Sábado Santo: Esta noite celebramos a Vigília Pascal
REDAÇÃO CENTRAL, 11/04/2020 (ACI).- Hoje é realizada a celebração do Sábado Santo, a Igreja Católica medita sobre a paixão e morte do Senhor, assim como sua descida ao inferno, e espera em oração a sua ressurreição. Realiza-se também a Vigília Pascal que conclui com a Liturgia Eucarística.
Durante este dia, é dada atenção especial à Virgem Maria, acompanhando-a em sua solidão, que vela junto ao túmulo de seu Filho amado.
Na Vigília Pascal, são realizados três atos importantes que começam com a Celebração do Fogo, na qual o padre abençoa o fogo e acende o círio pascal. Neste ato, entoa-se a Proclamação da Páscoa, que é um poema escrito por volta do ano 300, que proclama que Jesus é o novo fogo.
Ocorre também a Liturgia da Palavra, na qual são feitas sete leituras, desde a criação até a Ressurreição também, sendo a leitura do livro do Êxodo a mais importante que narra a passagem dos israelitas através do Mar Vermelho, quando fugiam das tropas egípcias, sendo bem salvos por Deus. Da mesma maneira, recorda que Deus, esta noite, nos salva por seu Filho.
O terceiro ato é quando toda a Igreja renovou suas promessas batismais renunciando a Satanás, suas seduções e suas obras. A pia batismal ou um recipiente que a representa é abençoada e é recitada a ladainha dos santos, que nos une em oração com a Igreja militante e triunfante.
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REDAÇÃO CENTRAL, 11/04/2020 (ACI).- Neste Sábado Santo, a Igreja celebra a Vigília Pascal, considerada a mãe de todas as vigílias por realizar-se na noite em que Cristo passou da morte à vida. Esta celebração possui quatro partes: a liturgia da luz; a liturgia da Palavra; a liturgia batismal; e a liturgia eucarística. Conheça os símbolos presentes nessa Missa.
1. A luz e o fogo
Desde sempre, a luz existe em estreita relação com a escuridão: na história pessoal ou social, uma época sombria vai seguida de uma época luminosa; na natureza é das escuridões da terra de onde brota à luz a nova planta, assim como à noite lhe sucede o dia.
A luz também se associa ao conhecimento, ao tomar consciência de algo novo, frente à escuridão da ignorância. E porque sem luz não poderíamos viver, a luz, sempre, mas sobretudo nas Escrituras, simboliza a vida, a salvação, que é Ele mesmo (Sl 27,1; Is 60, 19-20).
A luz de Deus é uma luz no caminho dos homens (Sl 119, 105), assim como sua Palavra (Is 2,3-5). O Messias traz também a luz e Ele mesmo é luz (Is 42.6; Lc 2,32).
As trevas, então, são símbolo do mal, a desgraça, o castigo, a perdição e a morte (Jó 18, 6. 18; Am 5. 18). Mas é Deus quem penetra e dissipa as trevas (Is 60, 1-2) e chama os homens à luz (Is 42,7).
Jesus é a luz do mundo (Jo 8, 12; 9,5) e, por isso, seus discípulos também devem sê-lo para outros (Mt 5,14), convertendo-se em reflexos da luz de Cristo (2 Cor 4,6). Uma conduta inspirada no amor é o sinal de que se está na luz (1 Jo 2,8-11).
Durante a primeira parte da Vigília Pascal, chamada “lucenário”, a fonte de luz é o fogo. Este, além de iluminar, queima e, ao queimar, purifica. Como o sol por seus raios, o fogo simboliza a ação fecundante, purificadora e iluminadora. Por isso, na liturgia, os simbolismos da luz–chama e iluminar–arder se encontram quase sempre juntos.
2. O círio pascal
Entre todos os simbolismos derivados da luz e do fogo, o círio pascal é a expressão mais forte, porque reúne ambos.
O círio pascal representa Cristo ressuscitado, vencedor das trevas e da morte, sol que não tem ocaso. Acende-se com fogo novo, produzido em completa escuridão, porque, na Páscoa, tudo se renova: dele se acendem as demais luzes.
As características da luz são descritas no exultet e formam uma unidade indissolúvel com o anúncio da libertação pascal. O círio aceso é, pois, um memorial da Páscoa. Durante todo o tempo pascal o círio estará aceso para indicar a presença do Ressuscitado entre os seus.
Os símbolos do Batismo
1. A água
Embora o rito do Batismo esteja repleto de símbolos, a água é o elemento central, o símbolo por excelência. Em quase todas as religiões e culturas, a água possui um duplo significado: é fonte de vida e meio de purificação.
Nas Escrituras, encontramos as águas da Criação sobre as quais pairava o Espírito de Deus (Gn 1,2). A água é vida no regaço, na seiva, no líquido amniótico que nos envolve antes de nascer. No dilúvio universal, as águas torrenciais purificam a face da terra e dão lugar à nova criação a partir de Noé.
No deserto, os poços e os mananciais se oferecem aos nômades como fonte de alegria e de assombro. Perto deles, têm lugar os encontros sociais e sagrados, preparam-se os matrimônios, etc.
Os rios são fontes de fertilização de origem divina; as chuvas e o orvalho contribuem com sua fecundidade como benevolência de Deus. Sem a água, o nômade seria imediatamente condenado à morte e queimado pelo sol palestino. Por isso, pede-se a água na oração.
Yahvé se compara com uma chuva de primavera (Os 6,3), ao orvalho que faz crescer as flores (Os 14.6). O justo é semelhante à árvore plantada ao borde das águas que correm (Nm 24,6); a água é sinal de bênção.
Segundo Jeremias (2, 13), o povo de Israel, ao ser infiel, esquece Yahvé como fonte viva, querendo escavar suas próprias cisternas. A alma procura Deus como o cervo sedento procura a presença da água viva (Sl 42,2-3). A alma aparece assim como uma terra seca e sedenta, orientada para a água.
Jesus emprega também este simbolismo em sua conversa com a samaritana (Jo 4.1-14), a quem se revela como “água viva” que pode saciar sua sede de Deus. Ele mesmo se revela como a fonte dessa água: “Se alguém tiver sede, que venha para Mim e beba” (Jo 7,37-38). Como da rocha de Moisés, a água surge do flanco transpassado pela lança, símbolo de sua natureza divina e do Batismo (cf Jo 19,34).
Por este motivo, a água se converteu no elemento natural do primeiro sacramento da iniciação cristã. Desde os primeiros séculos do cristianismo, os cristãos adultos eram batizados em uma espécie de pia cheia de água que tinha duas escadas: por uma descia e por outra saía. A imagem de “descer” às águas representava o momento da purificação dos pecados e estava associada à morte de Cristo.
A saída, subindo pelo lado oposto, representava o renascer à nova vida, como se estivesse saindo do ventre materno e era associado à ressurreição. No centro se fazia a profissão de fé pública. E isto significa que a água do batismo não é algo “mágico” – como pensam muitos – que protege ou transforma por si só, mas sim a expressão deste duplo compromisso: o de mudar de vida morrendo ao pecado e o de renovar a escala de valores, iluminados por Cristo, ressuscitados com Ele.
2. A veste branca
A cor branca sempre foi identificada com a pureza, com o inocente. Parece lógico que, desde os primeiros séculos do cristianismo, os catecúmenos fossem ao Batismo vestidos com túnicas brancas. Poderíamos considerá-lo, inclusive, como inspirado na imagem reiterada do Apocalipse, em que os seguidores fiéis do Cordeiro mereceram vestir-se de branco (cf 3,4-5.18; 4,4; 7,9.13-14; 19,14; 22,14).
Entretanto, os textos bíblicos dependeriam do que nos diz a tradição cultural dos primeiros séculos, anterior aos mesmos. Em todo o Império Romano, só os membros do Senado se vestiam com túnicas brancas, por isso os chamavam candidatus, do latim “cândido”, branco. Desta maneira, manifestava publicamente sua dignidade, a de servir ao Imperador, o qual se apresentava como o filho de deus.
Os cristãos, então, a irem vestidos de branco a receber o Batismo, tentaram mostrar que a verdadeira dignidade do homem não consiste em trabalhar para nenhum poder político, mas em servir a Jesus Cristo, o verdadeiro Filho de Deus. Portanto, mais que símbolo de pureza, era símbolo de dignidade, de vida nova, de compromisso com um estilo de vida e com o esforço cotidiano por conservá-la sem mancha, para ser considerados dignos de participar do banquete do Reino (cf. Mt 22, 12).
Em uma sociedade consumista como a nossa, em que a dignidade das pessoas depende de como vão vestidas, da moda que seguem, das marcas que usam, os cristãos deveriam nos perguntar o que fizemos de nossa “veste branca” batismal e verificar se, como diz São Paulo, “tendo-nos revestido de Cristo” (cf. Gl 3.27).
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No Sábado Santo, esperamos com Maria
REDAÇÃO CENTRAL, 11/04/2020 (ACI).- Hoje é Sábado Santo, dia de espera. Jesus está no sepulcro e Maria é quem acompanha a Igreja.
Maria é a mãe da paciente espera, embora esteja sofrendo pela morte de seu Filho. Ela foi a única que manteve viva a chama da fé quando Cristo foi sepultado.
Muitos seguidores de Jesus ficaram desiludidos, pois acreditavam que Ele seria o Grande Messias de Israel. Eles esperavam um guerreiro que os libertasse do domínio romano com punho de ferro e um exército numeroso.
Entretanto, quando viram que Cristo deixou que o crucificassem e morreu, ficaram tristes e desiludidos. “Jesus fracassou, voltemos para nosso trabalho ordinário”, disseram os discípulos de Emaús. Os apóstolos também estavam com medo e ficaram escondidos.
Inclusive as mulheres que estiveram ao pé da Cruz, foram embalsamar o corpo do Senhor porque estava morto. Elas não tinham acreditado na ressurreição de Cristo e, quando encontraram o sepulcro vazio, ficaram surpresas. Sem entender porque o corpo de Jesus não estava lá, começaram a duvidar do que Ele lhes havia dito sobre a ressurreição. Ao aparecer o anjo, uma delas pergunta: Para onde levaram o Senhor? Somente quando Cristo lhes aparece, acreditam.
Maria, muito pelo contrário, não foi ao sepulcro, pois tinha acolhido a palavra de Deus em seu coração. E por ser uma mulher de fé profunda, havia acreditado. Portanto, Ela não estava desiludida, nem assustada e desconfiada. Mas esperava plenamente a ressurreição do seu Filho.
Apesar de ter vivido toda a dor do dia anterior, sua fé e sua esperança são muito maiores. Permaneceu firme ao pé da cruz, embora profundamente dolorida. Nesses momentos, a única coisa que a sustentou foi a sua fé e também a esperança de que se cumpririam as promessas de Deus.
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Este é o verdadeiro significado da Vigília Pascal
REDAÇÃO CENTRAL, 11/04/2020 (ACI).- A celebração da Vigília Pascal na noite do Sábado Santo é a mais importante de todas as celebrações cristãs, porque comemora a ressurreição de Jesus Cristo.
A Vigília, que significa passar “uma noite velando”, tem um sentido especial na véspera pascoal, porque recorda a passagem bíblica (Mt 28,1-10), na qual um grupo de mulheres chega ao sepulcro para terminar de embalsamar Jesus, mas não encontram seu corpo. Em seguida, um anjo aparece a elas e diz: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos.” (Mc 28,5-7).
Na Vigília Pascal, celebra-se a Ressurreição que está adornada pelo cumprimento de todas as profecias e a recuperação vital da vida de Jesus para não morrer jamais, indicou Pe. Donato Jiménez ao Grupo ACI.
“Esta ressurreição é a que nos ensina, mais claramente do que qualquer outra coisa, o cumprimento das palavras de Jesus em nossa vida. Assim como Jesus Cristo morreu e ressuscitou ao terceiro dia, também o cristão que morre em Cristo ressuscitará no fim dos tempos”, indicou o sacerdote.
No início da Vigília, depois de acender o círio pascal, proclama-se a Ressurreição e recita-se a Proclamação da Páscoa.
Nela se relata brevemente a história da salvação desde a criação, a provação e queda de Adão, a espera e libertação do povo de Israel, até a entrega de Jesus Cristo, que morreu por nossos pecados e nos leva à salvação.
A Proclamação da Páscoa é dirigida a toda a humanidade, mas especialmente aos cristãos. Santo Agostinho nos convida a recordá-la constantemente, porque é uma mensagem de esperança e nos transmite a vitória da luz sobre a escuridão.
Após as leituras, segue a Liturgia Batismal ou, pelo menos, a bênção da água e a renovação das promessas batismais.
Finalmente, na celebração eucarística se entoam os cantos do Aleluia. Vive-se um ambiente festivo e de louvor, porque cumpriu-se as promessas de Deus, especialmente, por ter restaurado sua amizade com a humanidade e outorgar a salvação.
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Que diferença há entre a Vigília Pascal e o Domingo da Ressurreição?
REDAÇÃO CENTRAL, 11/04/2020 (ACI).- O Domingo da Ressurreição e a Vigília Pascal são o triunfo de Jesus Cristo, são a feliz conclusão de sua Paixão e a alegria que segue à dor: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus.
Pe. Donato Jiménez explicou ao Grupo ACI que a diferença entre ambos está na data. No Domingo da Ressurreição, a liturgia “é praticamente igual à que celebramos na vigília do Sábado Santo. O que acontece é que a vigília do Sábado Santo se faz à noite e a maior parte dos fiéis não pode participar”.
No dia seguinte, prosseguiu, “é o mesmo, mas como todos os domingos para os fiéis celebra-se a Eucaristia da Ressurreição. Celebramos na Vigília, mas como nela não estiveram todos os cristãos do mundo, então, no domingo têm a oportunidade e a necessidade de participar alegremente do fato da Ressurreição”.
Na Vigília Pascal, participa-se do júbilo pela Ressurreição de Jesus Cristo. escutando as 7 leituras e com uma cerimônia litúrgica estendida; enquanto no domingo, oficia-se a Eucaristia da Ressurreição com a mesma alegria que na Vigília, embora em Missa dominical.
A Páscoa da Ressurreição durará 50 dias até a celebração de Pentecostes.
“Todos os dias serão celebrados com a mesma alegria e serão como a prolongação de um só dia”, disse Pe. Jiménez em diálogo com o Grupo ACI.
É tão grande o acontecimento da Páscoa que não pode caber em um dia. Os domingos da Páscoa serão as datas mais importantes nas quais se festeja a redenção.
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O que significam os símbolos gravados no Círio Pascal?
REDAÇÃO CENTRAL, 11/04/2020 (ACI).- O Círio Pascal é, desde os primeiros séculos do cristianismo, um dos elementos mais expressivos da Vigília do Sábado Santo. No entanto, você sabe o significado de cada um dos símbolos gravados nele?
A seguir, veja cada um dos símbolos com seus respectivos significados:
1. Luz
O Círio Pascal representa Cristo ressuscitado, "a verdadeira luz que ilumina todo homem que vem a este mundo" e que dissipa as trevas (a morte).
2. Chama
No início, na procissão de entrada da Vigília, a única luz é a do Círio Pascal. Então, com essa chama, a pequena vela levada pelos fiéis é acesa, o que significa a fé que todos nós recebemos e compartilhamos.
Através deste ato, os batizados são lembrados de que devem ser portadores da luz de Cristo, testemunhas de seu amor, que como uma chama acende e aquece os corações.
3. A Cruz
A cruz é sempre o símbolo central, é o caminho que deve ser tomado, como Cristo, para chegar ao Pai.
4. Cravos
São cinco grãos de incenso, muitas vezes vermelhos, que são cravados no círio e simbolizam as cinco chagas de Jesus, os três pregos que perfuraram suas mãos e pés, a lança no lado direito do corpo e os espinhos em sua cabeça,
5. Fogo
O fogo da chama também representa uma imagem viva da ressurreição, do homem que abandona o pecado e nasce para uma nova vida. Enquanto o círio está aceso, o sacerdote pode dizer palavras semelhantes a: "A luz de Cristo, elevando-se em Glória, dissipa as trevas de nossas mentes e de nossos corações".
6. Alfa e Ômega
As letras Alfa e Ômega, a primeira e a última do alfabeto grego, indicam que a Páscoa de Cristo, o início e o fim do tempo e da eternidade, chega até nós sempre com nova força no ano especial em que vivemos.
7. Ano
O ano atual representa Deus no presente e como Mestre e Senhor de toda a eternidade.
8. Cordeiro
Cristo é representado pela figura de um cordeiro.
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Assim foi a Via-Sacra do Papa diante da Praça de São Pedro vazia na Sexta-feira Santa
Vaticano, 11/04/2020 (ACI).- Ao concluir a Via-Sacra na Praça e na Basílica de São Pedro no Vaticano, sem a presença dos fiéis, o Papa Francisco rezou em silêncio por alguns minutos depois de conceder a bênção final.
Neste ano, por causa do COVID-19, a Via-Sacra não foi realizada no Coliseu Romano, onde costuma ser feita com a participação de milhares de fiéis.
As meditações da Via-Sacra foram dirigidas por diversas pessoas vinculadas ao centro de reclusão Due Palazzi de Pádua (Itália).
As meditações foram escritas por condenados à prisão (alguns à prisão perpétua), seus familiares, familiares das vítimas, agentes penitenciários, policiais, educadores de instituições penitenciárias, catequistas, um frade voluntário da pastoral penitenciária e um sacerdote acusado e absolvido após oito anos do processo judicial.
A Via-Sacra foi realizada com dois grupos de pessoas: um da casa de reclusão de Due Palazzi e o outro do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano, alguns deles carregando tochas durante o percurso.
A Via-Sacra começou em torno do obelisco que fica no centro da praça, onde foram feitas as primeiras 9 estações. A décima e a décima primeira foram realizadas no meio do caminho entre o obelisco e o átrio da Basílica.
A 12ª Estação, a morte de Jesus, foi feita diante do Cristo de São Marcelo, a imagem milagrosa que ajudou a superar a peste alguns séculos atrás e diante da qual o Santo Padre rezou pelo fim da pandemia de coronavírus, em 27 de março.
A décima terceira estação foi feita a alguns passos do local onde o Papa estava e na 14ª estação foi o próprio Santo Padre quem carregou a cruz durante toda a meditação.
Leia AQUI as meditações completas:
Confira também:
Estas são as meditações da Via-Sacra que o Papa presidirá na Sexta-feira Santa https://t.co/3sOgbPO4s1
— ACI Digital (@acidigital) April 6, 2020
Páscoa 2020: Homilia do Papa Francisco na Vigília Pascal
Vaticano, 11/04/2020 (ACI).- Neste sábado, 11 de abril, o Papa Francisco celebrou a Vigília Pascal na Noite Santa na Basílica de São Pedro, com poucos participantes, devido às medidas impostas para evitar o contágio do coronavírus.
O Santo Padre estava acompanhado por alguns leigos e membros da cúria.
A seguir, a transcrição da homilia pronunciada pelo Papa durante a Vigília Pascal, depois da proclamação do Santo Evangelho:
«Terminado o sábado» (Mt 28, 1), as mulheres foram ao sepulcro. O Evangelho desta santa Vigília começa assim: com o sábado. Este é o dia do Tríduo Pascal que mais descuidamos, ansiosos de passar da cruz de sexta-feira à aleluia de domingo. Este ano, porém, damo-nos conta, mais do que nunca, do sábado santo, o dia do grande silêncio; podemos rever-nos nos sentimentos que tinham as mulheres naquele dia. Como nós, tinham nos olhos o drama do sofrimento, duma tragédia inesperada, que se verificou demasiado rapidamente. Viram a morte e tinham a morte no coração. À amargura, juntou-se o medo: acabariam, também elas, como o Mestre? E depois os receios pelo futuro, carecido todo ele de ser reconstruído. A memória ferida, a esperança sufocada. Para elas, era a hora mais escura, como o é hoje para nós.
Contudo, nesta situação, as mulheres não se deixam paralisar. Não cedem às forças obscuras da lamentação e da lamúria, não se fecham no pessimismo, nem fogem da realidade. Realizam algo simples e extraordinário: nas suas casas, preparam os perfumes para o corpo de Jesus. Não renunciam ao amor: na escuridão do coração, acendem a misericórdia. Nossa Senhora, no sábado – dia que Lhe será dedicado –, reza e espera. No desafio da tristeza, confia no Senhor. Sem o saber, estas mulheres preparavam na escuridão daquele sábado «o romper do primeiro dia da semana», o dia que havia de mudar a história. Jesus, como semente na terra, estava para fazer germinar no mundo uma vida nova; e as mulheres, com a oração e o amor, ajudavam a esperança a desabrochar. Quantas pessoas, nos dias tristes que vivemos, fizeram e fazem como aquelas mulheres, semeando brotos de esperança com pequenos gestos de solicitude, de carinho, de oração!
Ao amanhecer, as mulheres vão ao sepulcro. Lá diz-lhes o anjo: «Não tenhais medo. Não está aqui; ressuscitou» (cf. Mt 28, 5-6). Diante dum túmulo, ouvem palavras de vida... E depois encontram Jesus, o autor da esperança, que confirma o anúncio dizendo-lhes: «Não temais» (28, 10). Não tenhais medo, não temais: eis o anúncio de esperança para nós, hoje. Tais são as palavras que Deus nos repete na noite que estamos atravessando.
Nesta noite, conquistamos um direito fundamental, que não nos será tirado: o direito à esperança. É uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é mero otimismo, não é uma palmada nas costas nem um encorajamento de circunstância. É um dom do Céu, que não podíamos obter por nós mesmos. Tudo correrá bem: repetimos com tenacidade nestas semanas, agarrando-nos à beleza da nossa humanidade e fazendo subir do coração palavras de encorajamento. Mas, à medida que os dias passam e os medos crescem, até a esperança mais audaz pode desvanecer. A esperança de Jesus é diferente. Coloca no coração a certeza de que Deus sabe transformar tudo em bem, pois até do túmulo faz sair a vida.
O túmulo é o lugar donde, quem entra, não sai. Mas Jesus saiu para nós, ressuscitou para nós, para trazer vida onde havia morte, para começar uma história nova no ponto onde fora colocada uma pedra em cima. Ele, que derrubou a pedra da entrada do túmulo, pode remover as rochas que fecham o coração. Por isso, não cedamos à resignação, não coloquemos uma pedra sobre a esperança. Podemos e devemos esperar, porque Deus é fiel. Não nos deixou sozinhos, visitou-nos: veio a cada uma das nossas situações, no sofrimento, na angústia, na morte. A sua luz iluminou a obscuridade do sepulcro: hoje quer alcançar os cantos mais escuros da vida. Minha irmã, meu irmão, ainda que no coração tenhas sepultado a esperança, não desistas! Deus é maior. A escuridão e a morte não têm a última palavra. Coragem! Com Deus, nada está perdido.
Coragem: é uma palavra que, nos Evangelhos, sai sempre da boca de Jesus. Só uma vez é pronunciada por outros, quando dizem a um mendigo: «Coragem, levanta-te que [Jesus] chama-te» (Mc 10, 49). É Ele, o Ressuscitado, que nos levanta a nós, mendigos. Se te sentes fraco e frágil no caminho, se cais, não tenhas medo; Deus estende-te a mão dizendo: «Coragem!» Entretanto poderias exclamar como padre Abbondio: «A coragem, não no-la podemos dar» (I promessi sposi, XXV). Não a podes dar a ti mesmo, mas podes recebê-la, como um presente. Basta abrir o coração na oração, basta levantar um pouco aquela pedra colocada à boca do coração, para deixar entrar a luz de Jesus. Basta convidá-Lo: «Vinde, Jesus, aos meus medos e dizei também a mim: coragem!» Convosco, Senhor, seremos provados; mas não turvados. E, seja qual for a tristeza que habite em nós, sentiremos o dever de esperar, porque convosco a cruz deságua na ressurreição, porque Vós estais conosco na escuridão das nossas noites: sois certeza nas nossas incertezas, Palavra nos nossos silêncios e nada poderá jamais roubar-nos o amor que nutris por nós.
Eis o anúncio pascal, anúncio de esperança. Este contém uma segunda parte, o envio. «Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia» (Mt 28,10): diz Jesus. Ele «vai à vossa frente para a Galileia» (28, 7): diz o anjo. O Senhor precede-nos, sempre. É bom saber que caminha diante de nós, que visitou a nossa vida e a nossa morte para nos preceder na Galileia, isto é, no lugar que, para Ele e para os seus discípulos, lembrava a vida diária, a família, o trabalho. Jesus deseja que levemos a esperança lá, à vida de cada dia. Mas, para os discípulos, a Galileia era também o lugar das recordações, sobretudo da primeira chamada. Voltar à Galileia é lembrar-se de ter sido amado e chamado por Deus. Precisamos de retomar o caminho, lembrando-nos de que nascemos e renascemos a partir duma chamada gratuita de amor. Este é o ponto donde recomeçar sempre, sobretudo nas crises, nos tempos de provação.
Mais ainda. A Galileia era a região mais distante de Jerusalém, onde estavam. E não só geograficamente: a Galileia era o lugar mais distante do caráter sacro da Cidade Santa. Era uma região habitada por povos diferentes, que praticavam vários cultos: era a «Galileia dos gentios» (Mt 4, 15). Jesus envia para lá, pede para recomeçar de lá. Que nos diz isto? Que o anúncio da esperança não deve ficar confinado nos nossos recintos sagrados, mas ser levado a todos. Porque todos têm necessidade de ser encorajados e, se não o fizermos nós que tocamos com a mão «o Verbo da vida» (1 Jo 1, 1), quem o fará? Como é belo ser cristãos que consolam, que carregam os fardos dos outros, que encorajam: anunciadores de vida em tempo de morte! A cada Galileia, a cada região desta humanidade a que pertencemos e que nos pertence, porque todos somos irmãos e irmãs, levemos o cântico da vida! Façamos calar os gritos de morte: de guerras, basta! Pare a produção e o comércio das armas, porque é de pão que precisamos, não de metralhadoras. Cessem os abortos, que matam a vida inocente. Abram-se os corações daqueles que têm, para encher as mãos vazias de quem não dispõe do necessário.
No fim, as mulheres «estreitaram os pés» de Jesus (Mt 28, 9), aqueles pés que, para nos encontrar, haviam percorrido um longo caminho até entrar e sair do túmulo. Abraçaram os pés que espezinharam a morte e abriram o caminho da esperança. Hoje nós, peregrinos em busca de esperança, estreitamo-nos a Vós, Jesus ressuscitado. Voltamos as costas à morte e abrimos os corações para Vós, que sois a Vida.
Confira também:
Que diferença há entre a Vigília Pascal e o Domingo da Ressurreição? https://t.co/79hN7B1UkF
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Vigário do Papa se recupera de coronavírus e sai do hospital
ROMA, 11/04/2020 (ACI).- O Cardeal Angelo De Donatis, Vigário do Papa Francisco para a diocese de Roma, recebeu alta nesta sexta-feira, 10 de abril, do Hospital Policlínico da Universidade Agostino Gemelli, onde esteve internado desde 30 de março por COVID-19.
Segundo informou a diocese de Roma através de um comunicado publicado em seu site, o Cardeal "continua sua convalescença em casa, reconhecido e agradecido ao Senhor, e une sua oração à de toda a comunidade cristã neste Tríduo Pascal".
Antes de se despedir, o Cardeal De Donatis "cumprimentou e agradeceu os médicos, enfermeiros e agentes de saúde que o acompanharam nestes dias".
Em 8 de abril, o Cardeal De Donatis enviou uma mensagem por ocasião da Páscoa, na qual agradeceu as orações dos fiéis e assegurou que pouco a pouco estava se recuperando da doença causada pelo coronavírus.
"Graças a Deus estou ficando curado e devo receber alta em breve", disse nesse então. Dois dias depois, recebeu alta, apesar de ainda ter que continuar o tratamento e permanecer em quarentena até que o vírus seja eliminado do corpo.
Confira também:
Graças a Deus estou ficando curado, diz Cardeal com coronavírus em mensagem por Semana Santa https://t.co/9DQxOsgOA5
— ACI Digital (@acidigital) April 9, 2020
Papa na Vigília Pascal: Hoje conquistamos o direito à esperança, que vem de Deus
VATICANO, 11/04/2020 (ACI).- Na celebração da Vigília Pascal da Basílica de São Pedro, o Papa Francisco centrou sua reflexão no "direito fundamental" conquistado neste sábado santo e que não pode ser tirado: o direito à esperança que vem de Deus.
“Nesta noite, conquistamos um direito fundamental, que não nos será tirado: o direito à esperança. É uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é mero otimismo, não é uma palmada nas costas nem um encorajamento de circunstância”, disse o Papa Francisco em sua homilia no sábado, 11 de abril.
O Santo Padre lembrou que essa esperança "é um dom do Céu, que não podíamos obter por nós mesmos".
“Tudo correrá bem: repetimos com tenacidade nestas semanas, agarrando-nos à beleza da nossa humanidade e fazendo subir do coração palavras de encorajamento. Mas, à medida que os dias passam e os medos crescem, até a esperança mais audaz pode desvanecer. A esperança de Jesus é diferente. Coloca no coração a certeza de que Deus sabe transformar tudo em bem, pois até do túmulo faz sair a vida”, afirmou.
Nesse contexto, enfatizou que, embora o túmulo seja um lugar de onde não se pode sair, "Jesus saiu para nós, ressuscitou para nós, para trazer vida onde havia morte" e para "remover as rochas que fecham o coração".
“Por isso, não cedamos à resignação, não coloquemos uma pedra sobre a esperança. Podemos e devemos esperar, porque Deus é fiel. Não nos deixou sozinhos, visitou-nos: veio a cada uma das nossas situações, no sofrimento, na angústia, na morte. A sua luz iluminou a obscuridade do sepulcro: hoje quer alcançar os cantos mais escuros da vida. Minha irmã, meu irmão, ainda que no coração tenhas sepultado a esperança, não desistas! Deus é maior. A escuridão e a morte não têm a última palavra. Coragem! Com Deus, nada está perdido”, foram as palavras de apoio do Santo Padre diante da difícil situação do mundo.
"Se te sentes fraco e frágil no caminho, se cais, não tenhas medo; Deus estende-te a mão dizendo: ‘Coragem!’ (...) Basta abrir o coração na oração, basta levantar um pouco aquela pedra colocada à boca do coração, para deixar entrar a luz de Jesus”, afirmou.
O Papa Francisco disse que este é o anúncio pascal, que, no entanto, tem uma segunda parte: "o envio", porque "o anúncio da esperança não deve ficar confinado nos nossos recintos sagrados, mas ser levado a todos. Porque todos têm necessidade de ser encorajados".
“A cada Galileia, a cada região desta humanidade a que pertencemos e que nos pertence, porque todos somos irmãos e irmãs, levemos o cântico da vida! Façamos calar os gritos de morte: de guerras, basta! Pare a produção e o comércio das armas, porque é de pão que precisamos, não de metralhadoras. Cessem os abortos, que matam a vida inocente. Abram-se os corações daqueles que têm, para encher as mãos vazias de quem não dispõe do necessário”, foi o pedido do Santo Padre.
“Hoje nós, peregrinos em busca de esperança, estreitamo-nos a Vós, Jesus ressuscitado. Voltamos as costas à morte e abrimos os corações para Vós, que sois a Vida", concluiu.
Como nos dias anteriores, o Santo Padre celebrou a Missa com poucos participantes, devido às medidas impostas para evitar a propagação do coronavírus. Apenas alguns leigos e membros da cúria o acompanharam.
A celebração deste ano começou às 21h (hora local). Devido à emergência de saúde, omitiu-se a preparação do Círio Pascal, assim acender as velas dos presentes. Durante a cerimônia não foram realizados batizados, somente renovação das promessas batismais.
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Páscoa 2020: Homilia do Papa Francisco na Vigília Pascal https://t.co/REQUyu5y2m
— ACI Digital (@acidigital) April 11, 2020