Vivamos a Reconciliação e a Penitência nesta Semana Santa
REDAÇÃO CENTRAL, 06/04/2020 (ACI).- Esta Semana Santa é uma ocasião especial para nos reconciliarmos com Deus e superarmos temores, dúvidas ou questionamentos sobre a confissão.
Em entrevista ao Grupo ACI, Pe. Donato Jimenez explicou que, como os seres humanos frequentemente ofendemos o Criador, devemos pedir perdão.
O sacerdote explicou que “a reconciliação é chegar a uma união entre duas pessoas. Neste caso, a criatura e o criador, ou seja, Deus e o pecador”.
“A criatura ofende o Senhor com muita frequência, então deve pedir perdão a Deus, sempre rico em misericórdia, que concede o perdão”.
O sacerdote explicou que, para poder conseguir a “reconciliação, temos, sobretudo, o sacramento da penitência”.
“Uma coisa é a atitude de pedir perdão a Deus, que sabemos que Deus nos acolhe como o Filho Pródigo, e outra coisa é o perdão eficiente concedido pela Igreja através do sacramento da penitência na pessoa do sacerdote”.
Pe. Donato sublinhou que “o Senhor nos diz no Evangelho que se estás para fazer a tua oferta diante do altar e recordar que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão”.
“Esta é uma maneira muito gráfica e expressiva. Assim nos dizem que é muito importante perdoar os irmãos para que a nossa oração a Deus seja pura e para ser ouvido por Ele”.
Fazer penitência é andar de joelhos ou flagelar-se?
REDAÇÃO CENTRAL, 06/04/2020 (ACI).- Uma das práticas espirituais que os cristãos costumam realizar na Semana Santa é a penitência, mas talvez seja confundida com o jejum, com a abstinência ou as mortificações corporais.
Segundo explicou Pe. Donato Jiménez ao Grupo ACI, a penitência consiste em “realizar um exame de consciência” e ter um “firme propósito” de emenda para não cometer novamente as mesmas falhas.
Depois que nós confessamos os nossos pecados a um sacerdote, ele nos dá uma penitência, que “deve ser realizada”.
Segundo Pe. Donato Jiménez, cada penitência corresponderá às faltas que cometemos. Por exemplo, no caso do roubo, a pessoa deverá devolver os objetos, dar esmolas aos pobres.
O sacerdote também sugeriu realizar alguma obra de misericórdia, como ajudar os nossos amigos ou familiares em qualquer necessidade que tiverem, visitar os parentes ou amigos que estão nos hospitais ou nos asilos, entre outras coisas. Além disso, o jejum e a oração são maneiras que nos ajudam espiritualmente.
O parágrafo 1431 do Catecismo da Igreja Católica diz que a penitência “é uma reorientação radical de toda a vida, um regresso, uma conversão a Deus de todo o nosso coração, uma rotura com o pecado, uma aversão ao mal, com repugnância pelas más ações que cometemos”.
“A conversão realiza-se na vida cotidiana por gestos de reconciliação, pelo cuidado dos pobres, o exercício e a defesa da justiça e do direito, pela confissão das próprias faltas aos irmãos, pela correção fraterna, a revisão de vida, o exame de consciência, a direção espiritual, a aceitação dos sofrimentos, a coragem de suportar a perseguição por amor da justiça. Tomar a sua cruz todos os dias e seguir Jesus é o caminho mais seguro da penitência”, indica o parágrafo 1435.
Hoje é celebrado São Pedro de Verona, mártir dominicano que combateu heresias
REDAÇÃO CENTRAL, 06/04/2020 (ACI).- São Pedro de Verona foi um mártir, pregador e o segundo santo na história da Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Dedicou-se a combater as heresias dos cátaros, propagadores do maniqueísmo no centro e no norte da Itália.
Nasceu em Verona de Lombardia (Itália), em 1205. Segundo o Martirológio Romano, seus pais pertenceram à heresia dos cátaros, entretanto, desde criança abraçou a fé católica e em sua adolescência recebeu o hábito do próprio São Domingos de Gusmão.
O hagiógrafo e Beato Tiago de Vorágine dizia que São Pedro era um grande pregador e conhecedor das Sagradas Escrituras, que viveu a pureza, a austeridade e uma firme defesa da fé, o que finalmente o levaria à morte.
Além disso, assinala que Pedro de Verona nasceu em uma família “obscurecida pelo erro”, entretanto, o jovem sempre soube “conservar-se imune a seus perniciosos erros”.
São Pedro de Verona deixou sua família na adolescência e ingressou na ordem dominicana quando seu fundador, São Domingos de Gusmão, ainda era vivo. Continuou seus estudos na Universidade de Bologna, onde se preparou intelectualmente e, além disso, viveu em oração, austeridade e penitência.
Terminada sua formação eclesiástica, foi ordenado sacerdote e nomeado Pregador do Evangelho de Jesus. Dedicou-se à pregação e à refutação de doutrinas heréticas em Vercelli, Roma, Florença e diversas cidades do norte da Itália. Também instituiu as “Associações da fé” e a “Confraria para o louvor da Virgem Maria” em Milão, Florença e Perugia.
Em 1248 foi designado prior do convento de Asti e, transcorrido um ano, de Piacenza. Em 1251, Inocêncio IV o nomeou como inquisidor da Lombardia e o declarou prior de Como, entretanto, os hereges começaram a planejar um complô para assassiná-lo.
São Pedro de Verona foi assassinado em 6 de abril de 1252, quando regressava de Milão para o convento de Como, perto de Barlassina. Seu carrasco, Carino Bálsamo, o acertou com dois golpes de machado na cabeça. Apesar disso, Pedro de Verona conseguiu se levantar e, com as poucas forças que restavam, escreveu no chão com seu dedo banhado de sangue: “Creio em Deus”.
Em 9 de março de 1253, Inocêncio IV o canonizou. Seu corpo foi transladado a Milão e hoje descansa na Igreja de Santo Eustórgio. Sua festa é celebrada no dia 6 de abril.
Papa Francisco: "Se ignoro os pobres, o Senhor me ignorará no dia do juízo"
Vaticano, 06/04/2020 (ACI).- "Se ignoro os pobres o Senhor me ignorará no dia do juízo”. O Papa Francisco se expressou dessa maneira na Missa celebrada nesta segunda-feira, 6 de abril, na Casa Santa Marta.
O Santo Padre chamou a atenção para o problema da pobreza nas sociedades de hoje, um problema maior do que se pode ver, já que a maior parte dos pobres são pobres escondidos.
"São muitos: há o pobre que nós vemos, mas esta é a mínima parte; a grande quantidade dos pobres é aquela que não vemos: os pobres escondidos. E nós não os vemos porque entramos nesta cultura da indiferença que é negacionista e negamos: ‘Não, não, não são muitos deles, não se veem; sim, aquele caso...’, diminuindo sempre a realidade dos pobres. Mas há muitos deles, muitos", assinalou o Pontífice.
Francisco lamentou que “mesmo, se não entramos nesta cultura da indiferença, há um costume de ver os pobres como decorações de uma cidade: sim, existem, como as estátuas; sim, existem, se veem; sim, aquela velhinha que pede esmola, aquele outro... Mas como (se fosse) uma coisa normal. Ter pobres é parte da decoração da cidade”.
No entanto, “a grande maioria é de pobres vítimas das políticas econômicas, das políticas financeiras. Algumas estatísticas recentes fazem um resumo assim: há muito dinheiro nas mãos de poucos e tanta pobreza em muitos, em muitos”.
“Essa pobreza é a pobreza de muita gente vítima da injustiça estrutural da economia mundial. E (há) muitos pobres que sentem vergonha de mostrar que não conseguem chegar ao final do mês: muitos pobres da classe média, que vão às escondidas à Caritas e de modo escondido pedem e se envergonham. Os pobres são muitos mais do que os ricos".
O Papa Francisco enfatizou que "aquilo que Jesus disse é verdade: ‘De fato, os pobres sempre os tereis convosco’. Mas eu os vejo? Eu me dou conta desta realidade? Sobretudo da realidade escondida, aqueles que sentem vergonha de dizer que não conseguem chegar ao final do mês”.
Para explicar, recorreu a uma anedota pessoal: “Lembro-me que em Buenos Aires me tinham dito que o prédio de uma fábrica abandonada, há anos vazia, estava sendo habitada por umas quinze famílias que tinham chegado naqueles últimos meses. Fui lá".
“Eram famílias com crianças e cada uma tinha ocupado uma parte da fábrica abandonada, para viver. E, olhando, vi que cada família tinha móveis bons, móveis da classe média, tinham a televisão, mas acabaram ali porque não podiam pagar o aluguel”.
Este exemplo mostra a realidade dos “novos pobres que devem deixar a casa porque não podem pagá-la, vão para lá. É aquela injustiça da organização econômica ou financeira que os leva a isso. E são muitos deles, muitos, a tal ponto que os encontraremos no juízo”.
“A primeira pergunta que Jesus nos fará é: ‘Como vais com os pobres? Deste de comer? Quando estava no cárcere, o visitaste? No hospital, o visitaste? Assististe a viúva, o órfão? Porque ali era Eu quem estava’".
"E sobre isso seremos julgados. Não seremos julgados pelo luxo ou as viagens que fazemos ou pela ‘importância social que teremos. Seremos julgados pela nossa relação com os pobres. Mas se eu, hoje, ignoro os pobres, os deixo de lado, creio que (eles) não existem, o Senhor me ignorará no dia do juízo".
O Papa Francisco concluiu sua homilia assinalando que "quando Jesus diz: ‘Os pobres, sempre os tereis convosco’, significa: ‘Eu estarei sempre convosco nos pobres. Ali estarei presente’. E isso não é ser comunista, esse é o centro do Evangelho: nós seremos julgados sobre isso".
Evangelho comentado pelo Papa Francisco:
São João 12,1-11
1Seis dias antes da Páscoa,
Jesus foi para Betânia,
onde morava Lázaro,
que ele havia ressuscitado dos mortos.
2Ali ofereceram a Jesus um jantar;
Marta servia
e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3Maria, tomando quase meio litro de perfume
de nardo puro e muito caro,
ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos.
A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo.
4Então, falou Judas Iscariotes,
um dos seus discípulos,
aquele que o havia de entregar:
5'Por que não se vendeu este perfume
por trezentas moedas de prata,
para as dar aos pobres?'
6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres,
mas porque era ladrão;
ele tomava conta da bolsa comum
e roubava o que se depositava nela.
7Jesus, porém, disse:
'Deixa-a; ela fez isto
em vista do dia de minha sepultura.
8Pobres, sempre os tereis convosco,
enquanto a mim, nem sempre me tereis.'
9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia,
foram para lá,
não só por causa de Jesus,
mas também para verem Lázaro,
que Jesus havia ressuscitado dos mortos.
10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro,
11porque, por causa dele,
muitos deixavam os judeus
e acreditavam em Jesus.
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Papa teme "grave calamidade" por superlotação nas prisões e coronavírus
Vaticano, 06/04/2020 (ACI).- O Papa Francisco expressou sua preocupação com o problema da superlotação nas prisões durante a epidemia de coronavírus COVID-19 e alertou que, se uma solução não for encontrada, “há o perigo de que se acabe numa grave calamidade”.
Antes de iniciar a Missa celebrada na Casa Santa Marta nesta segunda-feira, 6 de abril, o Santo Padre pediu para rezar pelos detentos e pelos responsáveis pela administração das prisões.
“Penso num grave problema que existe em várias partes do mundo. Gostaria que hoje rezássemos pelo problema da superlotação nos cárceres. Onde há uma superlotação – muita gente ali – há o perigo, nesta pandemia, de que se acabe numa grave calamidade”.
"Rezemos pelos responsáveis, por aqueles que devem tomar as decisões nisso, a fim de que encontrem um caminho justo e criativo para resolver o problema".
Desde o início do confinamento devido à epidemia de coronavírus, o Papa Francisco expressou em várias ocasiões sua preocupação pela situação nas prisões.
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Católico em Nova York não cobrará aluguel a 200 inquilinos por causa do coronavírus
NOVA IORQUE, 06/04/2020 (ACI).- O católico Mario Salerno, dono de várias propriedades no Brooklyn, Nova York, não cobrará o aluguel de abril a 200 inquilinos, para assim, ajudá-los financeiramente diante da epidemia do coronavírus que afeta seriamente os Estados Unidos, o país com mais casos registrados em todo o mundo.
Nova York é o estado com mais casos em todo o país, com 114.174 doentes e 3.565 mortos.
A situação fez com que seja instalado um hospital de campanha no famoso Central Park e caminhões frigoríficos do lado de fora dos hospitais para enfrentar o número alto de falecidos. Os casos em todos os Estados Unidos chegam a mais de 327 mil com um total de 9.326 falecidos.
Em diálogo com EWTN News Nightly, Mario Salerno contou que quando tomou a decisão de não cobrar o aluguel, disse a todos os seus inquilinos “que não se preocupem, que não entrem em pânico. Passamos por momentos muito difíceis com esta doença monstruosa, assim, vou renunciar a todos os aluguéis do mês de abril”.
“Minha fé católica foi o que me levou a tomar essa decisão em relação ao valor da vida. Eu rezo todos os dias. Quando tenho algo de tempo extra, quando estou em quarentena, rezo e peço ao bom Deus que, por favor, derrote esse vírus malicioso”, explicou.
Salerno, que também possui uma oficina mecânica e um posto de gasolina na cidade de Williamsburg, no Brooklyn, disse que também decidiu não cobrar o aluguel "porque muitos dos meus inquilinos perderam seu trabalho e eu queria que tenham alguma paz mental. Que não se preocupem em conseguir o dinheiro”.
“Como humano, me senti mais cômodo garantindo que tenham comida em suas mesas, algo que alguns não tinham; e me senti muito honrado em dizer-lhes isso”, acrescentou.
Quando perguntado sobre a quantidade de dinheiro que está deixando de receber, Mario Salerno respondeu que “na verdade, não quero falar sobre esse assunto. É irrelevante se o compararmos com o valor de uma vida humana. O que eu valorizo são as vidas das pessoas”.
Salerno contou que comunicou sua decisão com "uma placa na porta onde eu disse a todos os inquilinos que é muito importante que estejam seguros, que ajudem os vizinhos e que lavem as mãos".
Muitos dos inquilinos de Mario Salerno são jovens e a maioria está desempregada devido à crise do coronavírus. Um deles comenta à EWTN News Nightly que a decisão do proprietário "foi realmente maravilhosa e eu realmente precisava disso, o que está me ajudando a tornar tudo mais fácil, melhor e com muito menos estresse".
Outro jovem inquilino afirma que “Mario é realmente uma das pessoas mais gentis que já conheci. Esta é uma grande ajuda para todos”.
Em seu escritório, onde também tem algumas imagens religiosas, Mario conta que “eu tenho meu pequeno santuário onde rezo. Quando há tempos difíceis, rezo ao bom Senhor”.
“Não acho que isso seja ser um herói, mas, na realidade, é ser verdadeiramente humano. Assim, se posso fazer as coisas mais fáceis na vida de alguém, então o faço”.
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Coronavírus: Doação do Papa para hospital em um dos lugares mais afetados da Itália
VATICANO, 06/04/2020 (ACI).- O Papa Francisco doou 60 mil euros ao hospital João XXIII, em Bérgamo, uma das cidades mais afetadas pelo coronavírus na Itália.
"O Santo Padre, através do Bispo de Bérgamo, doou 60 mil euros ao hospital Papa João XXIII, como um sinal de sua preocupação e sua caridade", informou a diocese de Bérgamo em nota publicada em seu site.
Na Itália registra-se até o momento um total de 128.948 casos, dos quais 15.887 pessoas morreram. Bérgamo está localizada na província da Lombardia, no norte do país, província onde está quase metade dos falecidos de toda Itália.
Dos quase 90 sacerdotes que morreram no país europeu devido ao coronavírus, 25 pertencem à diocese de Bérgamo.
Essa doação, indica a diocese, “trata-se de um novo sinal da proximidade do Papa que se soma ao telefonema para o bispo, Dom Francesco Beschi, de alguns dias atrás, no qual manifestava seu sentimento de compartilhar a dor pelos numerosos sacerdotes e fiéis que morreram por causa do coronavírus, assim como a proximidade aos doentes, aqueles que os assistem, famílias, paróquias e toda a comunidade de Bérgamo”.
A nota também indica que "o hospital de Bérgamo, que leva o nome do Santo Papa nascido aqui, representa uma razão adicional com particular valor simbólico para esse gesto de proximidade do Papa Francisco". O Papa São João XXIII, canonizado por Francisco em 2014, nasceu em Bérgamo em 25 de novembro de 1881.
Dom Beschi agradeceu ao Esmoleiro Pontifício, Cardeal Konrad Krajewski, pela doação do Papa e ofereceu suas orações e a de seus fiéis pelo Santo Padre.
O Bispo já entregou a doação ao diretor do hospital João XXIII, que agradeceu o gesto. O dinheiro será usado para responder "às necessidades de todos os cidadãos de Bérgamo".
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Líderes católicos discutem desafios para a América Latina após o coronavírus
SANTIAGO, 06/04/2020 (ACI).- Mais de 50 políticos e bispos da América Latina se reúnem online para dialogar sobre a situação regional dos países diante do coronavírus e esclarecer quais serão os desafios após a pandemia.
Os encontros são organizados pela Academia de Líderes Católicos (ALC), que se dedica à formação de líderes católicos, para que, a partir dos princípios da Doutrina Social da Igreja, transformem os âmbitos sociais, políticos e econômicos.
Em conversa com a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, o diretor geral da ALC, José Antonio Rosas, explicou que os participantes trocaram experiências sobre a situação em cada país e aprenderam em primeira mão sobre a complexa situação em países como Itália e Espanha.
Nos diálogos, ficou claro que todos estão “envolvidos nessa situação”, portanto, “se os problemas são comuns, é necessário pensar em soluções e iniciativas regionais comuns”, explicou Rosas.
Como exemplo, os bispos alertam sobre os problemas pastorais gerados por causa do fechamento das igrejas e a impossibilidade de compartilhar a fé através da "vivência dos sacramentos".
Por sua vez, os políticos manifestam a necessidade de acompanhamento pastoral, psicológico e espiritual, pois as denúncias de violência intrafamiliar aumentaram 40% na Espanha desde o início da quarentena de coronavírus, exemplificou Rosas.
Nesse sentido, foram destacadas as iniciativas de escuta implementadas pelas dioceses do México e Chile.
Embora o primeiro desafio para a América Latina seja a "saúde pública, devido à incapacidade de atendimento dos pacientes devido à falta de leitos e respiradores"; aproxima-se uma "crise econômica brutal", com uma queda de 10% no Produto Interno Bruto (PIB).
As nações latino-americanas serão as mais afetadas devido a suas "economias frágeis", destacou Rosas.
Nesse cenário, os líderes políticos católicos preveem que a saída deve ser "através do Estado, sem repetir fórmulas ideológicas que demonstraram fracasso. É necessário um maior investimento do estado, altíssimo”, garantiu o diretor da ALC.
Da mesma forma, propõe-se que os países conduzam negociações com organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Mas advertiram que devem ser evitadas interlocuções em forma particular, mas que "é necessário um consenso regional latino-americano" para evitar "a imposição de agendas ideológicas em troca de recursos financeiros".
"É necessário reafirmar a grande pátria da América Latina", expressou Rosas.
Nesse sentido, "a classe política dentro dos países deve trabalhar pela unidade" e evitar "confrontos para evitar a queda dos governos neste momento".
José Antonio Rosas explicou que, através dessas reuniões com líderes políticos e bispos católicos, “estão construindo redes” e, embora o cenário “continue sendo explorado”, “tudo indica que esse pequeno esforço será materializado em uma espécie de agenda que os leigos latino-americanos promoverão em seus países".
O diálogo entre líderes políticos católicos e bispos da América Latina se concretizou em 2019, depois que a ALC aceitou o apelo do Papa Francisco de construir uma política para o bem comum.
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Itália: Bispos destinam 6 milhões de euros a países africanos e outros países pobres
Roma, 06/04/2020 (ACI).- A Presidência da Conferência Episcopal Italiana (CEI) destinou seis milhões de euros, provenientes do imposto que os cidadãos destinam à Igreja Católica, para ajudar países africanos e outros países pobres diante da crise causada pela pandemia de coronavírus.
Esta decisão ocorre alguns dias após as intervenções extraordinárias do Episcopado, no valor total de 6 milhões de euros, destinados a enfrentar a emergência de coronavírus na Itália.
"Conscientes de que esses países enfrentam mais dificuldades para enfrentar a pandemia e de que a situação já dramática pode se tornar devastadora, a Presidência da CEI encarregou o 'Serviço para as Intervenções de Caridade em Favor dos Países do Terceiro Mundo' e a Cáritas italiana para desenvolver uma estratégia de ação urgente que intervenha em saúde e formação", assinala a CEI em um comunicado.
“A rota operacional, que foi identificada, consiste em solicitar uma manifestação de interesse dos hospitais e instituições católicas que operam na área. Para esse fim, foram designados 5 milhões de euros para as intervenções em saúde e 1 milhão de euros para a formação, totalizando 6 milhões de euros”, continua a mensagem.
A CEI explicou detalhadamente os objetivos da ajuda: "O primeiro objetivo será equipar as estruturas de saúde presentes nesses países com dispositivos de proteção para os agentes de saúde, essenciais para o gerenciamento das emergências e ferramentas terapêuticas básicas para enfrentar a pandemia".
Da mesma forma, "serão privilegiadas as estruturas mais próximas da população, mais periféricas, que já faziam parte da rede de entidades conhecidas e apoiadas no passado, que provaram ser eficazes e eficientes".
"Também, serão apoiadas iniciativas para promover comportamentos na população que não sejam propícios para o contágio, além de formação e preparação técnica dos agentes de saúde", acrescenta a mensagem.
Por fim, os bispos enfatizam que "as iniciativas devem ser acordadas com as instituições públicas locais, nacionais, regionais e internacionais, com as autoridades responsáveis, com todas as entidades ativas na área nas mesmas áreas de ação, a fim de promover todas as sinergias, tanto de acordo com as práticas ordinárias como de acordo com os requerimentos extraordinários da situação de emergência”.
“Os pedidos de financiamento das partes interessadas devem ser apresentados, de 14 a 30 de abril, da maneira indicada no site www.chiesacattolica.it/sictm. Dada a gravidade e a urgência da situação, os projetos devem ser concluídos dentro de três meses após o desembolso da contribuição solicitada”, conclui a nota.
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Assim caridades católicas na África colaboram para deter propagação do coronavírus https://t.co/8tYcHXS93e
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Secretário de Estado do Vaticano espera que igrejas reabram o mais breve possível
Vaticano, 06/04/2020 (ACI).- O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, disse em 2 de abril que espera que as igrejas fechadas devido à crise do coronavírus COVID-19 reabram o “mais breve possível”.
Em uma entrevista publicada em 2 de abril no Vatican News, o Cardeal Parolin também disse que estava preocupado com as notícias de católicos que morriam sem o sacramento da Unção dos Enfermos e expressou sua preocupação com o impacto da doença nos países pobres.
“A suspensão das celebrações fez-se necessária para evitar aglomerações. Mas em quase todas as cidades as igrejas permanecem abertas e eu espero que sejam reabertas o mais breve possível aquelas que foram fechadas: ali está a presença de Jesus Eucaristia, os sacerdotes continuam a rezar e celebrar a Santa Missa pelos fiéis impossibilitados de ali participar. É belo pensar que a porta da casa de Deus permanece aberta, como estão abertas as portas de nossas casas, ainda que somos fortemente convidados a não sair, a não ser por motivos de força maior”, disse o Purpurado.
Da mesma forma, reconheceu o sofrimento dos católicos que atualmente estão privados dos sacramentos por cumprir a quarentena. "Compartilho sua dor, mas ao mesmo tempo gostaria de recordar, por exemplo, da possibilidade da comunhão espiritual", expressou.
“O Papa Francisco, ademais, por meio da Penitenciária Apostólica, concedeu o dom de especiais indulgências aos fiéis, não somente aos afetados pelo Covid-19, mas também aos profissionais de saúde, aos familiares e a todos aqueles que, de diversas maneiras, também com a oração, cuidam deles", afirmou.
O Secretário de Estado pediu para “rezar com a Palavra de Deus; Ler, contemplar acolher a Palavra que vem", porque "Deus preencheu com sua Palavra o vazio que nos assusta nessas horas".
“Em Jesus, Deus se comunicou, Palavra plena e definitiva. Não devemos simplesmente preencher o tempo, mas nos encher com a Palavra", acrescentou.
Por outro lado, o Cardeal disse que estava preocupado com as histórias de católicos morrendo sozinhos sem o consolo dos sacramentos.
“É uma das consequências da epidemia que, em certo sentido, me abala. Eu li e ouvi histórias dramáticas e comoventes. Quando, infelizmente, não é possível a presença do sacerdote ao lado de alguém que está à beira da morte, todo batizado e toda batizada podem rezar e levar consolo, em virtude do sacerdócio comum recebido com o Sacramento do Batismo", disse.
"É belo e evangélico imaginar neste momento difícil que, de alguma forma ou outra, também as mãos dos médicos, dos enfermeiros, dos agentes de saúde, que a cada dia consolam, curam ou acompanham estes doentes no último momento de vida, tornam-se as mãos e as palavras de todos nós, da Igreja, da família que abençoa, saúda, perdoa e consola. É o carinho de Deus que cura e dá vida, também a eterna", continuou.
O Cardeal Parolin disse que estava especialmente preocupado com a forma como o coronavírus afetaria os países em desenvolvimento.
"Infelizmente, estamos diante de uma pandemia e o contágio se propaga como fogo. Por um lado, vemos quantos esforços extraordinários têm realizado os países desenvolvidos, com não poucos sacrifícios em nível da vida cotidiana de famílias e da economia nacional, para enfrentar com eficácia a crise sanitária e debelar a difusão do vírus", comentou.
Por outro lado, confessou “que me preocupa ainda mais a situação nos países menos desenvolvidos", onde "as estruturas de saúde não serão capazes de assegurar os cuidados necessários e adequados para a população".
“Por vocação, a Santa Sé procura ter o mundo inteiro como horizonte, procura não esquecer quem está mais longe, quem mais sofre, quem talvez tenha dificuldade para receber os refletores da mídia internacional. Há realmente necessidade de rezar e de nos empenharmos, todos, para que nunca falte a solidariedade internacional. Apesar da emergência, apesar do medo, é o momento de não nos fecharmos em nós mesmos", lembrou.
O Cardeal confirmou que atualmente há sete casos de coronavírus entre os funcionários do Vaticano. Todos eles passaram pela fase crítica e agora estão melhorando, assegurou.
Afirmou também que o Papa estava procurando novas maneiras de alcançar pessoas que sofrem em todo o mundo.
“O Santo Padre Francisco está buscando todos os modos possíveis para estar próximo das pessoas, no mundo inteiro. Para ele, o contato com pessoas sempre foi fundamental e, mesmo se de modo novo e inédito, pretende mantê-lo", confessou.
“A transmissão ao vivo diária da Santa Missa na Casa Santa Marta é um sinal concreto disso. A oração constante pelas vítimas, seus familiares, os funcionários da saúde, os voluntários, os sacerdotes, os trabalhadores, as famílias é outro sinal concreto. Todos nós colaboradores buscamos ajudá-lo a manter os contatos com as Igrejas de todos os países do mundo”, acrescentou.
Finalmente, o Cardeal Parolin explicou que as autoridades do Vaticano visam garantir que o maior número possível de pessoas possam acompanhar as liturgias do Tríduo Pascal enquanto estejam confinadas em seus lares.
“Estudamos modalidades diferentes daquelas tradicionais. De fato, não será possível acolher os peregrinos como sempre aconteceu. No pleno cumprimento das regras de precaução para evitar o contágio, buscaremos celebrar os grandes ritos do Tríduo Pascal, de forma a acompanhar todos aqueles que infelizmente não poderão ir às igrejas”, concluiu.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Papa Francisco institui fundo de 750 mil dólares para combater o coronavírus
Vaticano, 06/04/2020 (ACI).- O Papa Francisco instituiu um fundo de emergência administrado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) com o objetivo de ajudar as pessoas e comunidades mais afetadas pela epidemia de coronavírus COVID-19 nos países de missão.
O fundo instituído pelo Pontífice tem uma contribuição inicial de 750 mil dólares.
Segundo assinala a agência Fides, agência de notícias das Pontifícias Obras Missionárias, o presidente da POM, Dom Giampietro dal Toso, afirmou que "esse fundo tem o objetivo de sustentar a presença da Igreja em territórios de missão que também sofrem as consequências do coronavírus".
"Através da atividade da Igreja de pregar o Evangelho e de ajudar de forma concreta por meio de nossa vasta rede, podemos demonstrar que ninguém está sozinho nesta crise”.
Nesse sentido, “as instituições e os ministros da Igreja desempenham um papel vital. Esta é a intenção do Santo Padre na criação deste fundo. Enquanto muitos sofrem, nos lembramos e nos voltamos para aqueles que não têm ninguém para cuidar deles, demonstrando assim o amor de Deus Pai”.
O comunicado divulgado pela agência Fides lembra que as Pontifícias Obras Missionárias são o canal oficial pelo qual o Papa Francisco apoia 1.110 dioceses, principalmente na Ásia, África, Oceania e em parte da região amazônica.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Estas são as meditações da Via-Sacra que o Papa presidirá na Sexta-feira Santa
Vaticano, 06/04/2020 (ACI).- O Vaticano divulgou as meditações das 14 estações da Via-Sacra que serão presididas pelo Papa Francisco na próxima sexta-feira, 10 de março.
As meditações foram propostas pela Capelania do Centro Penitenciário “Due Palazzi” de Pádua, uma das cidades mais atingidas pela epidemia de coronavírus COVID-19 na Itália.
As meditações foram escritas por condenados à prisão (alguns à prisão perpétua), seus familiares, familiares das vítimas, agentes penitenciários, policiais, educadores de instituições penitenciárias, catequistas, um frade voluntário da pastoral penitenciária e um sacerdote acusado e absolvido após oito anos do processo judicial.
O Papa Francisco pediu à capelania deste centro penitenciário que se encarregue neste ano de preparar as meditações em uma carta publicada na terça-feira, 10 de março, no jornal italiano Il Mattino de Padova.
Na carta, o Santo Padre explicou que a Via-Sacra é uma "ocasião muito querida pelo povo cristão na qual acompanhamos Cristo no caminho da Cruz".
Também disse que "escolhi este cárcere, em sua totalidade, para fazer com que, também desta vez, fossem os últimos a nos ditarem os passos".
Devido à epidemia de coronavírus, este ano a Via-Sacra da Sexta-feira Santa presidida pelo Pontífice não ocorrerá no Coliseu de Roma, como é tradicional. Em vez disso, será realizada na Basílica de São Pedro, a portas fechadas, sem a presença dos fiéis, seguindo assim as indicações do Estado da Cidade do Vaticano para evitar novas infecções.
Leia AQUI as meditações completas da Via-Sacra da Sexta-feira Santa.
Confira também:
Papa pede a presos de Pádua para elaborar meditações da Via-Sacra da Sexta-feira Santa https://t.co/z5Rd8KfJcV
— ACI Digital (@acidigital) March 10, 2020
Publicam prova de vida de sacerdote sequestrado em 2018
Roma, 06/04/2020 (ACI).- Foi divulgado um vídeo de 24 segundos no qual se prova que o Pe. Pier Luigi Maccali, sequestrado no Níger em 2018, continua vivo.
🔴 Una meravigliosa notizia. Padre #Maccalli e Nicola #Chiacchio sono vivi, un video lo proverebbe https://t.co/DrKk2EjlZL 🔴
— 𝐀𝐯𝐯𝐞𝐧𝐢𝐫𝐞 (@Avvenire_Nei) April 6, 2020
O jornal italiano Avvenire teve acesso ao vídeo no qual aparecem dois reféns que se identificam. “Meu nome é Pier Luigi Maccalli, de nacionalidade italiana, hoje é 24 de março”. O outro refém também se identifica como Nicola Chiacchi.
Pe. Pier Luigi Maccalli é um religioso missionário da Sociedade das Missões Africanas que foi sequestrado na noite de 17 de setembro de 2018, por um grupo de jihadistas em Bomonanga, Níger. Desde então, seu paradeiro era desconhecido. Algumas informações asseguravam que o Pe. Maccalli estava no Níger, embora também o tenham situado em Burkina Faso ou no Mali.
Não há muita informação sobre Nicola Chiacchi, parece que foi sequestrado há alguns anos, provavelmente no Mali enquanto viajava como turista.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Anunciam dia de oração por missionário sequestrado há 1 ano https://t.co/jwYj42M7lr
— ACI Digital (@acidigital) September 17, 2019