29 de dezembro de 2025 Doar
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Fomos chamados a ser testemunhas da esperança onde falta esperança, diz arcebispo de Brasília ao encerrar jubileu

Cardeal Paulo Cezar Costa na missa de encerramento do Ano Jubilar da Esperança, na catedral de Brasília | Instagram/Arquidiocese de Brasília

“Vivemos numa sociedade onde falta esperança, onde a esperança vai sendo minada pelas atitudes políticas, pelas atitudes às vezes dos poderes da República, onde a liberdade vai sendo minada, onde a esperança vai sendo minada por tantas atitudes da vida da sociedade, por tantos acontecimentos da vida da sociedade, pela violência, pelo descuido pela casa comum, pela falta de cuidado pela vida”, disse o arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa ontem (28), em sua homilia na missa de encerramento do Ano Jubilar da Esperança na catedral de Brasília.

“Fomos chamados a sermos testemunhas da esperança”, disse o arcebispo. Para ele, porém, a esperança também “vai sendo minada pela cultura do passageiro, do efêmero, onde o grande perigo se torna aquele do ser humano caminhar sem esperança, de irmos perdendo a esperança, irmos perdendo a grande esperança também para a vida, para a existência”.

“O Senhor quer caminhar conosco, quer que a nossa peregrinação seja cheia de esperança” porque “a peregrinação nos une aos nossos antepassados na experiência da fé, no caminho da fé” e “nos coloca na condição de peregrinos, como povo que peregrina, como Igreja que peregrina, rumo ao infinito de Deus, rumo ao Senhor”.

“A fé nos faz caminhar, quem tem fé caminha”, pontuou o cardeal. “Pois tem certeza como são José, que o Senhor caminha conosco, de que Ele é uma presença no meio do seu povo, de que Ele é uma presença no meio de nós. Foi o que ouvimos, principalmente no Evangelho de hoje. Deus assiste o seu filho. Deus vem em socorro da Sagrada Família, mas Deus foi agindo através de José: Levanta, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito”.

Segundo o arcebispo, “o Egito que foi hostil para o povo de Deus, que foi casa da escravidão, agora deverá ser casa da proteção, casa da liberdade” e “Israel, que era terra prometida, se tornou a terra da ameaça e se tornou a terra de morte”.

“A ameaça vem da tirania de Herodes. Os tiranos se acham Deus, se acham donos da lei e assim da vida, da morte, da liberdade”, disse dom Paulo Cezar. “Qualquer forma de tirania traz sempre morte, traz sempre ameaça, traz sempre escravidão. Mas Deus é o Deus que não se vence pela tirania, mas vence os tiranos”.

Segundo o cardeal Costa, “a tirania” sempre ofende “o ser humano”, “a Deus” e “aquilo que é mais sagrado para o ser humano: a liberdade”.   Como “há um tirano”, que é “Herodes”, “o filho de Deus” não pode “viver livre na sua terra” e precisa “fugir para uma terra distante”, disse.

“O homem, a mulher que vive sobre a Palavra de Deus, percebe que o seu poder tem limite. Ele percebe que a mesma atuação da lei tem limite. Ele percebe que a sua atuação tem limite”, disse dom Paulo Cezar. “Mas o homem inescrupuloso, a mulher inescrupulosa, os poderes deste mundo, quando se tornam inescrupulosos, querem assumir o lugar de Deus, não percebem aquilo que são, não percebem a contingência da vida, não percebem a contingência da história, não percebem a contingência do próprio ser humano, não percebem que todos nós somos passageiros, que todos nós passamos”.

A esperança cristã não é vazia

O arcebispo disse que “mesmo através das maldades e vicissitudes históricas, Deus vai realizando o seu plano”.

A história da Sagrada Família mostra que Deus age na história, que Ele olhou para o seu filho, mas que Ele olha também para os seus filhos e filhas”, disse. “Por isso a esperança cristã não é vazia, a esperança dos cristãos sobrevive”, mesmo “nos momentos mais difíceis”.

“É essa grande esperança da fé que tem que ir sustentando a nossa vida. E o homem e a mulher de fé tem que caminhar com esperança e tem que levar essa esperança nesse mundo, onde a esperança vai sendo minada de tantas formas”, ressaltou o cardeal.

Dom Paulo Cezar ainda disse que “o homem e a mulher de fé tem que mostrar que a sua esperança não é só para as pequenas coisas”, como “ter um futuro melhor”, “ter um emprego melhor”, “ter uma vida melhor”, mas “a nossa esperança” deve estar “nessa criança de Belém”, no “Senhor que morreu e ressuscitou”.

“Ele é a nossa grande esperança, Ele é a certeza de que mesmo no momento em que a irmã morte bater à nossa porta, a Palavra final da nossa vida será vida e vida eterna. Sejamos, então, missionários dessa grande esperança”, exortou.

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