Chamado a estar com Cristo e anunciá-lo é coração de vocação sacerdotal, recorda o Papa

ALTÖTTING, Sep 11, 2006 / 14:36 pm

O Papa Bento XVI lembrou aos religiosos, seminaristas e sacerdotes que o coração da vocação é o chamado de Deus a "estar com Ele e ser enviado" a outros para assim levar a Boa Nova do Evangelho, durante a celebração das vésperas marianas na Basílica de Santa Ana.

Depois de lembrar que é o próprio Senhor quem chama homens e mulheres por seu nome para segui-lo mais de perto, o Pontífice precisou que diante do chamado de Deus, é tarefa de quem o descobre "aprender a escutar, perceber seu chamado, ser valentes e fiéis para segui-lo, e quando está tudo dito e feito, ser servos fiéis que utilizaram bem os dons que nos deram".

Em seguida, o Santo Padre citou as palavras de Cristo no Evangelho quando afirma que "a messe é grande, mas são poucos os operários, rogai ao Senhor da messe para que envie operários a sua colheita (Mt 9:37-38)" e exortou a rezar para que hajam mais vocações no mundo e a que quem está assim chamados por Deus respondam com generosidade.

"Em seu relato sobre o chamado dos Doze, (São Marcos) diz ‘Jesus chamou doze para que estejam com ele e para serem enviados’. Estar com Jesus e ser enviado, sair a conhecer pessoas: estas duas coisas se correspondem e juntas são o coração da vocação, do sacerdócio. Estar ‘com Ele’ significa chegar a conhecê-lo e dá-lo a conhecer", explicou o Papa.

"Quando os sacerdotes –prosseguiu Bento XVI– devido a seus múltiplos deveres, têm menos tempo para estar com o Senhor, eventualmente perdem, por toda sua atividade com freqüência heróica, a força interior que os sustenta. Sua atividade se converte em um ativismo vazio. Estar com Cristo Como se faz isto? Bom, o primeiro e os mais importante para o sacerdote é a Missa diária, sempre celebrada com uma participação interior e profunda. Se celebrarmos a Missa como verdadeiros homens de oração, se unirmos nossas palavras e nossas atividades à Palavra que nos precede e se nos deixamos conformar pela Celebração Eucarística, se na Comunhão nos deixamos abraçar por Ele e o recebemos; então estamos com Ele".

Momentos depois o Papa lembrou a importância para os sacerdotes da reza da Liturgia das Horas e de ler com atenção as Sagradas Escrituras "não só para ser capazes de decifrar e explicar as palavras de um distante passado, mas para descobrir a palavra que o Senhor me está dizendo , pessoalmente, aqui e agora. Só desta forma seremos capazes de levar a Palavra inspirada a outros como a Palavra de Deus atual e vivente".

Do mesmo modo, ressaltou o lugar fundamental da adoração Eucarística onde "está presente o verdadeiro tesouro sempre esperando por nós. Somente adorando esta presença aprendemos a recebê-la adequadamente, aprendemos a realidade da Comunhão, aprendemos a Celebração Eucarística de dentro".

"Amenos estar com o Senhor! Ali podemos falar com Ele sobre qualquer coisa. Podemos oferecer nossos pedidos, nossas preocupações, nossos problemas. Nossas alegrias. Nossos gozos, nossas decepções, nossas necessidades e nossas aspirações. Ali também podemos pedir constantemente: Senhor, envia operários a sua colheita! ajude-me a ser um bom operário em sua vinha!", exortou o Pontífice.

Depois de destacar a importância da família por ser "entorno de vida e oração, onde aprendemos a rezar e onde as vocações se desenvolvem", o Santo Padre lembrou a vida do Santo Irmão Conrad, como modelo de apóstolo que soube estar com o Senhor e ser enviado por Ele, a quem pediu sua intercessão para manter "nosso olhar fixo no Senhor, para levar o amor de Deus a todos os homens e mulheres de nosso tempo".

Depois da reza das vésperas, Bento XVI se dirigiu a seu povo natal, Marktl am Inn, onde visitou a igreja de São Oswaldo, aonde se encontra a pilha batismal em que foi batizado. Para ler a mensagem completa, acesse: http://www.acidigital.com/bentoxvi/viagem/bavaria06/documento7htm