quando ele (o ministro protestante) olhou, reconheceu que eram objetos roubados da catedral alguns dias antes e disse ao jovem. O jovem abandonou os itens roubados e fugiu, deixando o ministro com os objetos”, narrou o administrador da catedral.
"O ministro insistiu que eu fosse a Mew Way, Khayelitsha, e recolhesse esses itens, já que não queria tê-los em sua casa. Eu indiquei que, como se tratava de um caso policial ativo, o oficial encarregado da investigação entraria em contato com ele para organizar o recolhimento dos artigos roubados e tomar seu depoimento”, acrescentou.
O ministro protestante finalmente levou os itens para a delegacia em 23 de abril.
Reconhecendo a preocupação dos fiéis, Pe. Rohan disse: "Gostaríamos de expressar nossa gratidão e agradecimento às inúmeras pessoas que entraram em contato conosco através de e-mails, telefonemas e mensagens oferecendo suas orações e apoio financeiro".
"Quando as notícias sobre a recuperação dos itens roubados começaram a circular, alguém disse apropriadamente: ‘Isso é o que acontece quando tem uma comunidade de oração'", lembrou.
Considerada a igreja mãe de todos os católicos da África do Sul, a Catedral de Santa Maria foi consagrada em 28 de abril de 1851. Está localizada na Cidade do Cabo, em frente ao Parlamento da África do Sul.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Vaticano suspende transmissão ao vivo das Missas diárias do Papa Francisco
Vaticano, 18/05/2020 (ACI).- Nesta segunda-feira foi a última transmissão ao vivo das Missas diárias do Papa Francisco, com a celebração da Eucaristia em honra ao centenário do nascimento de São João Paulo II, conforme anunciado pela Santa Sé na semana passada.
As Missas que o Papa Francisco celebra todas as manhãs na Casa Santa Marta, e hoje na capela do túmulo de São João Paulo II, começaram a ser transmitidas ao vivo desde que as igrejas na Itália e no Vaticano foram fechadas para evitar possíveis contágios do coronavírus, COVID-19. No entanto, a partir desta terça-feira, 19 de maio, essas transmissões ao vivo serão suspensas.
O anúncio foi feito em 12 de maio pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
Nesse comunicado, informou que em 18 de maio o Papa celebraria a Missa pelo centenário do nascimento de seu antecessor e que "a partir do dia seguinte, 19 de maio, cessará a transmissão ao vivo das missas da manhã da Casa Santa Marta".
Isso ocorre porque, em 18 de maio, será retomada a celebração da Missa com a participação dos fiéis na Itália.
Em seu comunicado, Bruni lembrou que “o Papa espera que o Povo de Deus possa assim voltar à familiaridade comunitária com o Senhor nos sacramentos, participando na liturgia dominical, e retomando também nas igrejas a frequentação diária do Senhor e da Sua Palavra”, assinalou.
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A mãe de João Paulo II recusou-se a abortá-lo graças a um médico judeu
Roma, 18/05/2020 (ACI).- São João Paulo II foi uma resposta de Deus para o Brasil e para o mundo REDAÇÃO CENTRAL, 18/05/2020 (ACI).-
A última viagem apostólica de João Paulo II ao Brasil aconteceu em 1997, para o II Encontro Mundial do Papa com as Famílias entre os dias 2 e 5 de outubro daquele ano, quando São João Paulo II reuniu 2 milhões de pessoas numa missa campal no Aterro do Flamengo. “A partir desse dia a família não pôde mais ser ignorada”, disse o bispo de Camaçari e professor da Seção Brasileira do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, Dom João Carlos Petrini.
O bispo refletiu sobre o legado de São João Paulo II para a Igreja e a humanidade, durante uma live realizada nesta segunda, 18, pelo canal do Youtube do instituto. Ele recordou que o São João Paulo II é considerado o Papa da Família porque ele lutou e conseguiu reverter a chamada “morte anunciada da família”. Considerado uma pessoa a frente de seu tempo, o Papa João Paulo II é tido como uma resposta de Deus para o mundo. Dom João Carlos revelou que alguns meses depois da vinda ao Brasil, no dia 13 de maio de 1981, o Papa ia anunciar a fundação do instituto da família.
“Ele estava com o papel no bolso, mas antes de fazer essa proclamação, o papa foi baleado quase que mortalmente. Como o próprio papa disse depois, a mão de Nossa Senhora segurou a bala para que o estrago não fosse maior. A fundação do instituto está associada ao atentado e certamente isso tem algum significado, foi como um sacrifício, o derramamento do próprio sangue em vista de uma grande obra. Com João Paulo II a família passou a ter um tratamento inovador”, afirmou o prelado.
O Papa João Paulo II foi o primeiro pontífice a visitar o Brasil. Em 30 de junho de 1980, ele chegou para uma visita de 12 dias, na qual beatificou o jesuíta José de Anchieta e participou do X Congresso Eucarístico Nacional, realizado entre 30 de junho a 12 de julho, em Fortaleza (CE). No total, foram três visitas oficiais e uma rápida passagem pelo aeroporto do Rio de Janeiro, durante uma escala no vôo para a Argentina, em 1982, quando fez um breve discurso.
A segunda visita oficial aconteceu em 1991, quando realizou a beatificação de Madre Paulina, em Florianópolis (SC). Na homilia desse dia, o santo padre afirmou: “O Brasil precisa de santos, de muitos santos! A santidade é a prova mais clara, mais convincente da vitalidade da Igreja em todos os tempos e em todos os lugares”. Na ocasião, o papa também visitou irmã Dulce, em Salvador, na Bahia.
Monsenhor Sérgio Costa Couto, que é capelão da Imperial Irmandade Nossa Senhora da Glória do Outeiro, ressaltou o número de vocações que surgiram na igreja no Brasil a partir do pontificado de João Paulo II.
“São muitos padres, freiras e famílias extraordinárias. Foi um resultado muito além do que se poderia prever. O Papa João Paulo II deixou uma obra fantástica, praticamente tratou de todos os assuntos, ele continuará sendo uma inspiração. Sua mensagem permanece, não devemos esquecê-lo”, observou o sacerdote.
O Papa João Paulo II sempre demonstrou muito carinho pelo povo brasileiro, uma calorosa troca de afeto em episódios memoráveis. Em 1980, a música “A bênção João de Deus” foi composta especialmente para a primeira visita do papa e cantada nas visitas e encontros posteriores. Em 1997 ele mesmo disse com tom de humor: “Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”, tal era seu carinho pelo Brasil e sua gratidão pela acolhida recebida no Rio de Janeiro.
Veja o vídeo com a música "A Bênção João de Deus" e com as visitas do Papa ao Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=Q7Ki3To4JrY
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